O famalicense Miguel Campos, acompanhado por Aloísio Monteiro, foi o vencedor do Rali de Mortágua, prova disputada no passado fim de semana e que serviu de palco para os festejos de Bernardo Sousa e Nuno Rodrigues da Silva que se sagraram campeões nacionais absolutos. Também Adruzilo Lopes e o famalicense Vasco Ferreira conquistaram o título no que toca ao CPR2, o que mostra que Famalicão esteve muito bem cotado nesta prova.
Com um figurino que dividia as provas especiais ao longo de dois dias, o Rali de Mortágua não teve o mesmo interesse desportivo que a etapa anterior tinha proporcionado aos aficionados do Campeonato de Portugal de Ralis, ainda assim foram vários os focos de interesse da prova do Clube Automóvel do Centro.
Cedo se percebeu que Miguel Campos iria fazer tudo para voltar às vitórias no Nacional de Ralis, enquanto Bernardo Sousa tinha a táctica mais direccionada para a conquista do título, preferindo dar um pouco mais de espectáculo em vez de lutar com o famalicense pelo 1º lugar. E assim foi, pois logo na 1ª Etapa, Campos somou 4 vitórias em classificativas, deixando para Vítor Pascoal o tempo mais rápido na Super Especial. O piloto do Peugeot 207 S2000 chegou a Mortágua com esperanças em adiar o título para o Algarve, mas cedo percebeu que a tarefa que lhe competia não era fácil, optando igualmente por passagens a pensar mais no público do que no cronómetro. Pascoal travava uma animada disputa com Ricardo Moura pelo lugar mais baixo do pódio, já depois de Pedro Peres ter abandonado o rali, em virtude de uma saída de estrada, numa altura em que seguia na 3ª posição e de já ter passado por 2º.
Um pouco mais atrás seguia um endiabrado Adruzilo Lopes, navegado por Vasco Ferreira, com um ritmo impressionante, a discutirem troços com os mais rápidos entre o Grupo N. Em termos de campeonato, os maiores adversários da dupla do Renault Clio eram os famalicenses João Ruivo/João Peixoto, a braços com más escolhas de afinações no Fiat Stilo Multijet, que assim ficavam quase arredados do título no CPR2. Barros Leite levava o Seat Leon TDI ao 2º lugar nesta categoria, na frente de Paulo Antunes e de João Ruivo. Às portas do Top-10 estava Ricardo Marques e o navegador de Famalicão, Jorge Carvalho, que pressionavam Ivo Nogueira e Frederico Gomes no que toca aos lugares do pódio entre os Citroën C2 R2 Max.
Para o dia de Domingo estavam reservadas mais duas classificativas com duas passagens em cada uma delas e o filme da etapa foi praticamente o mesmo. Miguel Campos a levar o Ford Fiesta S2000 descansadamente à vitória final, rubricando o melhor tempo em todas as classificativas, excepcção à derradeira passagem pelos quase 20 kms de Espinho, onde Bernardo Sousa deu um ar da sua graça, mesmo apesar de ter dado um ligeiro toque. Para o madeirense, os objectivos estavam cumpridos, pois saiu de Mortágua com o título absoluto nas mãos, ele que já anunciou que não estará presente no Algarve para o último rali do campeonato nacional. Para Miguel Campos, foi o regresso aos triunfos, depois do Rali do Porto 2006, enquanto para o seu navegador, Aloísio Monteiro, foi o primeiro a nível absoluto.
A encerrar o pódio ficou Vítor Pascoal, que viu a pressão exercida sobre Ricardo Moura dar os resultados desejados e assim assegurar o 3º lugar final. Moura fez um rali muito tranquilo após a desistência de Peres, somando mais uma pontuação máxima em termos de Agrupamento de Produção.
Adruzilo Lopes juntou ao 5º lugar final mais um título na sua carreira, desta feita o do CPR 2L/2RM, juntamente com o famalicense Vasco Ferreira. Absolutamente inalcansáveis pelos adversários e com um Renault Clio R3 sem qualquer problema de ordem mecânica, Adruzilo voltou a ter em Mortágua o seu rali-talismã, sagrando-se pelo 3º ano consecutivo campeão nesta prova (2008 e 2009 na Produção e 2010 no CPR2). Na 2ª etapa e apesar da larga margem que possuía, a dupla não baixou o ritmo e alcançou um excelente resultado.
Sem argumentos para discutir a vitória com Adruzilo Lopes, Francisco Barros Leite levou o Seat Leon TDI ao 6º lugar final, na frente de Paulo Antunes, ambos ainda com esperanças de roubar o vice-campeonato no CPR2 a João Ruivo, que não teve uma prova fácil. Na 2ª etapa, as prestações da dupla famalicense do Fiat Stilo Multijet subiram, mas a concorrência já estava longe, pelo que pouco mais Ruivo poderia fazer. Se este rali já não estava na agenda do piloto de Famalicão, a presença no último rali antevê-se improvável, bastando um ponto para ser 2º no CPR, neste ano de regresso a tempo inteiro ao principal campeonato.
Frederico Gomes foi 9º, controlando Ricardo Marques/Jorge Carvalho que terminaram em 10º, beneficiando do abandono de Ivo Nogueira, por despiste.
Classificação Final
1º Miguel Campos/Aloísio Monteiro (Ford Fiesta S2000) - 1h01m31,5s
2º Bernardo Sousa / Nuno Rodrigues da Silva (Ford Fiesta S2000), a 12,6s
3º Vitor Pascoal/Mário Castro (Peugeot 207 S2000), a 41,4s
4º Ricardo Moura/António Costa (Mitsubishi Lancer Evo IX), a 1m11,0s
5º Adruzilo Lopes/Vasco Ferreira (Renault Clio R3), a 1m49,2s
6º Francisco Barros Leite/Luis Ramalho (Seat Leon TDI), a 2m39,2s
7º Paulo Antunes/Alberto Oliveira (Citroën C2 R2 Max), a 3m37,6s
8º João Ruivo/João Peixoto (Fiat Stilo Multijet), a 4m10,7s
9º Frederico Gomes/Pedro Lopes (Citroën C2 R2 Max) - a 5m10,4s
10º Ricardo Marques/Jorge Carvalho (Citroën C2 R2 Max), a 6m33,1s
Para fim de campeonato e como habitualmente, disputa-se a 13 e 14 de Novembro o Rali Casinos do Algarve, prova em que já não há títulos por atribuir, pelo que se espera pouca adesão de pilotos.
Fotos: Ralis.Online e oficiais
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