Para além da edição deste blogue, a navegação começa a estar também ligada a João Peixoto, que teve mais uma temporada com algumas presenças em ralis. Apesar das poucas provas, destaque para a vitória na Prova Extra no Rali de Famalicão e a estreia no Campeonato de Portugal de Ralis, como co-piloto de João Ruivo nas duas derradeiras provas.
- Qual o balanço da temporada de 2010?
Não estava à espera de ter feito as participações que fiz e foi algo de muito positivo. Sempre afirmei que fazia ralis com pessoas que me fossem próximas e com o objectivo de me divertir, logicamente com um sentido de responsabilidade. A vitória em Famalicão com o Paulo Marques teve um sabor muito especial, tal como o convite do João Ruivo e da Integra Support para os últimos ralis do Campeonato de Portugal de Ralis e foi uma experiência excelente e enriquecedora. Estava habituado a fazer reconhecimentos e a testar com ele, mas num rali a responsabilidade é outra, ainda para mais quando o João ainda discutia o título no CPR2. Mas tudo correu bem e foram dois ralis fantásticos, onde me adaptei rapidamente ao estilo dele e à maior quilometragem face aos ralis que estava habituado a fazer.
No Rali Centro de Portugal rodámos sempre no pódio do CPR2 e só uma penalização nos atrasou. Foi um rali discutido ao segundo e a nossa recuperação no 2º dia foi espectacular até à ligeira saída de estrada que hipotecou um lugar no pódio quase certo. Todos reconheceram o nosso andamento e isso deixou-nos satisfeitos, mas havia um campeonato para discutir e a melhor táctica para o fazer, é andar depressa e nunca esperar pelo que aconteça aos outros. Depois em Mortágua, a preparação não correu da melhor forma, pois o orçamento já estava curto e a falta de testes foi crucial. Logo na primeira classificativa, percebemos que tinhamos uma afinação errada e só muito tarde a equipa conseguiu corrigir isso. Assim, ficou desde logo o título entregue ao Adruzilo Lopes e ao Vasco Ferreira, com todo o mérito. Não tinhamos carro para discutir a vitória no CPR2, mas fizemos o resultado possível num rali com troços fantásticos.
- Qual o melhor momento da época? E o menos bom?
O melhor foi a vitória no Rali de Famalicão, pois foi a primeira, foi em casa e foi a minha estreia num carro de tracção integral. Tudo correu bem, desde o Mitsubishi Lancer VIII ao melhor nível, a uma equipa fantástica e ao apoio recebido. Fazer a temporada de asfalto do Campeonato de Portugal de Ralis com o João Ruivo foi outro grande momento, pois entendemo-nos desde cedo e pela confiança que foi depositada em mim, algo que me deixou à vontade e ainda mais motivado.
O menos bom foi o amargo de boca pela saída de estrada no Rali Centro de Portugal, quando iamos em busca do tempo perdido numa penalização. Era o derradeiro troço, vinhamos ao ataque e a arriscar tudo. As pessoas podem pensar que era apenas um ponto que estava em discussão ao subirmos de 4º para 3º, mas nós encaramos os ralis sempre em busca do lugar acima, nunca baixando os braços.
- Qual a prova que mais gozo deu, independentemente do resultado?
Foi o Rali Centro de Portugal. Por ter sido o primeiro rali que fiz no Nacional e por ser um rali fantástico, com classificativas espectaculares disputadas de noite. E mais gozo me deu em três momentos: no final do primeiro troço com as palavras do João, na noite cerrada do Pinhal e no final do rali pelos parabéns que recebemos, mesmo com um resultado que não nos agradou. Foi uma exibição bem melhor do que o resultado.
- Qual a tua opinião acerca do desporto motorizado em Famalicão (provas e pilotos) em 2010?
Este ano tivemos novamente pilotos a discutir as posições cimeiras de campeonatos nacionais, tivemos outros que confirmaram o seu valor e tivemos também outros que se revelaram. E tudo isto é recorrente em Famalicão todos os anos, daí se considerar o concelho como uma terra de campeões, algo que é gratificante para todos. A nível de provas, achei que as mudanças para tornar o Rali de Famalicão possível foram positivas, criaram-se boas alternativas e zonas em que o público sai beneficiado, mas que dão gozo a quem conduz, igualmente. A Super Especial manteve a fórmula dos últimos anos e decresceu em termos de espectáculo, assim como a data que afastou algum público. De resto, gostei muito de ver a pista do Jumbo cheia no Motocross, pois é uma modalidade muito acarinhada pelos famalicenses.
- Se pudesses intervir na modalidade que praticas, que medidas colocavas em acção?
A divulgação das provas e dos pilotos é essencial para chamar novos públicos e atingir outros que possam andar mais desatentos. Os patrocinadores cada vez são menos, porque o retorno que o desporto motorizado dá tem vindo a reduzir-se e há que criar atractivos para contrariar essa tendência. A nível particular nos ralis, acho que uma reestruturação é fulcral e em tempos de crise é injustificável haver tantos ralis e haver ainda mais campeonatos e mais provas.
- Que planos para a temporada de 2011?
Ainda não há um projecto definido, nem tão pouco o campeonato no qual iremos participar, mas em breve poderá haver novidades.
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