Domínio à chuva de Bruno Magalhães. Rodrigues é 6º, Costa abandona perto do final

Foi debaixo de muita chuva, frio e nevoeiro que se travou mais uma batalha do Campeonato de Portugal de Ralis, desta feita em Fafe, com o Rali do Porto, levando mesmo à anulação de uma PEC, mas mesmo assim foi uma boa moldura humana que compôs as zonas circundantes às estradas onde passaram, uma vez mais, poucos concorrentes.

A justificar o favoritismo, Bruno Magalhães e Mário Castro venceram todos as classificativas que compunham o Rali, deixando a concorrência directa a mais de dois minutos, provando que o Peugeot 207 S2000 é o carro a bater e nem a muita lama encontrada nas rápidas estradas de Fafe foi impeditivo para o domínio. O piloto de Lisboa entrou a matar logo na Super Especial de 6ª feira e na manhã de Sábado começou a cimentar e dilatar a vantagem, numa estratégia de ataque contínuo, para não haver espaços à desconcentração. "A táctica passava por entrar ao ataque desde o primeiro metro da super-especial, foi o que fizemos. De manhã o carro estava bom, apesar dos pisos difíceis atacamos na mesma. Na secção da tarde já estávamos mais à vontade e o andamento foi para gerir a vantagem adquirida", explicou o vencedor.

José Pedro Fontes/António Costa levaram o Fiat Punto S2000 até ao 2º lugar, num rali onde o único adversário que tiveram foram eles próprios. Perante um Bruno Magalhães inalcançável e com Fernando Peres a par de alguns problemas, Fontes limitou-se a levar o carro até ao fim, ainda com alguns sustos dado o embaciamento dos vidros. Os 8 pontos para o campeonato acabam por ser, de alguma maneira, positivos, esperando-se alguma evolução nas próximas provas.

A fechar o pódio, a dupla Fernando Peres/José Pedro Silva, que venceu o Grupo N. Ainda assim, vários problemas marcaram a sua prova, com um toque em Lameirinha 1, que fez recuar uma roda e depois o motor do Mitsubishi Lancer começou a falhar na parte da tarde, ainda assim um bom resultado para a equipa.

Adruzilo Lopes, acompanhado pelo famalicense André Cortinhas, mostrou que a experiência vale muito perante tais condições climatéricas, mesmo com um Subaru Impreza ultrapassado face à concorrência. O 4º lugar à geral e o 2º no Agupamento de Produção levam o piloto de Vizela até à liderança desta classe.

Bem perto de Adruzilo terminou o vencedor entre as 2 Rodas Motrizes e da Taça Diesel, Pedro Leal, com Redwan Cassamo, no Fiat Stilo Multijet, naquela que foi a melhor prestação deste carro no Nacional de Ralis. Alguns problemas electrónicos da parte da manhã impediram a dupla de subir mais um degrau na tabela classificativa.

Na 6ª posição, surge o regressado Pedro Rodrigues e o seu habitual navegador Sérgio Rocha, no Subaru Impreza. A dupla de Famalicão efectuou uma prestação bastante positiva, muito regular e sem problemas de maior, ficando provada a diferença entre o carro que utilizou no ano transacto, para este que tripula agora, porém o facto de não estar inscrito no campeonato faz com que não pontue.

Ricardo Costa/Nuno Almeida foram, novamente, vítimas do azar, num rali em que demonstraram um excelente andamento, rubricando tempos notáveis, onde se destaca um 3º lugar da geral. A quebra da transmissão do Mitsubishi Lancer VIII logo na Super Especial fez a dupla cair para a última posição, com uma penalização de 3 minutos, porém uma tuada de ataque permitiu a subida até ao 6º lugar. Numa prova bem ritmada, mas com sobressaltos - um toque no carro de segurança (acontece tudo a Ricardo Costa!!!) - viria depois a acabar fora da estrada no derradeiro troço. Fica a expectativa de melhor sorte e resultados para a dupla famalicense.

Filipe Martins, que co-pilotava Pedro Fins, foi também autor de uma excelente prova, acabando na 2ª posição do Challenge Citroën C2, fechando também o Top-10. Uma penalização de 30 segundos atrasaria a dupla do pequeno carro francês, que rubricou constantemente tempos entre os 3 primeiros do troféu, ficando provado que podem discutir de forma regular os lugares cimeiros. Os vencedores, Carlos Costa/Alberto Oliveira, a jogarem em casa, ficaram com uma vantagem de mais de 1 minuto.

José Pedro Miranda levou o Peugeot 206 até ao final, no seu regresso ao principal campeonato de ralis, ainda assim com alguns precalços pelo caminho. Alguns toques impediram uma melhor prestação do piloto, que terminou na 15ª posição.

Pelo caminho, ficaram Bernardo Sousa, que deu um toque no Mitsubishi Lancer IX, ainda na parte da manhã, Nuno Barroso Pereira, em Fiat Punto S2000 sentiu-se indisposto e abandonou no final de Lameirinha 1, Valter Gomes ainda deu espectáculo no Mitsubishi Lancer VIII, mas problemas de transmissão impediram de terminar a prova e Pedro Meireles nem sequer iniciou a prova, pois estava fortemente engripado. Também entre os desistentes, figurou o famalicense José Janela, co-piloto de João Fernando Ramos. A dupla do Renault Clio RS viu alguns problemas mecânicos porem fim à prova, em Luílhas 1.

Classificação Final

1º Bruno Magalhães/Mário Castro - Peugeot 207 S2000 - 1h05m36,4s

2º José Pedro Fontes/António Costa - FIAT Punto S2000 - a 2m08,7s

3º Fernando Peres/José Pedro Silva - Mitsubishi Lancer Evo IX - a 4m36,2s

4º Adruzilo Lopes/André Cortinhas - Subaru Impreza N11 - a 7m34,4s

5º Pedro Leal/Redwan Cassamo - FIAT Stilo Multijet - a 7m35,9s

6º Pedro Rodrigues/Sérgio Rocha - Subaru Impreza WRX - a 12m16,0s

7º Francisco Barros Leite/Luís Ramalho - SEAT Ibiza TDI Cupra - a 13m14,9s
8º Carlos Costa/Alberto Oliveira - Citroen C2 GT - a 14m11,7s

9º Luis Cardoso/Isabel Branco - Mitsubishi Lancer Evo VIII - a 15m25,8s

10º Pedro Fins/Filipe Martins - Citroen C2 GT - a 15m29,3s

15º José Pedro Miranda/José Carvalho - Peugeot 206 - a 24m50,0s

Campeonato

1º Bruno Magalhães - 20 pontos

2º José Pedro Fontes - 14 pontos

3º Fernando Peres - 9 pontos

4º Adruzilo Lopes - 9 pontos

5º Bernardo Sousa - 8 pontos

A próxima prova do Campeonato de Portugal de Ralis é o Vodafone Rali de Portugal, que se realiza entre 8 e 10 de Maio, uma vez mais no Algarve e onde a caravana portuguesa terá a companhia dos concorrentes do IRC Series.