Não há ninguém que tenha ido a Fafe no passado fim de semana e não tenha vindo satisfeito com o que viu! Foi um belo espectáculo, que culminou com a vitória categórica de Bernardo Sousa, a segunda da temporada. Os pilotos famalicenses estiveram em grande, destancando-se Miguel Campos e João Ruivo, que venceram o Grupo N e o CPR2L/2RM, respectivamente.
Há muito que uma prova do Nacional de Ralis não tinha um colorido tão bonito, com milhares de pessoas presentes, juntando a isso um belo dia de sol, um esquema de troços perfeito para quem quer ver várias classificativas e bastantes zonas espectaculares para assistir às passagens dos concorrentes. Só faltou mesmo uma melhor promoção, mas mesmo assim o Rali Serras de Fafe estava a "arrebentar pelas costuras"!
E quem contribuiu muito para esse espectáculo foi Bernardo Sousa. O madeirense entrou verdadeiramente ao ataque, com um ritmo que é mesmo de Mundial e cedo ficou com vários segundos de vantagem para Vítor Pascoal. Ainda assim, Sousa nunca levantou o pé, brindou o público com passagens arrebatadoras, algumas delas colocando em risco a sua continuidade em prova - aliás teve mesmo uma ligeira saída na parte de tarde. Com um Ford Fiesta S2000 simplesmente brilhante, Bernardo Sousa conseguiu a sua 2ª vitória do ano e é cada vez mais um assumido candidato ao título.
Uns furos acima do apresentado no rali inaugural da temporada esteve Vítor Pascoal. Com um ritmo bastante rápido também, Pascoal ainda se queixou de falta de tracção, ao que não estará alheio o facto de ser o primeiro piloto na estrada. O facto é que o piloto do Peugeot 207 S2000 nunca esteve em posição de ameaçar Bernardo Sousa, mas também nunca viu o seu 2º lugar em risco, pelo que aposta na regularidade de resultados para tentar chegar ao final do campeonato na liderança.
Se antes do rali Miguel Campos ainda aspirava a lutar com os S2000, cedo percebeu que essa não seria a sua luta em Fafe. Sentido algumas dificuldades com a suspensão do Mitsubishi Lancer X, o famalicense preferiu segurar o 3º posto em vez de entrar em loucuras e ir em busca de algo mais, até porque depressa conquistou uma vantagem sobre os adversários no Grupo N, que lhe permitiu um ritmo mais moderado e de gestão. Campos relança-se assim na luta pela Produção e soma o primeiro pódio da temporada. "Fizemos o que era possível, já que com um Grupo N não dá para chegar aos S2000. Ao fim de 6/7 km, as suspensões começavam a aquecer e perdiam a sua eficácia, fora isso correu tudo bem. Para o Rali de Portugal teremos de pensar numa alternativa a estas suspensões, porque em troços longos ficamos muito limitados com a perda de eficácia do carro, o qual já de si é bastante pesado", resumiu o piloto de Famalicão.
Com uma prova de trás para a frente e com uma recta final verdadeiramente ao ataque, Pedro Meireles foi o 4º classificado, terminando uma maré de azares que perseguia o Subaru Impreza WRX já desde o ano passado. Meireles superou Ricardo Moura somente na derradeira classificativa, com o açoreano a quebrar o andamento na parte da tarde, contudo o suficiente para manter a liderança no que toca ao Agrupamento de Produção.
Quem nunca entrou nesta luta pelos lugares cimeiros nos 4x4 convencionais foi Vítor Lopes, que perferiu adaptar-se ao Subaru Impreza WRX e não impôs um ritmo alto, para não correr os mesmo riscos do Torrié. Logo atrás terminou Barroso Pereira, com vários problemas no Subaru, ao nível da direcção assistida e ainda de um furo após um toque. Vítor Sá encerrou os 8 primeiros, na sua primeira aparição com o Peugeot 207 S2000, evidenciando que a terra não é de todo o seu terreno de eleição.
Logo atrás terminou a dupla de Famalicão, João Ruivo/Alberto Silva, que somaram mais uma vitória no "seu" campeonato, o CPR2. Ruivo cedo mostrou que vinha para discutir o rali e durante a parte da manhã apenas Barros Leite lhe fez frente, contudo o piloto do Seat Leon TDI abandonou com a caixa de velocidades partida após a secção da manhã e deixou o famalicense mais descansado. Evidenciando um ritmo muito bom para quem vem do Open de Ralis, o piloto do Fiat Stilo Multijet teve uma tarde tranquila gerindo a vantagem conquistada para Adruzilo Lopes, que teve abaixo daquilo a que já nos habituou. João Ruivo soma assim mais 10 pontos no CPR2, onde lidera destacado e provou uma vez mais que é um sério candidato ao título: "Estamos radiantes com este resultado, já não me lembro de um rali que me tenha dado tanta alegria. Viemos do Open e não sabíamos qual o nosso andamento no CPR, mas hoje provamos que afinal no Open se anda muito depressa. Tivemos uma luta muito interessante com o Francisco Barros Leite pela liderança do CPR2, mas foi pena que ele tenha desistido. A partir daí ainda ganhamos dois troços no CPR2, mas depois gerimos a vantagem que dispunhamos", referiu o famalicense.
A navegar Adruzilo Lopes estava o famalicense Vasco Ferreira, eles que terminaram no 10º lugar e foram 2ºs do CPR2. O facto de serem dos primeiros na estrada e com o Renault Clio R3 a demonstrar alguma falta de tracção podem ser factores que explicam porque cedo ficaram fora da luta pelas 2 rodas motrizes, mas também é verdade que Adruzilo Lopes não estava em "dia sim", contudo há que contar com ele para o resto do campeonato.
Também em Fafe estiveram os dois membros do "clã" Jorge Carvalho. O mais novo navegou Ricardo Marques, no Citroën C2 R2 Max, somando um 2º posto no challenge da marca francesa, contudo nunca estiveram em condições de discutir a vitória, que foi para Frederico Gomes, pois Paulo Antunes não pontuou, apesar de ter sido o Citroën mais rápido. Quanto ao pai Jorge Carvalho, como habitualmente com João Fernando Ramos, fez uma prova de adaptação ao Mitsubishi Lancer X, sem se preocupar com qualquer resultado. Os tempos foram melhorando ao longo do dia, mas a classificação final não era um objectivo, pelo que a rodagem que ganharam para o Rali de Portugal foi o foco da sua prova.
A prova extra foi ganha por Nuno Cardoso (Mitsubishi Carisma GT), com Paulo Marques, navegador famalicense de Luís Bastos, a abandonar cedo depois de avaria mecânica no BMW M3.
Classificação Final
1º Bernardo Sousa/Nuno Rodrigues da Silva (Ford Fiesta S2000) - 1h35m25,5s
2º Vítor Pascoal/Mário Castro (Peugeot 207 S2000), a 1m17,1s
3º Miguel Campos/Aloísio Monteiro (Mitsubishi Lancer X), a 2m19,3s
4º Pedro Meireles/Carina Barros (Subaru Impreza WRX), a 2m29,9s
5º Ricardo Moura/António Costa (Mitsubishi Lancer IX), a 2m32,4s
6º Vítor Lopes/Hugo Magalhães (Subaru Impreza WRX), a 3m50,2s
7º Nuno Barroso Pereira/Pedro Conde (Subaru Impreza WRX), a 5m38,6s
8º Vítor Sá/José Pedro Silva (Peugeot 207 S2000), a 6m14,2s
9º João Ruivo/Alberto Silva (Fiat Stilo Multijet), a 7m36,2s
10º Adruzilo Lopes/Vasco Ferreira (Renault Clio R3), a 7m59,1s
(...)
14º Ricardo Marques/Jorge Carvalho (Citroën C2 R2 Max), a 12m00,0s
(...)
16º João F. Ramos/Jorge Carvalho (Mitsubishi Lancer IX), a 15m40,4s
O Campeonato de Portugal de Ralis segue agora até ao Algarve, com o Rali de Portugal, no final do mês de Maio, enquanto o CPR2L/2RM apenas regressa no Rali de Vila Verde, a disputar em Junho.
Fotos: João Lavadinho, Aifa, Pregoafundo.com e FotoGTI
Há muito que uma prova do Nacional de Ralis não tinha um colorido tão bonito, com milhares de pessoas presentes, juntando a isso um belo dia de sol, um esquema de troços perfeito para quem quer ver várias classificativas e bastantes zonas espectaculares para assistir às passagens dos concorrentes. Só faltou mesmo uma melhor promoção, mas mesmo assim o Rali Serras de Fafe estava a "arrebentar pelas costuras"!
E quem contribuiu muito para esse espectáculo foi Bernardo Sousa. O madeirense entrou verdadeiramente ao ataque, com um ritmo que é mesmo de Mundial e cedo ficou com vários segundos de vantagem para Vítor Pascoal. Ainda assim, Sousa nunca levantou o pé, brindou o público com passagens arrebatadoras, algumas delas colocando em risco a sua continuidade em prova - aliás teve mesmo uma ligeira saída na parte de tarde. Com um Ford Fiesta S2000 simplesmente brilhante, Bernardo Sousa conseguiu a sua 2ª vitória do ano e é cada vez mais um assumido candidato ao título.
Uns furos acima do apresentado no rali inaugural da temporada esteve Vítor Pascoal. Com um ritmo bastante rápido também, Pascoal ainda se queixou de falta de tracção, ao que não estará alheio o facto de ser o primeiro piloto na estrada. O facto é que o piloto do Peugeot 207 S2000 nunca esteve em posição de ameaçar Bernardo Sousa, mas também nunca viu o seu 2º lugar em risco, pelo que aposta na regularidade de resultados para tentar chegar ao final do campeonato na liderança.
Se antes do rali Miguel Campos ainda aspirava a lutar com os S2000, cedo percebeu que essa não seria a sua luta em Fafe. Sentido algumas dificuldades com a suspensão do Mitsubishi Lancer X, o famalicense preferiu segurar o 3º posto em vez de entrar em loucuras e ir em busca de algo mais, até porque depressa conquistou uma vantagem sobre os adversários no Grupo N, que lhe permitiu um ritmo mais moderado e de gestão. Campos relança-se assim na luta pela Produção e soma o primeiro pódio da temporada. "Fizemos o que era possível, já que com um Grupo N não dá para chegar aos S2000. Ao fim de 6/7 km, as suspensões começavam a aquecer e perdiam a sua eficácia, fora isso correu tudo bem. Para o Rali de Portugal teremos de pensar numa alternativa a estas suspensões, porque em troços longos ficamos muito limitados com a perda de eficácia do carro, o qual já de si é bastante pesado", resumiu o piloto de Famalicão.
Com uma prova de trás para a frente e com uma recta final verdadeiramente ao ataque, Pedro Meireles foi o 4º classificado, terminando uma maré de azares que perseguia o Subaru Impreza WRX já desde o ano passado. Meireles superou Ricardo Moura somente na derradeira classificativa, com o açoreano a quebrar o andamento na parte da tarde, contudo o suficiente para manter a liderança no que toca ao Agrupamento de Produção.
Quem nunca entrou nesta luta pelos lugares cimeiros nos 4x4 convencionais foi Vítor Lopes, que perferiu adaptar-se ao Subaru Impreza WRX e não impôs um ritmo alto, para não correr os mesmo riscos do Torrié. Logo atrás terminou Barroso Pereira, com vários problemas no Subaru, ao nível da direcção assistida e ainda de um furo após um toque. Vítor Sá encerrou os 8 primeiros, na sua primeira aparição com o Peugeot 207 S2000, evidenciando que a terra não é de todo o seu terreno de eleição.
Logo atrás terminou a dupla de Famalicão, João Ruivo/Alberto Silva, que somaram mais uma vitória no "seu" campeonato, o CPR2. Ruivo cedo mostrou que vinha para discutir o rali e durante a parte da manhã apenas Barros Leite lhe fez frente, contudo o piloto do Seat Leon TDI abandonou com a caixa de velocidades partida após a secção da manhã e deixou o famalicense mais descansado. Evidenciando um ritmo muito bom para quem vem do Open de Ralis, o piloto do Fiat Stilo Multijet teve uma tarde tranquila gerindo a vantagem conquistada para Adruzilo Lopes, que teve abaixo daquilo a que já nos habituou. João Ruivo soma assim mais 10 pontos no CPR2, onde lidera destacado e provou uma vez mais que é um sério candidato ao título: "Estamos radiantes com este resultado, já não me lembro de um rali que me tenha dado tanta alegria. Viemos do Open e não sabíamos qual o nosso andamento no CPR, mas hoje provamos que afinal no Open se anda muito depressa. Tivemos uma luta muito interessante com o Francisco Barros Leite pela liderança do CPR2, mas foi pena que ele tenha desistido. A partir daí ainda ganhamos dois troços no CPR2, mas depois gerimos a vantagem que dispunhamos", referiu o famalicense.
A navegar Adruzilo Lopes estava o famalicense Vasco Ferreira, eles que terminaram no 10º lugar e foram 2ºs do CPR2. O facto de serem dos primeiros na estrada e com o Renault Clio R3 a demonstrar alguma falta de tracção podem ser factores que explicam porque cedo ficaram fora da luta pelas 2 rodas motrizes, mas também é verdade que Adruzilo Lopes não estava em "dia sim", contudo há que contar com ele para o resto do campeonato.
Também em Fafe estiveram os dois membros do "clã" Jorge Carvalho. O mais novo navegou Ricardo Marques, no Citroën C2 R2 Max, somando um 2º posto no challenge da marca francesa, contudo nunca estiveram em condições de discutir a vitória, que foi para Frederico Gomes, pois Paulo Antunes não pontuou, apesar de ter sido o Citroën mais rápido. Quanto ao pai Jorge Carvalho, como habitualmente com João Fernando Ramos, fez uma prova de adaptação ao Mitsubishi Lancer X, sem se preocupar com qualquer resultado. Os tempos foram melhorando ao longo do dia, mas a classificação final não era um objectivo, pelo que a rodagem que ganharam para o Rali de Portugal foi o foco da sua prova.
A prova extra foi ganha por Nuno Cardoso (Mitsubishi Carisma GT), com Paulo Marques, navegador famalicense de Luís Bastos, a abandonar cedo depois de avaria mecânica no BMW M3.
Classificação Final
1º Bernardo Sousa/Nuno Rodrigues da Silva (Ford Fiesta S2000) - 1h35m25,5s
2º Vítor Pascoal/Mário Castro (Peugeot 207 S2000), a 1m17,1s
3º Miguel Campos/Aloísio Monteiro (Mitsubishi Lancer X), a 2m19,3s
4º Pedro Meireles/Carina Barros (Subaru Impreza WRX), a 2m29,9s
5º Ricardo Moura/António Costa (Mitsubishi Lancer IX), a 2m32,4s
6º Vítor Lopes/Hugo Magalhães (Subaru Impreza WRX), a 3m50,2s
7º Nuno Barroso Pereira/Pedro Conde (Subaru Impreza WRX), a 5m38,6s
8º Vítor Sá/José Pedro Silva (Peugeot 207 S2000), a 6m14,2s
9º João Ruivo/Alberto Silva (Fiat Stilo Multijet), a 7m36,2s
10º Adruzilo Lopes/Vasco Ferreira (Renault Clio R3), a 7m59,1s
(...)
14º Ricardo Marques/Jorge Carvalho (Citroën C2 R2 Max), a 12m00,0s
(...)
16º João F. Ramos/Jorge Carvalho (Mitsubishi Lancer IX), a 15m40,4s
O Campeonato de Portugal de Ralis segue agora até ao Algarve, com o Rali de Portugal, no final do mês de Maio, enquanto o CPR2L/2RM apenas regressa no Rali de Vila Verde, a disputar em Junho.
Fotos: João Lavadinho, Aifa, Pregoafundo.com e FotoGTI
Sem comentários:
Enviar um comentário