08 novembro 2011

E tudo Daniel Nunes ganhou

Foi um rali em cheio para Daniel Nunes, piloto que em Monção regressou aos triunfos no Open de Ralis, após um domínio esclarecedor ao longo de toda a prova delineada pelo CAMI. O jovem piloto do Mitsubishi não deu quaisquer hipóteses aos adversários, num rali que coroou Carlos Fernandes como vencedor do Desafio Modelstand, tendo os pilotos famalicenses pautado por resultados aquém das expectativas.

Com duas especiais bastante diferentes a nível de traçado, mas com a dureza e a lama a serem pontos comuns a ambas, esperava-se que o rali se começasse a decidir cedo, pois com tripla passagem era natural que os pisos se fossem degradando demasiado à medida que os carros passassem.

Logo na primeira especial, Daniel Nunes cilindrou a concorrência, deixando Luís Mota bem longe e beneficiando da neutralização da especial, que fez com que pilotos apontados à frente como Fernando Peres e Carlos Martins tivessem um tempo de um concorrente mais lento face aquilo que poderiam fazer. Essa mesma neutralização deveu-se ao despiste sem consequências da dupla famalicense João Ruivo/João Peixoto, que após um toque que partiu a direcção do Peugeot 206 GTI foram embater contra um muro, impossibilitando a passagem dos carros seguintes. Desta forma, Ruivo hipotecava desde logo qualquer chance de ainda lutar pelo Desafio Modelstand.

Na especial seguinte, Peres atrasava-se ainda mais e Mota continuava a não conseguir acompanhar o ritmo imposto pelo líder do rali, que após a primeira ronda somava já mais de 40 segundos de vantagem. Nunes estava de facto imparável, enquanto mais atrás era Carlos Fernandes quem liderava as hostes entre os Peugeot e tinha tudo para garantir desde já o título, até porque com Ruivo de fora e Manuel Inácio com inúmeros problemas mecânicos, apenas Gil Antunes o pressionava. Pouca sorte nesta especial tinham os famalicenses Bruno Costa/Nuno Almeida, pois um furo no Mitsubishi Lancer VI atirava-os para o fundo da tabela.


Com Daniel Nunes a controlar o andamento, esperava-se luta pela posição seguinte, pois Carlos Martins era constantemente mais rápido que Luís Mota, chegando ao final da 2ª Secção já na frente do veterano piloto. Mais longe seguia Renato Pita, que tinha a preocupação de segurar atrás de si os mais rápidos entre as 2 rodas motrizes, encabeçados por Carlos Fernandes, Gil Antunes e António Rodrigues/Jorge Carvalho, que já coroado com o título absoluto, optou por um ritmo mais cauteloso, já depois de um salto mais ousado e que deixou o Peugeot 206 GTI algo debilitado, obrigando-o mesmo a penalizar. Fora de prova ficava igualmente Fernando Peres, que para além do atraso considerável, via o Ford Escort RS Cosworth a sofrer de problemas mecânicos sem solução para continuar em prova.

As duas últimas especiais pouco mudaram na frente, apenas Carlos Martins voltou a trocar de posição com Mota, tudo devido a uma saída de estrada do piloto do Mitsubishi Lancer VII, enquanto mais atrás e depois de recuperar grande parte da desvantagem que tinha, Gil Antunes era obrigado a abandonar com o motor do Peugeot partido. No 1º posto confortavelmente instalado, Daniel Nunes era o piloto do dia, pois além de ter vencido todas as especiais e o rali, vencia ainda entre os concorrentes do Júnior e do Regional Norte. Luís Mota foi então 2º classificado, na frente de Carlos Martins que repete o pódio de Loulé. Renato Pita teve uma prova tranquila, mesmo apesar de um pião, terminando na 4ª posição, na frente de outro dos pilotos em foco, Carlos Fernandes. Vencendo o Desafio Modelstand, garantiu desde logo o triunfo nesta competição quando ainda falta disputar uma prova, para além de ter vencido entre as 2 rodas motrizes e ter rubricado uma excelente exibição, pese embora alguns contratempos mecânicos, mas que não impediram de terminar o rali.

Fabrício Lopes foi o 6º e secundou Fernandes no pódio do Desafio, enquanto os virtuais campeões António Rodrigues e Jorge Carvalho não foram além do 7º lugar final. Com bastante tempo perdido logo na especial inaugural e uma penalização de 50 segundos, Rodrigues baixou logo o ritmo e nunca conseguiu pressionar a liderança das 2 rodas motrizes, numa das exibições mais apagadas do ano. A encerrar o Top-10, classificaram-se Ivan Carquejo, João Castela e Manuel Inácio, todos eles concorrentes ao troféu monomarca da Peugeot.

Numa estreia ao volante de um carro a diesel, Nuno Pombo e o famalicense Guilherme Pereira tiveram uma prova em que foram evoluíndo à medida que iam ganhando quilómetros com o Fiat Stilo Multijet. Com uma entrada ainda a ganhar confiança e queixando-se de falta de tracção na primeira parte do rali, assim que resolveram esta questão os tempos foram melhorando e foram surgindo já perto do Top-10. Nas contas finais, a dupla da Integra Support viria a terminar o rali na 12ª posição, um resultado positivo e que se enquadra nas expectativas para este rali.

Bastante atrasado em virtude do furo, Bruno Costa e Nuno Almeida fizeram ainda assim uma prova excelente. Rodando consistentemente no Top-5 da prova, a dupla do Mitsubishi Lancer VI fez um rali de trás para a frente e soube adaptar-se muito bem às difíceis condições do terreno. Mesmo sendo o segundo rali da época, Costa não acusou falta de ritmo e intrometeu-se entre os pilotos mais rápidos do Open de Ralis, mostrando que o resultado poderia ter sido bem melhor do que o 14º lugar.

Gerindo bem a sua prova e optando por defenderem a sua posição em vez de a colocar em risco, Diogo Gago e o famalicense Jorge Carvalho garantiram a vitória final no Troféu Fastbravo, mesmo sendo Fábio Ribeiro a vencer esta prova. Sem grandes contratempos mecânicos no pequeno Seat Marbella, Gago e Carvalho foram controlando à distância o ritmo dos seus adversários, pensando unicamente no título, acertando por completo na táctica utilizada.

Mariana Neves de Carvalho e Filipe Martins terminaram no lote dos 20 mais rápidos, num rali tranquilo para a jovem piloto, ainda que tenha optado por uma toada mais calma em virtude das dificuldades que o terreno apresentava. Com um Peugeot 206 GTI sem problemas, Mariana Carvalho preferiu jogar pelo seguro e não colocar em risco a sua prova com uma possível saída, terminando assim na 18ª posição.

O Open de Ralis tem tudo praticamente decidido, no entanto para o final deste mês está marcado o derradeiro confronto, desta feita em Vila Real.


Classificação Final
1º Daniel Nunes/Fernando Miguel (Mitsubishi Lancer VI) - 49m54,8s
2º Luís Mota/Alexandre Ramos (Mitsubishi Lancer IV), a 1m33,7s
3º Carlos Martins/Aníbal Martins (Mitsubishi Lancer VII), a 1m42,9s
4º Renato Pita/Luís Ramalho (Mitsubishi Lancer VII), a 2m46,6s
5º Carlos Fernandes/Daniel Amaral (Peugeot 206 GTI), a 3m18,4s
6º Fabrício Lopes/Pedro Vaz (Peugeot 206 GTI), a 4m55,0s
7º António Rodrigues/Jorge Carvalho Jr (Peugeot 206 GTI), a 5m07,2s
8º Ivan Carquejo/Valter Cardoso (Peugeot 206 GTI), a 6m26,7s
9º João Castela/Ricardo Faria (Peugeot 206 GTI), a 6m42,1s
10º Manuel Inácio/Fábio Vasques (Peugeot 206 GTI), a 6m49,2s
(...)
12º Nuno Pombo/Guilherme Pereira (Fiat Stilo Multijet), a 6m55,5s
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14º Bruno Costa/Nuno Almeida (Mitsubishi Lancer VI),  a 7m48,7s
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17º Diogo Gago/Jorge Carvalho (Seat Marbella), a 11m33,9s
18º Mariana N. Carvalho/Filipe Martins (Peugeot 206 GTI), a 14m03,3s
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NC - João Ruivo/João Peixoto (Peugeot 206 GTI) - Despiste na PEC 1

Fotos: Oficiais

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