21 setembro 2010

Assim sim! Lutas quentes no Centro de Portugal e vitória para Fontes

Se antes do rali ir para a estrada, a mais curta lista de inscritos do Nacional de Ralis transparecia alguma apreensão, o Rali Centro de Portugal provou a veracidade do ditado "poucos, mas bons"! Há muito que um rali do principal campeonato não era tão disputado, tendo ainda a cereja no topo do bolo: a 1ª vitória de um GT, com José Pedro Fontes. Famalicenses exibiram-se em nível elevado.

Desde cedo se percebeu que a luta seria a dois... pois Bernardo Sousa auto-excluiu-se da vitória com um aparatoso despiste logo no Shakedown, deixando o Ford Fiesta S2000 irreparável. Assim, candidatos assumidos apenas Miguel Campos, que tinha o handicap da falta de conhecimento do Ford e José Pedro Fontes, que ambicionava uma vitória ao volante do Porsche 911 GT3.

Nos troços nocturnos de 6ª feira, o famalicense não conseguiu impôr a sua lei, mas terminava o dia à frente depois de Fontes ter alguns problemas eléctricos no Porsche e que custaram alguns segundos. Mais para trás, luta feroz pelo 3º lugar do pódio entre Ricardo Moura, Vítor Pascoal e Pedro Peres, com Pascoal a não ter argumentos para discutir os lugares da frente e os dois homens dos Mitsubishi a ambicionarem a vitória na Produção. Grande batalha era travada igualmente pela liderança do CPR2, com Adruzilo Lopes, navegado pelo famalicense Vasco Ferreira, e Barros Leite a discutirem ao segundo, terminando o dia com a dupla do Renault Clio R3 na frente. Afastado da luta pelos lugares cimeiros das 2 Rodas Motrizes estava já João Ruivo, desta feita navegado por João Peixoto. A dupla famalicense sofreu uma penalização de um minuto em virtude de um problema na direcção assistida do Fiat Stilo Multijet e atrasava-os. Também com alguns problemas mecânicos, a dupla Ricardo Marques e o famalicense Jorge Carvalho não tinham um primeiro dia fácil, enquanto Guilherme Pereira, co-piloto de Marco Lazarino, terminava a etapa no 16º lugar, após uma fase de adaptação entre ambos.

Para Sábado estavam guardadas as decisões do rali e José Pedro Fontes cedo começou a pressionar Miguel Campos, mas o piloto de Famalicão soube responder aos ataques do adversário e entrava para as duas derradeiras especiais (Pinhal do Rei) na frente e com cerca de 16 segundos para gerir. Com um traçado mais favorável ao Porsche, Fontes jogava os trunfos e num último folêgo, suplantou Miguel Campos, somando uma vitória importante no panorama dos ralis nacionais, pois foi a 1ª vez que um GT triunfou. Campos resignou-se com o 2º lugar, tendo noção que era difícil contrariar a potência do Porsche, ainda que se tenha apresentado em excelente forma e deixando antever que pode vencer até ao final da época.

Na luta pelo pódio, Pedro Peres conseguiu "in extremis" chegar ao lugar mais baixo, mesmo depois de deixar o carro ter ido abaixo e de ter furado. Com uma derradeira especial ao ataque, Peres ultrapassou de uma assentada Pascoal e Moura, alcançando um resultado digno das prestações que vinha tendo. O açoreano Ricardo Moura não conseguiu suster Peres, ficando com o 4º lugar e saboreou o facto de ter já alcançado o título no Grupo N. Sem carro para a concorrência e com algumas afinações questionáveis para este tipo de traçado, Vítor Pascoal não conseguiu reduzir muito a diferença pontual no campeonato face a Bernardo Sousa, não indo além do 5º posto.

No CPR2, o ritmo imposto por Adruzilo Lopes e Barros Leite foi completamente diabólico e o triunfo só ficou decidido na penúltima classificativa, quando um furo no Seat Leon atrasou Barros Leite e deixou o seu adversário isolado. No 3º lugar ficou Paulo Antunes, autor de uma excelente prova. Menos sorte teve João Ruivo, que tentou o tudo por tudo para reduzir a diferença para o pódio e até mesmo para chegar até esse objectivo, mas um toque na parte da manhã e um despiste sem consequência, onde só com ajuda do público foi possível retirar o Fiat Stilo, já na derradeira classificativa fizeram com que o famalicense se afundasse na tabela e visse Adruzilo Lopes fugir nas contas do campeonato.

Logo atrás de Ruivo terminou outro famalicense, Guilherme Pereira. A dupla formada com Marco Lazarino funcionou na perfeição e apenas um furo e um ligeiro problema no motor do Fiat Punto atormentou a prova do co-piloto de Famalicão. O 14º posto foi um excelente resultado para a equipa, que sabia de antemão que era difícil fazer melhor prestação. Com algum azar na 2ª Etapa, Marques e Jorge Carvalho Jr também se atrasaram na classificação geral, em virtude de um problema no motor do Citroën C2 R2 Max e de uma saída de estrada sem consequências, mas que os atirou para o 15º posto.

Apesar de este ter sido uma excelente prova, os responsáveis máximos pelos ralis têm de estar atentos à situação vivida. A qualidade é elevada, mas as curtas listas de inscritos são um encargo para os clubes organizadores, que não vêm as suas receitas aumentarem só por um rali ter sido extremamente bem disputado.

Classificação Final
1º José Pedro Fontes/Paulo Babo (Porsche 911 GT3) - 1h03m30,9s
Miguel Campos/Aloísio Monteiro (Ford Fiesta S2000), a 5,8s
3º Pedro Peres/Tiago Ferreira (Mitsubishi Lancer IX), a 1m30,2s -- 1º Gr. N
4º Ricardo Moura/António Costa (Mitsubishi Lancer IX), a 1m32,1s -- 2º Gr. N
5º Vítor Pascoal/Mário Castro (Peugeot 207 S2000), a 1m35,5s
6º Pedro Meireles/Jorge Henriques (Subaru Impreza WRX), a 2m24,1s -- 3º Gr. N
7º Adruzilo Lopes/Vasco Ferreira (Renault CliO R3), a 2m40,8s -- 1º CPR2
8º Francisco Barros Leite/Luís Ramalho (Seat Leon TDI), a 3m32,7s -- 2º CPR2
9º Nuno Barroso Pereira/Hugo Magalhães (Subaru Impreza WRX), a 5m04,4s
10º Paulo Antunes/Alberto Oliveira (Citroën C2 R2 Max), a 5m05,7s -- 3º CPR2
(...)
13º João Ruivo/João Peixoto (Fiat Stilo Multijet), a 10m15,5s
14º Marco Lazarino/Guilherme Pereira (Fiat Punto HGT), a 12m30,4s
15º Ricardo Marques/Jorge Carvalho (Citroën C2 R2 Max), a 13m28,1s

O Rali de Mortágua, marcado para 16 e 17 de Outubro, é a próxima prova do Campeonato de Portugal de Ralis.

Fotos: Ralis.Online, Pregoafundo.com e João Lavadinho

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