Foi uma prova muito emocional esta etapa do Open de Ralis. O Rali Rota do Medronho provou ter o esquema ideal para este campeonato, com muito público a assistir, pese embora as condições climatéricas adversas que se sentiram entre Proença-a-Nova e Oleiros. Para a história, fica a primeira vitória de Daniel Nunes, um jovem muito promissor que se apresenta, cada vez mais, como um dos favoritos ao título no final da época.
Mas engane-se se pensou que a vitória teve um único candidato, pois Ivo Nogueira andou pelo comando na maior parte da prova, perdendo essa posição já na fase final. Até lá, Nunes andou sempre a pressionar, apesar de um início algo cauteloso, onde não quis deitar nada a perder. Subindo de ritmo, principalmente na parte da tarde, o piloto do Mitsubishi Lancer VI desferiu o ataque final na antepenúltima especial, beneficiando depois de um furo no Citroën DS3 R3T de Nogueira para chegar a um triunfo com uma margem confortável. Para Daniel Nunes, o 1º lugar foi uma espécie de 3 em 1, pois venceu à geral, no Júnior e no Regional Centro.
Autor de mais uma prova de relevo, António Rodrigues, acompanhado pelo famalicense Jorge Carvalho Jr, levou o Citroën Saxo ao 2º lugar, tornando-se num caso sério em termos de campeonato. Tal como nas provas já disputadas, Rodrigues foi aumentando o ritmo competitivo, pois de manhã também optou por um ritmo defensivo, mas de tarde venceu especiais e foi pulando na tabela, chegando ao lugar intermédio do pódio. Mais uma prova de nível para Rodrigues e Carvalho, que mostraram que são capazes de lutar taco a taco com carros de tracção integral, mesmo com um carro já algo ultrapassado.
Na discussão do rali até sensivelmente meio da prova, Samir Sousa levou o Nissan Sunny GTI-R até ao 3º lugar final, um excelente resultado para o madeirense. Não arriscando a luta da vitória na parte da tarde e ainda alguns problemas com os travões do carro japonês, Samir Sousa preferiu uma toada mais regular e com isso somar pontos para o campeonato, onde será certamente um dos principais animadores.
A pensar mais no campeonato e com isso a não se intrometer em lutas desnecessárias, Renato Pita foi 4º, somando mais alguns pontos preciosos. Batido por vários carros de tracção à frente na parte inicial, beneficiou de vários abandonos dos seus adversários para chegar até às portas do pódio. Atrás de Pita ficou Daniel Ribeiro, autor de uma excelente prova, sendo ainda o vencedor do Desafio Modelstand, numa prova em que os adversários bem tentaram, mas não chegaram a incomodá-lo, verdadeiramente. O piloto do Peugeot 206 GTI deixou o azar de parte, depois de dois abandonos consecutivos. Gil Antunes foi 2º nesta competição monomarca, terminando em 6º, mas longe de Ribeiro, um pouco derivado a um pião lhe ter custado muito tempo. Manuel Inácio, mais à vontade com o Peugeot 206 GTI, foi 7º, na frente de Luís Prazeres, que com falta de ritmo competitivo, não foi além do 8º lugar na estreia do Mitsubishi Lancer VI, superando ainda assim Ivo Nogueira, que mesmo com o tempo perdido com o furo, chegou em 9º e Armindo Neves, que encerrou o lote dos dez mais rápidos.
Destaque ainda para o Troféu Fastbravo, com a vitória a sorrir a Diogo Gago, como habitualmente navegado pelo famalicense Jorge Carvalho. Uma vitória que esta dupla fez por merecer, depois do azar da última prova, mostrando nesta prova um andamento muito bom, mesmo que não tenha tido tarefa fácil para chegar ao triunfo. Com várias trocas de posição com Fábio Ribeiro, Gago nunca desistiu de lutar pelo 1º posto, chegando definitivamente a esta posição na antepenúltima classificativa, cimentando uma vantagem de quase meio minuto face ao mais directo perseguidor.
Nas hostes famalicenses, o azar perseguiu vários pilotos. A começar por Alberto Silva, navegador de Marco Lazarino, que nem tomou parte da prova, devido a motivos profissionais, ficando assim adiada a efectivação das prestações que tem vindo a conseguir, mas não tem conseguído terminar provas. Depois, ainda numa fase inicial da prova, Nuno Pombo e o famalicense Guilherme Pereira não puderam continuar a adaptação ao Abarth 500 R3T como certamente pretendiam, pois um problema mecânico ao nível da embraiagem na PEC 3, quando seguiam até então na 35ª posição da geral.
Morrer na praia é certamente uma frase mítica que espelha a prova de Nuno Pina/Sérgio Rocha. A dupla famalicense esteve sempre na discussão dos lugares cimeiros do Desafio Modelstand, fazendo marcação aos seus adversários, mas nunca sem colocar em risco um lugar no pódio que lhe permitisse somar pontos. De certa forma prejudicando quando lhe viu atribuído um tempo após uma especial neutralizada, Pina não baixou os braços e quando estava no encalço do 2º classificado até então, Carlos Fernandes, que viria a sair de estrada também na derradeira especial, deu um toque, não conseguíndo prosseguir em prova. Azar para a dupla de Famalicão, que soma assim novo abandono, num início de temporada aziago.
No rol de abandonos figuram ainda pilotos como Luís Mota, Pedro Matias, Fabrício Lopes e Carlos Vieira, todos por despiste.
Classificação Final
1º Daniel Nunes/Carlos Ramiro (Mitsubishi Lancer VI) - 1h01m44,5s
2º António Rodrigues/Jorge Carvalho (Citroën Saxo), a 1m09,9s
3º Samir Sousa/Hugo Magalhães (Nissan Sunny GTI-R), a 1m21,5s
4º Renato Pita/Marco Macedo (Mitsubishi Lancer VI), a 1m56,6s
5º Daniel Ribeiro/Paulo Silva (Peugeot 206 GTI), a 2m07,2s
6º Gil Antunes/Ricardo Domingos (Peugeot 206 GTI), a 3m15,7s
7º Manuel Inácio/Fábio Vasques (Peugeot 206 GTI), a 4m03,8s
8º Luís Prazeres/Tiago Mendes (Mitsubishi Lancer VI), a 4m11,2s
9º Ivo Nogueira/Vítor Hugo (Citroën DS3 R3T), a 4m51,3s
10º Armindo Neves/Bernardo Gusmão (Mitsubishi Lancer VII), a 4m55,6s
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31º Diogo Gago/Jorge Carvalho (Seat Marbella), a 15m37,6s
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NC - Marco Lazarino/Alberto Silva (Fiat Punto HGT) - Ausentes
NC - Nuno Pombo/Guilherme Pereira (Abarth 500 R3T) - Avaria Mecânica na PEC 3
NC - Nuno Pina/Sérgio Rocha (Peugeot 206 GTI) - Despiste na PEC 8
FOTOS: Ralis Online
O Open de Ralis prossegue dentro de 4 semanas, com a realização do Rali Vidreiro, na zona de São Pedro de Moel e Leiria.
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