21 setembro 2008

Num rali sem interesse nenhum, Bruno Magalhães sagra-se campeão nacional

O segundo dia do Rali Centro de Portugal fez evidenciar ainda mais o pouco interesse qualitativo e a falta quantitativa que o principal campeonato de ralis em Portugal está a sofrer.

Mais ainda se compararmos os tempos da etapa de 6ª feira, com os tempos realizados pela caravana do Open de Ralis - os troços eram os mesmo do Rali Vidreiro - e virmos que há pilotos do Open capazes de lutar pelos lugares pontuáveis do Campeonato de Portugal de Ralis. Havendo quem continue a insistir que os dois campeonatos não são compatíveis, será que com dados destes a mesma tese continua a ser verdade? No dia de 6ª feira, o regresso de um GT aos ralis pelas mãos de Mex, a estreia do Seat Leon TDi de Barros Leite e a espectacularidade dos troços nocturnos ainda deram alguma emoção, o dia de Sábado foi um verdadeiro marasmo.
Aquilo que muitos preveram, aconteceu mesmo, com Bruno Magalhães a sagrar-se, pelo segundo ano consecutivo, Campeão Nacional de Ralis, vencendo também o rali. Numa prova ao nível a que nos habituou, ou seja, rápido mas assim que o rali estava ganho, começou a gerir em ritmo de cruzeiro, embora sempre concentrado pois a chuva não permitia grandes desatenções. Aliás, o piloto do Peugeot 207 S2000 mesmo assim vence as provas especiais todas, à excepcção das super especiais de 6ª feira, o que deixa transparecer o desequilibrio patente no Campeonato de Portugal de Ralis.
A tarefa de Bruno Magalhães em vencer o rali ficou mais fácil com a desistência de José Pedro Fontes, com o motor do seu Fiat Punto S2000 a "entregar a alma ao criador", dando de mão beijada o título ao piloto lisboeta. José Pedro Fontes nunca foi capaz de colocar o vencedor do rali em sentido, nem conseguiu encetar uma recuperação visível depois de ter cometido um erro precioso ainda na 6ª feira.
Vítor Pascoal/Joaquim Duarte, em Peugeot 207 S2000, viram o 2º lugar "cair do céu", pois viram a concorrência afastar-se ao longo do dia, devido a vários problemas. Não deixa de ser um bom resultado para o piloto, mas o facto de ter ficado a mais de 2m30 do vencedor é um facto deveras assustador e que espelha o tal desequilibrio entre Bruno Magalhães e os "outros". A fechar o pódio e terminando com uma série de provas em que o azar vinha sucessivamente a bater à porta, Pedro Meireles venceu ainda o agrupamento de Produção, ao volante de um Subaru Impreza WRX. Meireles ainda sofreu a pressão de Pedro Leal na fase inicial da etapa de hoje, mas a perda de tempo do piloto do Fiat Stilo Multijet fez com que ficasse mais à vontade no 3º lugar.
Carlos Matos, navegado pelo famalicense Vasco Ferreira, alcançou a sua melhor classificação no Campeonato de Portugal de Ralis, dando ainda um passo importante em termos da classe S1600. O piloto do Renault Clio S1600 conseguiu manter a posição face aos ataques pouco ferozes de Barroso Pereira, em Fiat Punto S2000, que se resignou ao 5º lugar final.
José Janela, o famalicense que é o co-piloto de Adruzilo Lopes, terminou a sua prova, até aí excelente, com uma ligeira saída que deixou algumas mazelas de foro mecânico no Subaru Impreza WRX. Adruzilo perde assim uma oportunidade de se distanciar no agrupamento de Produção, depois do abandono de Fernando Peres no dia de ontem, porém mantém-se na liderança e adiando a decisão para os últimos dois ralis.
Ricardo Costa e Nuno Almeida ainda começaram o dia com o intuito de minimizar o prejuízo do primeiro dia, onde um furo e a coluna de direcção foram as "dores de cabeça". Mas na 2ª especial de Sábado, ficaram fora de prova, por avaria mecânica no seu Mitsubishi Lancer VIII, somando mais um azar ao longo do ano, eles que se tem mostrado rápidos enquanto andam em prova, não conseguíndo, porém, efectivar essa rapidez em resultados. Melhor sorte se espera para a dupla famalicense.
Terminou assim a 6ª prova do Campeonato de Portugal de Ralis, onde ficou dramaticamente patente a má forma da competição principal de provas de estrada. Poucas equipas na estrada, pouca animação e pouco publico.
Classificação Final
1º Bruno Magalhães/Carlos Magalhães (Peugeot 207 S2000) - 1h16m44,4s
2º Vitor Pascoal/Joaquim Duarte (Peugeot 207 S2000) - a 2m39,7s
3º Pedro Meireles/Jorge Henriques (Subaru Impreza WRX) - a 3m37,0s
4º Carlos Matos/Vasco Ferreira (Renault Clio S1600) - a 4m39,0s
5º Nuno Barroso Pereira/Nuno Rodrigues da Silva (Fiat Punto S2000) - a 5m11,3s
6º Pedro Leal/Redwan Cassamo (Fiat Stilo Multijet) - a 5m25,5s
7º Paulo Louro/Vitor Hugo (Citroën C2) - a 5m54,8s
8º Paulo Antunes/Aloísio Monteiro (Citroën C2) - a 6m27,3s
9º Luís Cardoso/Isabel Branco (Mitsubishi Lancer VIII) - a 7m38,0s
10º Carlos Costa/Alberto Oliveira (Citroën C2) - a 9m31,2s
Classifcação CPR
1º Bruno Magalhães (75 pts)
2º José Pedro Fontes (45 pts)
3º Vítor Pascoal (42 pts)
4º Fernando Peres (35 pts)
5º Adruzilo Lopes (34 pts)
O próximo evento do Campeonato de Portugal de Ralis é o Rali de Mortágua, a 25 e 26 de Outubro.
Fotos: Rui Santos - RS Photorally

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