Foi das mais pobres provas que o Campeonato Regional de Ralis/Norte teve, com Famalicão a não fazer jus ao título outrora colocado como um dos mais carismáticos e concorridos ralis deste campeonato. Como muitos habituais concorrentes a pautarem pela ausência, Nuno Cardoso/Telmo Campos foram os vencedores da edição de 2011 do Rali de Famalicão.
Dos concorrentes à partida, poucos eram aqueles que até ao momento tinham participado nas provas anteriores do Regional Norte, tendo a lista alguns pilotos famalicenses que são presença habitual no rali local, mas não cumprem mais do que provas esporádicas ao longo do ano. Para além disso, alguns pilotos inicialmente delineados para efectuar o rali no Regional, optaram por fazê-lo na Prova Extra. Mas estas e outras incidências serão relatadas à parte posteriormente.
Ainda o rali não tinha ido para a estrada e já a organização estava a braços com dificuldades impostas por um incêndio bem perto de uma das zonas espectáculo da especial de Telhado, levando inclusivé à anulação da primeira passagem por essa classificativa.
Em termos desportivos, bem se pode dizer que logo no troço inaugural, a primeira passagem por Fradelos/Transfradelos decidiu o rumo que o rali ia tomar. Nuno Cardoso impôs o seu Mitsubishi Carisma GT, mas em boa parte beneficiou dos problemas mecânicos que atingiram os carros idênticos de Luís Mota e da dupla famalicense Bruno Costa/Nuno Almeida, que não chegaria ao final da especial. Posto isto, Cardoso passava a ser o único veículo de tracção integral em prova no Regional, portanto em condições normais, teria vantagem sobre os seus adversários. Aliás isso mesmo se víria a confirmar nas restantes duas classificativas, onde rubricou novamente os cronos mais rápidos, chegando ao final com confortável vantagem face ao 2º classificado.
Júlio Bastos não teve grande dificuldade em levar o BMW M3 ao lugar intermédio do pódio, dando ainda o habitual espectáculo com que gosta de brindar os aficionados. Bastos cedo percebeu que não teria argumentos para chegar ao triunfo, mas também não tinha de se preocupar com a pressão imposta pelo 3º classificado pois esse já vinha longe. Este 2º lugar permite a Júlio Bastos preciosos pontos, ele que é um piloto que aposta consistentemente no Regional Norte.
O clã Bastos teve em foco em Famalicão, pois o filho Luís Bastos, navegado pelo famalicense Paulo Marques foi 3º classificado. Depois de algumas presenças azaradas em anos anteriores, o jovem piloto do BMW M3 até teve um início algo discreto, mas um ataque mais forte na derradeira classificativa levou-o até ao pódio, ainda assim com diferenças curtas para os perseguidores.
Ao terminar no 4º posto, José Pereira/João Arandas foram a melhor dupla a representar as cores de Famalicão. Sem pressão para o campeonato, o andamento da equipa do Mitsubishi Colt foi sempre bastante consistente e regular, tendo em conta o pouco ritmo que o piloto famalicense tem, pois não faz ralis há já algum tempo. Na derradeira classificativa, ainda tentaram chegar ao pódio, mas apesar de suplantarem o concorrente que ocupava o 3º posto, viram-se ultrapassados por Luís Bastos, deixando tudo na mesma. Resta a consolação de terem sido os melhores entre os carros de tracção dianteira.
No 5º lugar terminou Bruno Teixeira, em BMW E36, depois de uma animada luta pelos lugares do pódio, mas que ficou hipotecada com uma penalização de 20 segundos, depois de não terem cumprido na íntegra o percurso na zona espectáculo da Transfradelos. No final do rali, explicado o "atalhanço", o piloto sofria então a penalização que o relegava para fora do pódio.
A encerrar a tabela classificativa, duas duplas famalicenses. Filipe Martins voltou ao volante do Fiat Cinquecento, levando um estreante Pedro Monteiro. Sem grandes argumentos para contrariar os adversários, a equipa do pequeno carro italiano ainda se viu a braços com alguns problemas de aquecimento, que custaram algum tempo perdido. O 6º lugar final serviu na perfeição os objectivos face às limitações do carro, chegando mesmo a brindar os espectadores com algum espectáculo.
Um pouco mais atrás e fazendo o seu primeiro rali, Octávio Carneiro e o experiente Duarte Costa levaram o Seat Marbella até ao 7º posto, numa prova que serviu essencialmente para se divertirem, com o resultado a ser relegado para segundo plano, também em virtude da capacidade que o carro apresenta. E por aqui encerram as contas do Regional Norte, com somente 7 concorrentes a passarem o pódio final.
No rol de abandonos e para além dos já referidos de Luís Mota e de Bruno Costa/Nuno Almeida, figuraram ainda António Oliveira (Peugeot 205 GTI), um piloto que é presença sistemática na prova famalicense, bem como a dupla local Pedro Carneiro/Hugo Pinheiro, que tiveram uma ligeira saída na derradeira especial, não conseguíndo colocar o Renault 11 de novo na estrada. Mário Almeida/Alberto Silva estavam inscritos, mas não compareceram, tal como Miguel Carvalho/Miguel Cruz, 3ºs classificados até ao momento no Regional.
Classificação Final
1º Nuno Cardoso/Telmo Campos (Mitsubishi Carisma GT) - 25m48,7s
2º Júlio Bastos/Aníbal Pereira (BMW M3), a 58,1s
3º Luís Bastos/Paulo Marques (BMW M3), a 1m21,2s
4º José Pereira/João Arandas (Mitsubishi Colt), a 1m25,6s
5º Bruno Teixeira/Joel Costa (BMW E36), a 1m27,2s
6º Filipe Martins/Pedro Monteiro (Fiat Cinquecento), a 6m08,9s
7º Octávio Carneiro/Duarte Costa (Seat Marbella), a 10m54,4s
Fotos: António Freitas (CMVNF)
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