Luís Mota e Gondomar parecem encaixar na perfeição, pois o piloto do Mitsubishi Lancer IV venceu pela 3ª vez a prova do GAS, reaproximando-se da luta pela liderança do Open de Ralis. Foram dois dias plenos de emoção, mas nem todos pareceram contentes com a estrutura adoptada para um rali deste campeonato, numa prova que esteve ao nível de algumas do patamar superior dos ralis nacionais. O Rali Cidade de Gondomar fica ainda marcado pela forte presença de pilotos famalicenses!
Nem tudo foi fácil para Luís Mota, pois logo no troço inaugural, um furo atrasava-o para posições inferiores e a neutralização da especial seguinte em virtude do despiste de Daniel Nunes, mantinha aquele que seria o vencedor do rali ainda algo distante da liderança. O caminho para o 1º lugar ficou aberto depois do piloto local Nuno Cardoso ter dado um ligeiro toque ainda no dia de Sábado, permitindo a Mota ascender ao comando das operações, de onde não víria mais a sair, apesar de Cardoso ainda ter esboçado um último ataque nas primeiras especiais de Domingo.
Nuno Cardoso terminou então perfeitamente seguro na 2ª posição, pois não conseguiu aproximar-se eficazmente de Luís Mota e com vantagem significativa para Diogo Salvi, uma das figuras desta temporada pela regularidade demonstrada em várias provas, sempre com resultados positivo. Salvi teve algumas dificuldades em suplantar os melhores carros de tracção dianteira no dia de Sábado, mas sendo os troços do dia seguinte mais favoráveis ao seu Mitsubishi Lancer VI conseguiu aí alargar a distância para o 4º classificado e somar mais um pódio.
Autores de uma prova de trás para a frente, Renato Pita e o famalicense José Janela não tiveram um rali fácil, contudo os objectivos da equipa mantém-se intactos, até porque se aproximaram do 1º posto do campeonato. Com um Mitsubishi Lancer VII mais evoluído face à última prova, o início do rali ficou marcado pelo parco rendimento demonstrado pelo motor que os relegava para o 8º lugar no final da primeira etapa, no entanto e mesmo com limitações ao nível dos pneus, subiriam até ao 4º posto e seguraram a vice-liderança no Open de Ralis.
Se até aqui as posições ficaram naturalmente definidas e sem grandes discussões, a partir daqui foi uma autêntica lotaria e só na recta final tudo se decidiu, numa das lutas mais interessantes de todo o rali, a do Desafio Modelstand. No final do 1º dia, era a dupla famalicense João Ruivo/João Peixoto quem liderava, ocupando o 4º lugar da geral, mesmo só tendo ganho uma das especiais no que toca ao troféu que utiliza os Peugeot 206 GTI.
Mas Ruivo viu a concorrência, nomeadamente Daniel Ribeiro, Gil Antunes e Manuel Inácio aproximarem-se consideravelmente nas duas primeiras especiais de Domingo, chegando a estarem separados por pouco mais de 10 segundos. O famalicense desferiu o ataque final e segurou a vantagem, superiorizando-se a Daniel Ribeiro e ao seu navegador também ele de Famalicão, André Cortinhas, que tiveram alguns problemas no Sábado, em concreto um toque que fez com que atenuasse o ritmo imposto por esta dupla, que no entanto terminou em 6º da geral, 2ºs entre os concorrentes do Desafio Modelstand. Quanto a Gil Antunes, um tubo da gasolina solto atrasou-o irremediavelmente desta luta, já Manuel Inácio seria obrigado ao abandono devido a um apoio do motor partido, situação que levaria à neutralização da derradeira especial.
Nos restantes lugares do Top-10 terminaram Arturo Cota, Carlos Fernandes, Fabrício Lopes e Ivan Carquejo. Neste rali, Carlos Fernandes contou com a presença do famalicense Vasco Ferreira ao seu lado, que assim colocou a sua experiência ao dispôr do jovem piloto que dá ainda os primeiros passos nos pisos de terra. Com alguns problemas de motor no Peugeot 206 GTI na fase inicial da prova, assim que ficaram resolvidos a dupla iniciou uma boa recuperação, com tempos dentro do grupo da frente. Este resultado permite ainda a Fernandes assumir a liderança do Desafio Modelstand.
Logo após o Top-10, classificava-se a dupla famalicense Mário Almeida/Nuno Almeida. De regresso aos ralis, depois de algum tempo parado, o piloto do Mitsubishi Lancer VI teve em bom nível, efectuando vários cronos dentro dos dez mais rápidos. Um toque fez com que danificasse o eixo traseiro já na etapa de Domingo, mas um forcing final levou à recuperação de algumas posições, ficando a somente 0,2 segundos do concorrente que o antecedeu.
Continuando a adaptação e aprendizagem aos pisos de terra, Nuno Pombo como habitualmente navegado pelo famalicense Guilherme Pereira foram 20ºs classificados, numa prova onde já evidenciaram um andamento bem mais positivo e eficaz. O Fiat Punto HGT utilizado nesta fase enquanto o Abarth 500 não está desenvolvido para terra esteve ao melhor nível, permitindo a evolução em termos de classificação geral, à medida que o rali ia avançando.
Mais atrás terminou Mariana Neves de Carvalho, navegada por Filipe Martins, num rali em que apenas um problema com a ventoínha derivada de um salto mais ousado da jovem famalicense lhe causou alguma apreensão. De resto, a piloto foi melhorando os tempos conseguídos e saiu de Gondomar satisfeita com a prestação, que culminou na 25ª posição final.
Ainda presente a ostentar as cores de Famalicão estiveram duas duplas no Troféu Fastbravo. Jorge Carvalho foi o co-piloto de Diogo Gago, ficando às portas do pódio nesta competição, onde têm naturais aspirações à conquista do título. Também presente esteve Alberto Silva, que navegou António Costa, naquilo a que se pode classificar de um carro de navegadores. Aos comandos de um Seat Marbella, a dupla não tinha grandes objectivos definidos, apenas a diversão e concluiu a prova na 5ª posição entre os participantes ao Troféu Fastbravo, depois de alguns contratempos com a mecânica do pequeno carro.
Justino Reis foi outro famalicense presente, ao navegar Rui Barbosa num Toyota Yaris, repetindo assim a presença do ano anterior. Nas contas finais, foram 33ºs classificados, num rali sem grandes problemas no pequeno carro japonês.
No rol dos abandonos figuraram os líderes do campeonato, António Rodrigues e o famalicense Jorge Carvalho, em virtude de um toque e consequente quebra da suspensão no Peugeot 206 GTI, e destaque ainda para a saída de estrada de Daniel Nunes e a avaria mecânica no BMW M3 de Luís Bastos e do famalicense Paulo Marques.
Classificação Final
1º Luís Mota/Alexandre Ramos (Mitsubishi Lancer IV) - 1h01m13,8s
2º Nuno Cardoso/Mário Paiva (Mitsubishi Carisma GT), a 37,9s
3º Diogo Salvi/Luís Cavaleiro (Mitsubishi Lancer VI), a 1m22,8s
4º Renato Pita/José Janela (Mitsubishi Lancer VII), a 2m05,0s
5º João Ruivo/João Peixoto (Peugeot 206 GTI), a 2m34,1s
6º Daniel Ribeiro/André Cortinhas (Peugeot 206 GTI), a 2m42,2s
7º Arturo Cota/Ricardo Faria (Seat Leon 4X4), a 2m56,4s
8º Carlos Fernandes/Vasco Ferreira (Peugeot 206 GTI), a 3m16,7s
9º Fabrício Lopes/Pedro Vaz (Peugeot 206 GTI), a 3m27,0s
10º Ivan Carquejo/Valter Cardoso (Peugeot 206 GTI), a 3m37,9s
11º Mário Almeida/Nuno Almeida (Mitsubishi Lancer VI), a 3m38,1s
(...)
20º Nuno Pombo/Guilherme Pereira (Fiat Punto HGT), a 6m34,7s
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25º Mariana N. Carvalho/Filipe Martins (Peugeot 206 GTI), a 8m13,2s
(...)
29º Diogo Gago/Jorge Carvalho (Seat Marbella), a 9m18,7s
30º António Costa/Alberto Silva (Seat Marbella), a 9m34,5s
(...)
33º Rui Barbosa/Justino Reis (Toyota Yaris), a 11m16,4s
(...)
NC - António Rodrigues/Jorge Carvalho Jr (Peugeot 206 GTI) - Avaria Mecânica na PEC 2
NC - Luís Bastos/Paulo Marques (BMW M3) - Avaria Mecânica na PEC 5
O Open de Ralis desloca-se agora até ao Sul, com a disputa do Rali de Loulé/Casinos de Vilamoura marcado para 8 e 9 de Outubro.
Fotos: Ralis Online, Sportmotores, Mário Monteiro e oficiais
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