A paradisíaca ilha da Madeira acolheu a 49ª edição do Rali Vinho Madeira, naquela que foi a 5ª prova pontuável para o IRC, bem como englobava os campeonatos nacionais e regionais de ralis. Numa prova verdadeiramente frenética, as expectativas sairam altamente superadas, com a vitória a ser confirmada apenas nos últimos quilómetros, após algumas trocas de comandante, principalmente na 1ª etapa.
Contas feitas, Nicolas Vouilloz foi quem mais sorriu, levando o Peugeot 207 S2000 da Kronos ao lugar mais elevado do pódio, mas mesmo assim o francês teve que se aplicar e suar bastante para alcançar aquele que é o seu primeiro triunfo da temporada. Numa prova isenta de erros e com um carro extremamente competitivo, Vouilloz alcançou também a liderança do campeonato, perante o menor sucesso do seu principal rival até ao momento, o italiano Luca Rossetti, que foi apenas 5º classificado. Curiosidade para o vencedor do Rali Vinho Madeira ser uma espécie de Michael Schumacher do BTT, tendo inúmeros títulos nos campeonatos mundiais da modalidade, até começar a disputar ralis.
No 2º lugar terminou Giandomenico Basso, o melhor entre os Fiat Punto S2000, ele que chegou a liderar o rali ainda na fase inicial, porém uma má escolha de pneus fez com que o transalpino se atrasasse na tabela classificativa. O piloto oficial Abarth aplicou-se a fundo no dia de Sábado, vencendo seis das oito classificativas dessa etapa, ainda assim insuficientes para eliminar os pouco mais de cinco segundos que o separaram do vencedor do rali.
Alexandre Camacho foi a figura do rali, terminando no último lugar do pódio, após uma prova irrepreensível, chegando mesmo a discutir a liderança do rali em ambos os dias. A correr em casa, o piloto do Peugeot 207 S2000 ainda venceu 3 troços, perdendo a hipótese de terminar em 2º com o forte ataque de Basso nas últimas especiais de Sábado, contudo não deixa de ser um excelente resultado para o madeirense. Se não fossem alguns problemas com a pressão dos pneus no início da prova e Camacho poderia ter sido mais feliz... Logo atrás de Alexandre Camacho, mas a alguma distância do pódio, classificaram-se Renato Travaglia, em Fiat Punto S2000, um dos favoritos à partida, mas a braços com algumas dificulades físicas, que o impediram de repetir a vitória de 2005 e Luca Rossetti, que venceu a edição deste ano do Rali de Portugal, mas que na Madeira sentiu o peso de ser estreante, ainda assim efectuou alguns cronos de registo, embora não tenha sido o suficiente para segurar a liderança do IRC.
Quem não foi bafejado pela sorte foi Bruno Magalhães, que em condições hipotéticamente normais poderia ter vencido a prova insular. A terminar a 1ª etapa e numa altura em que era lider do rali, o campeão nacional em título viu um furo no seu Peugeot 207 S2000 deitar por terra as aspirações à vitória. Magalhães perdeu cerca de 3 minutos na operação da troca do pneu e se retirarmos esse tempo na classificação final teríamos um outro vencedor, mas tal como se aplica a Camacho, não há "
ses" nos ralis, ficando assim adiada nova vitória da equipa Peugeot Portugal na Madeira.
Algo desapontadora foi a prestação do principal rival de Bruno Magalhães no Campeonato de Portugal de Ralis, José Pedro Fontes. Ainda que o seu Fiat Punto S2000 tivesse alguns problemas de travões, Fontes chegou à pontuação máxima no primeiro dia, em virtude do azar do seu rival, mas quando Bruno Magalhães fura, já leva mais de 2 minutos de vantagem, o que não deixa de ser preocupante para as hostes da Fiat Vodafone Team. Vítor Pascoal teve o seu primeiro teste de fogo com o Peugeot 207 S2000 em pisos de asfalto e não se pode dizer que se tenha saído mal - foi 13º -, aproveitando para se afeiçoar ao carro, pois não testou e ainda assim somou alguns pontos importantes para o campeonato, permitindo-lhe aproximar do lugar mais baixo do pódio.
No agrupamento de Produção, Adruzilo Lopes, com o famalicense José Janela a ditar as notas no Subaru Impreza WRX, foi o vencedor, se bem que Fernando Peres tenha sido o mais rápido no 2º dia, equilibrando as pontuações conquistadas por ambos na prova que já venceram. O piloto de Vizela está agora novamente isolado na frente do campeonato, mas Peres está bem perto, ele que furou logo na classificativa inicial de 6ª feira.
Na classe reservada às duas rodas motrizes, foi o local Filipe Freitas que venceu, em Renault Clio S1600, seguído pelos irmãos Miguel e António Nunes, ambos em Peugeot 206 S1600. José Pedro Miranda, o outro famalicense em prova, apenas efectuou a Super Especial de 5ª feira, sendo o 48º colocado, mas não retomou a prova no dia seguinte, no seu Peugeot 206 XS.
Numa prova que costuma dar azo a algumas saídas de estrada, devido à rapidez dos troços, este ano felizmente não se verificaram situações dessas, havendo relativamente poucos abandonos, sobretudo nos homens do pelotão da frente.
Classificação Final 1º Nicolas Vouilloz/Nicolas Klinger (Peugeot 207 S2000) - 3h05m14,8s
2º Giandomenico Basso/Mitia Dotta (Fiat Punto S2000) - a 5,4s
3º Alexandre Camacho/Pedro Calado (Peugeot 207 S2000) - a 8,0s
4º Renato Travaglia/Lorenzo Granai (Fiat Punto S2000) - a 33,2s
5º Luca Rossetti/Matteo Chiarcossi (Peugeot 207 S2000) - a 1m02,5s
6º Freddy Loix/Robin Buysmans (Peugeot 207 S2000) - a 1m08,7s
7º Umberto Scandola/Guido D'Amore (Fiat Punto S2000) - a 2m28,6s
8º Bruno Magalhães/Carlos Magalhães (Peugeot 207 S2000) - a 3m03,2s
9º José Pedro Fontes/António Costa (Fiat Punto S2000) - a 3m45,9s
10º Michel Solowow/Marciek Baran (Peugeot 207 S2000) - a 5m52,0s
15º Adruzilo Lopes/
José Janela (Subaru Impreza N11) - a 9m09,0s
Classificação CP Ralis 1º Bruno Magalhães - 65 pts
2º José Pedro Fontes - 45 pts
3º Fernando Peres - 36 pts
4º Adruzilo Lopes - 34 pts
5º Vítor Pascoal - 34 pts
Classificação IRC 1º Nicolas Vouilloz - 36 pts
2º Luca Rossetti - 30 pts
3º Giandomenico Basso - 22 pts
4º Freddy Loix - 19 pts
5º Jan Kopecky - 15 pts
O Campeonato de Portugal de Ralis regressa ao continente já no mês de Setembro, concretamente nos dias 19 e 20, para o Rali Centro de Portugal, que decorre nas estradas da Marinha Grande e de Figueiró dos Vinhos.
Ao que parece, o piloto já terá encetado os primeiros contactos com uma marca que figura no Mundial de Ralis para adquirir uma viatura de última geração dessa modalidade, que posteriormente seria adaptada e preparada de acordo com as exigências da Montanha. Relativamente ao Ford Escort, parece haver interessados em Portugal, mas segundo o piloto, o mais provável é que seja vendido para o estrangeiro. Certamente mais novidades surgirão em breve, sendo este pequeno "levantar do véu" um bom prenúncio para as provas de Montanha, bem como para o relançar da carreira do piloto, que este ano tem sido vítima do azar no carro que tantas alegrias já lhe proporcionou.
Ao que parece, o piloto já terá encetado os primeiros contactos com uma marca que figura no Mundial de Ralis para adquirir uma viatura de última geração dessa modalidade, que posteriormente seria adaptada e preparada de acordo com as exigências da Montanha. Relativamente ao Ford Escort, parece haver interessados em Portugal, mas segundo o piloto, o mais provável é que seja vendido para o estrangeiro. Certamente mais novidades surgirão em breve, sendo este pequeno "levantar do véu" um bom prenúncio para as provas de Montanha, bem como para o relançar da carreira do piloto, que este ano tem sido vítima do azar no carro que tantas alegrias já lhe proporcionou.
