Ricardo Teodósio não deu quaisquer chances e venceu com domínio esclarecedor o Rali Casinos do Algarve. Só que o algarvio, a pontuar para a Taça, ficou com a vitória moral, pois entre o CPR foi Pedro Meireles quem se sagrou vencedor. Destaque para a confirmação de João Silva e do famalicense José Janela como campeões no CPR2, procurando agora outros voos.
O Rali Casinos do Algarve entrou para a história. Apenas 11 inscritos no Campeonato de Portugal de Ralis, traduzindo-se em 10 participantes pois Pedro Peres primou pela ausência. Desses 10, todos concluiram a prova, mas com diferenças enormes entre eles. Além disso, a "bofetada de luva branca" dada por Teodósio alertou para uma realidade não prevista pela FPAK, quando criou a Taça de Portugal de Ralis. O piloto do Mitsubishi Lancer IV, uma viatura VSH, venceu todas as especiais e deu um "calendário" de mais de 2 minutos ao 2º classificado absoluto, o vencedor do CPR, Pedro Meireles. Mas o insólito é a existência de tantas classificações para tão poucos inscritos, bem poucos terem conhecimento de como as apresentar correctamente.
Com Teodósio num campeonato à parte, as discussões competitivas também foram praticamente inexistentes, situação já prevista, pois tudo estava já praticamente decidido e com as ausências de Ricardo Moura e Vítor Lopes, principais animadores do campeonato. Pedro Meireles foi sendo o mais esclarecido, pese embora alguns problemas de travões que o condicionaram na primeira metade da prova e depois ter sido um furo na derradeira especial a colocar em risco a sua vitória no CPR. O piloto do Mitsubishi Lancer X minimizou uma temporada pouco conseguída com nova pontuação máxima, curiosamente no Algarve novamente e chegou ao 3º lugar em termos de campeonato.
Apesar de serem campeões mesmo antes do rali começar, João Silva e José Janela queriam nova vitória no CPR2 e acabar o ano em grande. Uma animada luta com Ivo Nogueira marcou todo o rali, mas só por uma especial a dupla do Renault Clio R3 se deixou ultrapassar na tabela classificativa, assumindo a liderança logo de seguida novamente. No entanto, um furo na penúltima classificativa atrasava Silva e com poucas hipóteses de vencer, mas problemas de travões no Citroën DS3 R3T de Ivo Nogueira nos últimos quilómetros fez regressar João Silva ao 1º lugar no CPR2. Agora, João Silva e José Janela já apontam a uma internacionalização, sendo o IRC ou mesmo o WRC Academy as hipóteses em jogo.
Com uma prestação digna, embora sem argumentos para discutir os lugares da frente, Vítor Pascoal acabou o ano no 3º lugar. O Mitsubishi Lancer VIII não apresentou problemas, mas para além de não permitir a Pascoal chegar perto da liderança, foi também incapaz de segurar atrás de si os melhores entre as 2 rodas motrizes. No fundo, e mesmo a cumprir calendário, Vítor Pascoal concluiu um rali com um resultado bem melhor do que uma regular exibição.
Renato Pita terminou logo atrás, mas também ele só pontuaria para a Taça de Portugal. Aos comandos de um Mitsubishi Lancer VII e tendo Jorge Carvalho Jr como navegador, Pita nem esboçou reacção face a um Teodósio de outro mundo. Rodando sempre em 2º na Taça, ainda chegou a acalentar o sonho de se sagrar campeão, mas algumas desistências na fase final permitiram a Júlio Bastos subir a 4º e com isso o título ia para o piloto do BMW.
Quem rubricou uma exibição um pouco aquém das expectativas foi Miguel Barbosa. O jovem famalicense efectuou uma troca de navegadores em cima do rali, sendo António Costa a ser o escolhido numa situação que lhe permitiu sagrar-se Campeão Nacional de navegadores. No entanto, a experiência de Costa não chegou para Miguel Barbosa discutir as posições cimeiras, pese embora o seu pouco conhecimento do Mitsubishi Lancer IX em pisos molhados e bastante escorregadios. O 6º lugar no CPR não deixa de ser um resultado positivo para o piloto de Famalicão, que ganhou mais quilómetros e acumulou experiência para enfrentar a próxima temporada com outros objectivos.
Mais um rali complicado para Ricardo Marques e para o famalicense Paulo Marques. Na fase inicial da prova ainda colocaram o Citroën C2 R2 Max perto dos lugares do pódio no CPR2, mas problemas mecânicos ainda nas últimas especiais da manhã relegaram-nos para lugares atrasados, ainda mais com uma penalização de 1m30s. Face à pouca concorrência e ainda a alguns abandonos, Ricardo Marques concluiu o rali na 5ª posição do CPR2, em mais uma prestação recheada de azares.
Azar também continua a perseguir Sérgio Rocha, desta feita a navegar Octávio Nogueira, num Citroën Saxo S1600. Com uma prova muito consistente e a rodar nos lugares da frente das 2 rodas motrizes, a dupla sofreu uma saída de estrada na derradeira especial e deitava por terra um pódio na Taça e um lugar no Top-10 da classificação geral.
Classificação CPR
1º Pedro Meireles/Mário Castro (Mitsubishi Lancer X) - 1h14m04,8s
2º João Silva/José Janela (Renault Clio R3), a 37,2s
3º Vítor Pascoal/Luís Ramalho (Mitsubishi Lancer VIII), a 55,6s
4º Ivo Nogueira/Vítor Hugo (Citroën DS3 R3T), a 2m51,3s
5º Paulo Neto/Daniel Amaral (Citroën DS3 R3T), a 3m26,4s
6º Miguel Barbosa/António Costa (Mitsubishi Lancer IX), a 5m52,6s
7º Hugo Mesquita/Nuno Rodrigues da Silva (Renault Clio R3), a 6m04,0s
8º Ricardo Marques/Paulo Marques (Citroën C2 R2 Max), a 10m03,2s
9º Vítor Calisto/Joaquim Batalha (Citroën Xsara), a 17m48,3s
10º Isabel Ramos/Rubina Gonçalves (Renault Clio R3), a 19m42,8s
Classificação Taça
1º Ricardo Teodósio/João Luz (Mitsubishi Lancer IV) - 1h11m54,6s
2º Renato Pita/Jorge Carvalho (Mitsubishi Lancer VII), a 4m01,0s
3º Márcio Marreiros/Pedro Conde (Mitsubishi Lancer VI), a 6m11,2s
4º Júlio Bastos/Aníbal Pereira (BMW M3), a 10m01,5s
5º José Carlos Paté/José Gago (BMW 325ix), a 10m30,1s
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NC Octávio Nogueira/Sérgio Rocha (Citroën Saxo S1600) - Despiste na PEC 8
Fotos: Sportmotores e Ralis Online
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