Foi um fim de semana pleno de adrenalina aquele que foi passado no Circuito da Boavista, em mais uma edição do Grande Prémio Histórico do Porto. Máquinas de outrora e pilotos de outras épocas mas também ainda em actividade, marcaram presença em várias corridas disputadas ao longo dos três dias de competição, destacando-se a presença vitoriosa dos pilotos famalicenses.Depois da chuva ainda ter aparecido nos treinos de 6ª feira, o sol instalou-se ao longo dos dois dias restantes, levando até às bancadas e imediações do traçado da Boavista milhares de espectadores e curiosos. Muitas corridas, enorme espectáculo e animação foram os ingredientes de mais uma presença dos Históricos no traiçoeiro circuito da Invicta.
O ex-libris do GP Histórico era, sem dúvida alguma, a corrida reservada aos Fórmula 1 Históricos, denominada GP Masters. O vencedor foi encontrado após o somatório das duas corridas, com Ollie Hancook a levar o Surtees TS19 ao lugar mais alto do pódio, tarefa facilitada depois do abandono de Steve Allen na segunda manga, que tinha vencido a primeira corrida.
1º Ollie Hancock (Surtess TS19) - 20 voltas em 42m56,737s
2º Richard Barber (Fittipaldi F5A), a 43,886s
3º Frank Lyons (McLaren M26), a 2 voltas
4º Rick Carlino (March 811), a 2 voltas
5º Paul Grant (Trojan 103), a 2 voltas
Mike Donovan foi o dominador da corrida de Masters Sport-Protótipos, uma prova que tinha muitos carros que já participaram em provas de resistência, nomeadamente em Le Mans. O britânico que tripulou um Spice SE88C foi o vencedor de ambas as mangas, não dando chances à concorrência, nomeadamente Nathan Kinch, 2º também nas duas corridas, enquanto Frederic da Rocha e António Nogueira foram 3ºs, na 1ª e 2ª manga, respectivamente, contudo a classificação final foi encontrada pela soma das duas.
1º Mike Donovan (Spice SE 88C) - 30 voltas em 1h01m26,244s
2º Nathan Kinch (Spice SE 89C), a 25,614s
3º António Nogueira (Marcos LM600 GT2), a 2 voltas
4º Andy Newall (Ford GT-40), a 2 voltas
5º Alain Schlesinger (Tiga GC 287), a 2 voltas
Numa competição similar, chamada de World Sportscar Masters, as duas corridas foram bem disputadas e com dois vencedores diferentes, embora tenha sido Jamie Boot o vencedor depois do somatório das mangas, mesmo não tendo vencido nenhuma. Na 1ª foi Carlos Barbot que impôs o Lola T70, enquanto na 2ª o mais rápido foi a dupla Anthony e Ollie Hancock, superiorizando-se a outra dupla nacional também num Lola, composta por Miguel Paes do Amaral e Manuel Mello Breyner.
1º Jamie Boot (Chevron B16 C) - 23 voltas em 53m55,202s
2º David Forsbrey (Ford GT-40), a 16,140s
3º Laurie Bennett (McLaren M1B), a 21,914s
4º Mark Bates (Porsche 911 RSR), a 42,364s
5º Rui Macedo e Silva/Carlos Santos (Ford GT-40), a 1m02,935s
Nos monolugares da Fórmula Júnior, Nathan Kinch foi o grande vencedor, dominando categoricamente as duas corridas do programa. Ben Simms confirmou o 2º posto ao terminar ambas as provas nessa mesma posição, deixando lá mais para trás o também britânico David Hall.
1º Nathan Kinch (Lotus 22) - 22 voltas em 53m04,362s
2º Ben Simms (Elva 200), a 1m06,562s
3º David Hall (BMC MK2), a 3m24,516s
4º Larry Kinch (Lotus 20/22), a 2 voltas
5º Anthony Goddard (Tojero), a 2 voltas
Na prova reservada aos Clássicos Pré-66, o grande vencedor foi o famalicense Luís Gomes, regressado às competições depois de longa ausência. Com o habitual Ford Escort RS, Luís Gomes impôs a sua lei triunfando longo na 1ª corrida, depois de João Paulo Matos se ter atrasado e deixado o famalicense confortavelmente na liderança. Para a 2ª corrida, as coisas não foram mais fáceis, com o piloto de Famalicão a conseguir chegar ao 1º lugar, depois de Nathan Kinch ter partido o motor e com o óleo deixado na pista a causar o despiste de mais dois concorrentes, obrigando a uma paragem na prova. Gomes cimentou ainda mais a diferença, suplantando os adversários por larga margem.
1º Luís Gomes (Ford Escort RS) - 18 voltas em 1h16m03,789s
2º Philip Burgess (Mini Cooper S), a 1m24,765s
3º Luís Sousa Ribeiro (Jaguar XJS), a 1m59,580s
4º Fernando Soares (Mini Cooper S), a 2m01,910s
5º Richard Dodkins (Mini Cooper S), a 2m13,939s
A ANPAC (Associação Nacional de Pilotos de Automóveis Clássicos) organizou duas competições, uma reservada aos Clássicos 1300 e outra para os concorrentes que habitualmente competem no principal campeonato, com a particularidade de não haver classificação conjunta, ao contrário das restantes provas disputadas na Boavista.
Na Taça até 1300, Rui Azevedo foi a principal figura da 1ª corrida, não dando quaisquer hipóteses à concorrência, tal foi a diferença para Paulo Antunes e Alexandre Beirão, que completaram o pódio. Na 2ª manga, as coisas não correram de feição ao piloto do Ford Escort, sendo penalizado com um drive through e posteriormente um toque, deixando a vitória entregue a Paulo Antunes, secundado por Fernando Soares e Emídio Pereira.
Corrida 1
1º Rui Azevedo (Ford Escort RS) - 11 voltas em 27m11,710s
2º Paulo Antunes (Datsun 1200), a 20,642s
3º Alexandre Beirão (Alfa Romeo Alfasud), a 25,247s
4º Fernando Soares (Fiat 128 Sport), a 53,159s
5º José Fafiães (Datsun 1200), a 53,923s
Corrida 2
1º Paulo Antunes (Datsun 1200) - 11 voltas em 27m46,696s
2º Fernando Soares (Fiat 128 Sport), a 21,209s
3º Emídio Pereira (Datsun 1200), a 1m32,625s
4º Rui Castro (Datsun 1200), a 1 volta
5º Carlos Cruz (NSU TT), a 1 volta
No que diz respeito à Taça ANPAC > 1300, Luís Barros venceu a 1ª corrida, impondo o Porsche 930 Turbo ao Ford Capri 3.5 que António Nogueira apresentou pela primeira vez nas competições nacionais. O piloto de Famalicão não teve tarefa fácil, mas controlou bem o andamento do adversário, somando a tão desejada vitória. Carlos Santos resignou-se ao lugar mais baixo do pódio, enquanto os restantes famalicenses em prova tiveram prestações diferentes, com César Machado a ser o 4º mais veloz, depois de intensa luta com Rui Alves, enquanto Frederico Ferreira, partindo muito atrás na grelha de partida, foi recuperando posições até ao 12º lugar.
Na 2ª corrida, Luís Barros voltou a ser o mais rápido, desta vez tendo em Carlos Santos o mais próximo perseguidor, com a vantagem a ser inferior a 2 segundos para o piloto da AMOB Racing. António Nogueira desta feita desceu ao 3º lugar, na frente de um endiabrado César Machado que ainda se mostrou disposto a discutir com Nogueira, vendeu cara a luta pelos lugares do pódio, repetindo o 4º lugar. Com uma melhor prestação nesta manga, Frederico Ferreira foi o 7º classificado, num ano que os resultados parecem não ir ao encontro do piloto famalicense.
Corrida 1
1º Luís Barros (Porsche 930 Turbo) - 11 voltas em 25m16,845s
2º António Nogueira (Ford Capri RS), a 4,435s
3º Carlos Santos (Porsche 911 RSR), a 14,213s
4º César Machado (Ford Escort RS), a 22m264s
5º Rui Alves (Ford Escort RS), a 22,693s
(...)
12º Frederico Ferreira (Ford Escort RS), a 1 volta
Corrida 21º Luís Barros (Porsche 930 Turbo) - 12 voltas em 27m16,515s
2º Carlos Santos (Porsche 911 RSR), a 1,723s
3º António Nogueira (Ford Capri RS), a 5,260s
4º César Machado (Ford Escort RS), a 8,549s
5º Joaquim Jorge (Ford Escort RS), a 26,767s
(...)
7º Frederico Ferreira (Ford Escort RS), a 1m32,976s
O Grande Prémio Histórico do Porto encerrou com a corrida reservada aos Gentlemen Drivers (Pre-66 GT), a única prova de resistência do programa. O vencedor, ao fim 1h30m de intensa actividade com duas entradas do Safety Car, foi a dupla Sean Walker/Ian Flux, com um Lotus Elan 26R, na frente de Miguel Pais do Amaral/Manuel Mello Breyner, segundos com um AC Cobra e de Carlos Cruz/Carlos Barbot, terceiros, com um Jaguar E-Type.
1º Sean Walker/Ian Flux (Lotus Elan 26R) - 31 voltas em 1h30m32,447s
2º Miguel P. Amaral/Manuel M. Breyner (AC Cobra), a 22,381s
3º Carlos Cruz/Carlos Barbot (Jaguar E-Type), a 23,923s
4º Nathan Kinch (Jaguar E-Type), a 1m37,073s
5º Mark Gibbon/David Hall (Chevrolet Corvette), a 2m08,285s
Os motores voltam ao traçado desenhado em redor do Parque da Cidade do Porto no fim de semana de 1 a 3 de Julho, com o Mundial de Turismos/WTCC a ser a competição que encabeça o cartaz.
Fotos: Autosport e Manuel Bessa Carvalho
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