Nem mesmo as difíceis condições climatéricas que acompanharam o Rali Vidreiro importunaram Fernando Peres no caminho para mais um triunfo no Open de Ralis. O caminho para o título fica, a cada prova, mais curto e não se vislumbram muitos adversários capazes de lutar taco-a-taco com Peres por esse objectivo.
Já por si, as estradas da mata de São Pedro de Moel são traiçoeiras e muito escorregadias. Quando se disputam sobre chuva ou piso molhado, isso torna-se ainda mais crucial e decisivo.
Fernando Peres foi quem melhor lidou com essa situação, trazendo ao de cima toda a sua experiência e conhecimento das especiais disputadas entre a Marinha Grande e São Pedro de Moel. O piloto do Mitsubishi Lancer VII atacou cedo, numa altura em que os pisos se apresentavam quase secos, para depois gerir quando a chuva apareceu em força. A terceira vitória da temporada coloca Peres na rota do título e não se vislumbram adversários à altura do antigo campeão nacional.
Sem nunca ter conduzido o Citroën Saxo Kit Car à chuva anteriormente, João Barros foi o 2º classificado, optando por um ritmo mais regrado em vez de tentar contra atacar Peres. Mas Barros só chegou ao 2º lugar depois do abandono de Diogo Salvi, que foi quem mais ameaçou o comando, mas a transmissão do Mitsubishi Lancer VII cedeu já na fase final do rali. João Barros venceu ainda entre as duas rodas motrizes, mostrando-se cada vez mais adaptado aos ralis e isso vê-se com o segundo pódio consecutivo.
Em bom nível esteve Carlos Martins, que repetiu o lugar conquistado em Castelo Branco. Nem mesmo um pião o desmoralizou e um derradeiro troço ao ataque aproximou-o bastante do 2º posto, contudo foram 0,4 segundos a separa-lo desse objectivo.
Com o ataque de Martins, Luís Mota desceu ao 4º lugar, num rali em que regresou ao Mitsubishi Lancer VII. Uma prova difícil para o veterano piloto, que leva ainda a vitória no Regional Centro como prémio de consolação. Alguns problemas mecânicos afectaram a prestação de Daniel Nunes, ele que vinha de dois abandonos. O piloto do Mitsubishi Lancer voltou a rubricar uma excelente prestação e sem problemas teria ficado no pódio, mas assim contentou-se com o 5º lugar e a vitória entre o Júnior.
Mais uma vez, Diogo Gago não deu qualquer chance no Desafio Modelstand. O jovem piloto, navegado pelo famalicense Jorge Carvalho, voltou a vencer e a rubricar um prova de encher o olho. Sempre em luta com Gil Antunes, um tempo canhão de Gago na última especial fez com que recuperasse o atraso para o adversário e ganhasse igual margem. Sem dúvida um excelente início de temporada com três triunfos em outros tantos confrontos.
A encerrar o Top-10 classificaram-se André Marques, que sofreu dois furos no Peugeot 206 S1600; Carlos Cruz, num bom regresso à competição e ainda Mário Barbosa, também ele vítima de um furo.
Em maré de azar continuam João Ruivo/João Peixoto. A dupla de Famalicão não foi além do 6º lugar entre os concorrentes ao Desafio Modelstand, depois de uma prova muito conturbada. Na especial da abertura uma ligeira saída e ainda um problema na direcção assistida fizeram Ruivo parar, apresentando logo aí um atraso. Depois, era um problema no escape que fazia o Peugeot 206 GTI perder rendimento e nada mais restava ao piloto famalicense do que trazer o carro até ao fim, tentando minimizar o prejuízo, rubricando ainda bons cronos pelo meio.
Mais atrás e com uma prova bastante prudente, Mariana Carvalho cumpriu o seu objectivo de chegar ao fim e somar mais um triunfo na Taça Feminina. Sem contratempos no Peugeot 206 GTI, o piso escorregadio e bastante sujo foram relevantes para uma gestão mais cautelosa da prova para a piloto de Famalicão, que sai da Marinha Grande satisfeita com a sua prestação, culminada com a 29ª posição final.
Dos famalicenses presentes, Sérgio Rocha foi o mais azarado, ele que como habitualmente navegou Pedro Fins. Numa altura em que seguiam na discussão dos lugares do pódio do Desafio Modelstand e até aí tinham registado um bom andamento, foi uma saída de estrada a colocá-los fora de prova, deixando ainda algumas marcas no Peugeot 206 GTI, que embateu de frente contra uma árvore, sem mazelas para a dupla.
Realce ainda para vitória de Rui Garcia no Troféu Fastbravo e para Carlos Neves que venceu a Taça Nacional de Clássicos.
Ausentes estiveram os famalicenses Paulo Marques e Guilherme Pereira, navegadores de Luís Bastos e Nuno Pombo, respectivamente. No rol de desistências e para além da já referida de Diogo Salvi e Pedro Fins, destaque ainda para o despiste de Nuno Coelho na derradeira especial, bem como para o violento embate de Ricardo Roda, logo na especial de abertura.
Classificação Final1º Fernando Peres/José Pedro Silva (Mitsubishi Lancer VII) - 33m09,7s
2º João Barros/António Costa (Citroën Saxo Kit Car), a 43,4s
3º Carlos Martins/Aníbal Martins (Mitsubishi Lancer VI), a 43,8s
4º Luís Mota/Alexandre Ramos (Mitsubishi Lancer VII), a 51,5s
5º Daniel Nunes/Daniel Amaral (Mitsubishi Lancer VI), a 1m12,6s
6º Diogo Gago/Jorge Carvalho (Peugeot 206 GTI), a 1m20,4s
7º Gil Antunes/Carlos Ramiro (Peugeot 206 GTI), a 1m27,4s
8º André Marques/Hugo Magalhães (Peugeot 206 S1600), a 1m35,6s
9º Carlos Cruz/Paulo Santos (Peugeot 206 RC), a 1m37,3s
10º Mário Barbosa/Bruno Gonçalves (Citroën Saxo Kit Car), a 2m10,4s
(...)
21º João Ruivo/João Peixoto (Peugeot 206 GTI), a 5m04,6s
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28º Mariana N. Carvalho/Alexandra Santos (Peugeot 206 GTI), a 6m43,6s
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NC - Pedro Fins/Sérgio Rocha (Peugeot 206 GTI) - Despiste na PEC 4
A próxima etapa do Open de Ralis é o Rali Serra da Freita, que irá para a estrada a 12 de Maio.
Fotos: Ralis Online, Pedro Duarte, Nuno Pimenta e oficiais
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