Foi o final de prova absolutamente impensável e até estranho que marcou o Rali Targa/Vieira do Minho. A prova do Targa Clube teve Ricardo Moura como vencedor, mas a derradeira classificativa teve a presença inesperada de granizo e num golpe de teatro, foram vários os abandonos, todos eles por despistes, o que revolucionou por completo a classificação geral. Destaque para a vitória do navegador famalicense Alberto Silva no CPR2, enquanto outros três famalicenses terminaram... no hospital!
A história do rali até à terceira passagem por São Pedro/Pinheiro, a tal que foi apocalíptica, é fácil de contar. Ricardo Moura apresentou um ritmo verdadeiramente de ataque e foi ganhando segundos atrás de segundos a Pedro Peres, ficando por isso confortavelmente na liderança. Mas na PEC 6, o Mitsubishi Lancer IX do campeão nacional passou a trabalhar em três cilindros e a vantagem de 30 segundos passou a ser somente de 2,4, com ainda duas especiais para disputar. Na penúltima, Moura ganha menos de um segundo e tudo seria discutido na derradeira.
Bem cedo ficava de fora Pedro Meireles, com problemas mecânicos no Mitsubishi Lancer X, numa altura em que seguia na 2ª posição, mas já a mais de 10 segundos da liderança, após três especiais. Assim, era o líder das duas rodas motrizes, Ivo Nogueira quem ocupava o lugar mais baixo do pódio, estando numa interessante luta com Juan Carchat, o espanhol que utilizou o Porsche 911 GT3 outrora utilizado por Mex e José Pedro Fontes. 
Mais atrás seguia Ricardo Marques, acompanhado pelo famalicense Paulo Marques, que a correr em casa seguia bem posicionado no CPR2, já com Renato Pita e o também famalicense Alberto Silva um pouco distanciados, eles que faziam o primeiro rali com o Renault Clio R3 e tinha Paulo Neto bem perto.
Chegados então à ultima classificativa e com a vitória no rali em aberto, eis que a chuva começa a cair intensamente, com as condições a agravarem-se na parte final, assolada por uma forte tempestade de granizo logo após a passagem do primeiro concorrente, Ricardo Moura. Assim, Pedro Peres perdia mais de dois minutos, depois de ter terminado a especial a muito custo e já depois de ter sido avisado pelos concorrentes que entretanto passaram entre ele e Moura, que estavam todos... fora de estrada.
Os primeiros a sair de estrada foram os famalicenses Miguel Barbosa e Justino Reis, que ditavam assim o desfecho para uma prova atribulada. Depois de um toque na super-especial, de um furo que os relegou para as últimas posições, o piloto famalicense efectuou uma boa recuperação, chegando até ao 5º lugar. Contudo, não conseguiu evitar o despiste já na zona assolada pelo granizo na derradeira classificativa. Nisto, Justino Reis coloca-se numa posição com o objectivo de avisar os concorrentes que os seguiam, mas Ivo Nogueira também não consegue evitar uma saída de estrada no mesmo local, sendo o navegador famalicense atingido e, por precaução, foi evacuado para o hospital. Com este abandono, Miguel Barbosa perdeu a liderança do CPR.
Mais atrás, as saídas de estrada continuavam, com Paulo Neto a ser outra das vítimas. E se Pedro Peres ainda passou com as dificuldades já referidas, Ricardo Marques também bateu forte, obrigando o seu navegador, Paulo Marques a visitar o hospital, também sem consequências de maior. Atrás e efectuando a especial bastante devagar, Renato Pita e Alberto Silva conseguiram concluir a especial, passando de 4º para a liderança do CPR2.
Depois da verdadeira hecatombe, o Colégio de Comissários Desportivos decide anular a classificativa, ficando a classificação estabelecida após a penúltima, contudo quem saiu de estrada não conseguiu colocar o carro em parque fechado e portanto não figuraram nos resultados finais oficiais.
Bem longe e quase sem expressão para o campeonato, terminaram os espanhóis Antonio Viloria e Felix Macias, enquanto Pedro Matias e o famalicense Sérgio Rocha concluíram a prova no 7º lugar, no entanto isso representa um 2º posto no CPR2, pois os concorrentes do país vizinho não pontuam. Uma prova complicada para a dupla do Fiat Abarth 500, que ainda sofreu uma penalização, que contribuiu para não terem chegado mais à frente. E atrás de Matias, apenas outro concorrente espanhol terminou a prova, espelhando a triste realidade do CPR. Outra das coisas inconcebíveis, é o facto da Taça efectuar o mesmo percurso, mas a inscrição ser substancialmente mais barata...
Na Taça de Portugal de Ralis, foi Vítor Pascoal o mais forte, acertando em cheio na sua decisão de mudar de campeonato. O piloto do Mitsubishi Lancer VII venceu todas as especiais e portanto a sua vitória não sofre qualquer contestação. Bastante veloz e a provar mais uma vez todo o seu valor, Carlos Fernandes teve uma boa estreia, concluindo o rali no 2º lugar, na frente de Armindo Neves. Daniel Ribeiro, navegado pelo famalicense Jorge Carvalho, com o Opel Corsa OPC mais evoluído terminou na 4ª posição, pese embora alguns problemas mecânicos a marcar a sua prova, para além de uma penalização. O outro navegador oriundo de Famalicão, Hugo Pinheiro, ao lado de Osvaldo Santos, foi o 10º classificado. Pouca sorte teve a dupla Nuno Pombo e o Guilherme Pereira, que saíram de estrada na PEC 6, quando eram 8ºs, deixando o Fiat Abarth 500 bastante mal tratado e obrigando o famalicense a uma visita ao hospital, por precaução também. Um rali terrível para vários famalicenses, ficando desde já os votos para uma rápida recuperação.
Classificação Final - CPR
2º Pedro Peres/Tiago Ferreira (Mitsubishi Lancer IX), a 3,0s
3º Juan Carchat/Adria Aragon (Porsche 911 GT3), a 1m52,3s
4º Renato Pita/Alberto Silva (Renault Clio R3), a 3m13,1s
5º Antonio Viloria/Elias Reguera (Suzuki Swift Sport), a 8m25,7s
6º Felix Macias/Alex Portela (Suzuki Swift Sport), a 8m48,1s
7º Pedro Matias/Sérgio Rocha (Fiat Abarth 500), a 10m09,2s
8º David Rial/Samuel Enriquez (Ford Fiesta ST), a 16m52,4s
(...)
NC - Miguel Barbosa/Justino Reis (Mitsubishi Lancer IX) - Despiste sem consequência na PEC 9
NC - Ricardo Marques/Paulo Marques (Citroën C2 R2 Max) - Despiste sem consequência na PEC 9
Classificação Final - TPR
1º Vítor Pascoal/Luís Ramalho (Mitsubishi Lancer VII) - 54m09,7s
2º Carlos Fernandes/Daniel Amaral (Citroën C2 R2 Max), a 1m17,9s
3º Armindo Neves/Bernardo Gusmão (Mitsubishi Lancer VII), a 2m44,3s
4º Daniel Ribeiro/Jorge Carvalho (Opel Corsa OPC), a 3m33,7s
5º Miguel Barroso/Isac Pedroso (Seat Leon), a 3m37,1s
(...)
10º Osvaldo Santos/Hugo Pinheiro (Citroën Saxo), a 10m19,4s
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NC - Nuno Pombo/Guilherme Pereira (Fiat Abarth 500) - Despiste sem consequência na PEC 6
O Campeonato de Portugal de Ralis, juntamente com a Taça de Portugal de Ralis, prosseguem a 25 e 26 de Maio, no Rali Serras de Fafe.
Fotos: Oficiais, João Lavadinho, Via Racing e Ralis Online
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