Pedro Peres/Tiago Ferreira, em Ford Escort RS Cosworth, são efectivamente os homens a bater nos ralis de terra do Open de Ralis e em Murça deram um passo importante rumo à revalidação do título conquistado em 2008. Dominando a seu belo prazer durante a parte de manhã, Peres é um vencedor incontestável do rali, onde apenas Luís Mota/Ricardo Domingos (Mitsubishi Lancer IV) foram adversários capazes de incomodar na luta pela vitória. Porém, o 2º troço marca a decisão do rali, e é Pedro Peres quem tira vantagem e Mota quem mais sai prejudicado. Tudo se passa quando Manuel Coutinho, 3º na estrada, bate numa pedra e o seu Peugeot 206 fica imobilizado no meio da estrada. Até aí, só tinham passado Jorge Santos e Pedro Peres, com este a fazer um tempo "canhão", sendo 36 segundos mais rápidos do que o homem do Citroën Saxo Kit Car. A organização decide atribuir a todos os concorrentes que não fizeram o troço, o tempo de Santos, ou seja, Luis Mota perde as esperanças de poder lutar "taco a taco" com Peres até ao final do rali, se bem que seria dificil Mota melhorar a sua prestação. No final das primeiras passagens, já Pedro Peres tinha um pé no lugar mais alto do pódio, com Luís Mota a ter uma desvantagem de 45 segundos. Octávio Nogueira/Nuno Gomes (Citroën Saxo Kit Car) eram os líderes das 2 rodas motrizes, após uma 1ª Secção muito rápida, mostrando que longe iam os tempos dos constantes abandonos. A dupla famalicense João Ruivo/Alberto Silva (Fiat Stilo Multijet) entraram rápidos, mas com cautelas, por certo ainda estaria na memória o acidente de Vila Verde. Assim, eram os 4ºs classificados, com Jorge Santos/Vítor Hugo logo atrás. Aliás, a diferença entre 3º e 5º era pouco maior a 1 segundo, um hábito entre estes 3 pilotos. Com Pedro Peres em ritmo de gestão, que mesmo assim é bem rápido, o homem da tarde bem pode ser João Ruivo. O famalicense entrou verdadeiramente ao ataque e mostrou a garra a que habituou os adeptos dos ralis. Logo na 2ª passagem pelo 1º troço, Ruivo ganha 6 segundos a Octávio e 12 a Jorge Santos, sendo esta a tónica ao longo da tarde. Na penúltima classificativa, Luís Mota vê o amortecedor traseiro esquerdo ceder e se a vitória já ia longe, o 2º lugar poderia também escapar-lhe das mãos nos últimos quilómetros. João Ruivo bem tentou, vencendo inclusivé o último troço, mas apenas conseguiu recuperar 18 segundos em relação ao homem do Mitsubishi, ficando a faltar mais 14 para destroná-lo do 2º lugar. Para o famalicense, o resultado é excelente e motivador, depois do acidente que sofreu no último rali. "Na primeira especial tivemos alguns receios, o que é normal, mas quando percebemos que estávamos num ritmo bom, ficamos ainda com mais confiança. Depois… foi sempre a fundo até ao fim e é o resultado dificilmente poderia ser melhor", confidenciou João Ruivo, que subiu até ao 3º lugar do campeonato. Logo atrás, classificou-se o líder do campeonato, Jorge Santos que não se adaptou à dureza dos troços transmontanos, nem à exigência física que os ralis de terra obrigam. Santos beneficiou ainda de uma ligeira saída, no último troço, de Octávio Nogueira, alcançando um 4º lugar, que não deixa de ser um bom resultado, mas diminui a margem que tinha no campeonato relativamente a Pedro Peres. Nos Clássicos, Joaquim Santos foi o mais rápido, levando o mítico Ford Escort RS novamente à vitória, onde a concorrência nunca ameaçou o antigo campeão nacional de ralis. José Sousa e Aníbal Rolo, ambos em Renault 5 Turbo, completaram os lugares do pódio. De salientar, a ausência de alguns nomes habituais, nomeadamente, a dupla de Famalicão, Frederico Ferreira/Octávio Araújo, que poderão ter ficado mais longe do título. Os pequenos Seat Marbella do Troféu Fastbravo sofreram a bom sofrer, pois eram os últimos a passar nas classificativas, sendo que as segundas passagens foram verdadeiras odisseias. O famalicense Luís Campos, acompanhado por Fábio Vasques, nem logrou atingir o início da primeira especial, abandonando com problemas de aquecimento. "Quando testamos, não tivemos problemas e pensei que este problema estava resolvido. Pelos vistos, não estava e terminar assim é desolador", afirmou o piloto. Na parte da tarde, ainda retomou a prova como carro de segurança com o intuito de testar, mas o carro voltou a debelar os mesmos problemas e Campos teve assim um fim de semana para esquecer. A vitória sorriu a Pedro Barros Leite/Carlos Ruivo que deixaram bem longe os 2ºs classificados, Fábio Ribeiro/Saúl Campanário, vencedores entre o Júnior. Classificação Final
1º Pedro Peres/Tiago Ferreira (Ford Escort Cosworth) - 42m22,9s2º Luís Mota/Ricardo Domingos (Mitsubishi Lancer IV) - a 52,9s
3º João Ruivo/Alberto Silva (Fiat Stilo Multijet) - a 1m06,9s -- 1º Categoria 1
4º Jorge Santos/Vítor Hugo (Citroën Saxo Kit Car) - a 1m48,1s
5º Octávio Nogueira/Nuno Gomes (Citroën Saxo Kit-Car) - a 1m55,3s
6º Joaquim Santos/Eduardo Gomes (Ford Escort RS) - a 2m59,1s -- 1º Clássicos
7º Paulo Correia/Joaquim Alvarinhas (Peugeot 106) - a 3m42,7s
8º Pedro Lança/Ricardo Batista (Citroen Saxo) - a 3m48,2s
9º Filipe Leite/Daniel Ribeiro (Renault Clio Williams) - a 4m20,6s
10º Frederico Craveiro/Pedro Fernandes (Ford Focus) - a 4m27,4s Classificação Open Ralis
1º Jorge Santos (128 pts)
2º Pedro Peres (127 pts)
3º João Ruivo (84 pts)
4º Luís Mota (79 pts)
5º Aníbal Rolo (74 pts) O Open de Ralis tem a sua próxima prova a 18 e 19 de Outubro, o Rali de Loulé, enquanto os Clássicos passam a acompanhar o Campeonato de Portugal de Ralis, no Rali de Mortágua, a 24 e 25 de Outubro.
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