Mais uma etapa complicada para os concorrentes, que começam a sentir o verdadeiro Dakar, seja ele em África ou na América do Sul, ou seja, as dificuldades estão sempre presentes e o dia de hoje não foi excepcção. Adélio Machado e os azares não tem tido muita proximidade e daí o famalicense tem conseguído terminar as etapas sem problemas de maior, subindo aos poucos na tabela classificativa. Na etapa de hoje, Adélio optou por um ritmo mais cauteloso na fase inicial, poupando a mecânica do Toyota e até pelas constantes mudanças de piso que o traçado apresenta, dificultando a tarefa aos pilotos. "O pó voltou a ser nosso inimigo, obrigando em algumas situações a parar. Entretanto atascámos e depois tivemos um furo que nos fez perder várias posições. Um contratempo de pronto anulado com o retomar do nosso andamento normal e eficaz para esta altura da prova. Ainda assim conseguimos subir algumas posições na geral" afirmou Adelio Machado, preparando já o dia de amanhã que se antevê seja ainda mais complicado do que estas primeiras etapas do Dakar da América Latina: "Estamos no bom caminho, fortes e seguros que ainda faltam muitos milhares de quilómetros para o Dakar terminar. Amanhã muita coisa pode mudar com o aparecimento das primeiras dunas, onde me sinto particularmente bem", concluiu o piloto de Famalicão, que é o 2º entre os pilotos portugueses e já à porta do Top-10 na classe T2. A apresentar naturais dificuldades de adaptação ao TT à medida que a prova vai evoluíndo está Martine Pereira. O piloto de Famalicão ainda andou ao nível dos colegas de equipa na primeira fase da prova, contudo os já habituais atascanços e o desgaste dos pneus fizeram com que caísse alguns lugares, terminando fora dos 100 primeiros, o que se traduz num 94º lugar. "Passámos por algumas dificuldades, furámos, e tivemos que parar para desatascar. A mecânica do carro sofreu bastante e não podemos ir para além dos limites, temos que o levar quase "ao colo". Estas contrariedades obrigaram-nos a diminuir o andamento e perdemos muito tempo com todas estas situações. Enfim, a aventura continua e não vamos deitar a toalha ao chão" começou por afirmar Martine Pereira, quando passou mais uma barreira e parte agora para lugar ainda mais desconhecido: "pode ser que as dunas contrariarem os nossos últimos resultados", numa altura em que está já no Top-20 entre os T2. Também a defender as cores da Padock Competições, Frederico Pita voltou a ter uma etapa sem grandes sobressaltos, registando apenas um ligeiro atraso já na fase final da tirada. Ainda assim, o homem forte do Jet Ski nacional, foi o 84º mais rápido do dia, subindo para o 101º posto. Na discussão pela vitória do dia, os homens do costume, Carlos Sainz (VW) e Nasser Al-Attiyah (BMW) chegaram ao final da etapa separados por somente 6 segundos, num verdadeiro duelo de rali. Luc Alphand foi o melhor dos Mitsubishi ao ser 3º classificado, recuperando assim algum do tempo perdido ontem. A surpresa do rali tem sido o argentino Orlando Terranova, também em BMW, que hoje rodou nos lugares do pódio durante grande parte da tirada, terminando no 7º lugar, posição que também ocupa na geral. Na classificação geral, Sainz aumentou ligeiramente a sua vantagem sobre Al-Attiyah, cifrando-se agora em 3m46s, enquanto o colega de equipa do espanhol, Giniel de Villiers é 3º a já 11m33s. Stéphane Peterhansel mantém o 4º lugar, apesar de algum tempo perdido no dia de hoje. Entre os concorrentes lusitanos, o melhor foi Nuno Inocêncio, na 46ª posição, o que lhe valeu a subida de alguns lugares na tabela, porém continua a ser Leal dos Santos o melhor na geral, ocupando o Nas motos, mais do mesmo, isto é, vitória na etapa para Marc Coma (KTM) com 1m17s de vantagem sobre o "renascido" Cyril Despres, com Jonah Street um pouco mais atrás. Na tabela geral, Marc Coma aumenta assim a vantagem para o 2º colocado, o americando Street, que é agora de 42m57s, enquanto o 3º é o melhor das Yamaha, David Fretigné, a 43m42s. Hélder Rodrigues começa a dar nas vistas, hoje foi 13º, após uma etapa em que rodou nos grupo da frente, subindo mais alguns lugares, agora é 8º com uma desvantagem de 1h23m04s para Coma. Este foi um dia em que mais um português ficou de fora, nomeadamente João Rosa, com uma violenta queda. Nos camiões, Gerard de Rooy (GINAF) foi o vencedor da etapa, com Vladimir Chaguin (Kamaz) bem perto. Aliás, essa é igualmente a classificação geral, com de Rooy a ter uma vantagem superior a 10 minutos sobre três russos a defenderem a Kamaz, Chaguin, Kabirov e Mardeev. A representante lusa Elisabete Jacinto levou o seu MAN até ao 23º lugar, galgando várias posições, sendo agora a 21ª classificada, a pouco mais de 5 horas do lider. Classificação Carros-Etapa
1º Carlos Sainz/Michel Perin (VW Race Touareg) - 3h42m57s2º Nasser Al-Attiyah/Tina Thorner (BMW X3 CC) - a 6s
3º Luc Alphand/Gilles Picard (Mitsubishi Racing Lancer) - a 2m24s
4º Mark Miller/Ralph Pitchford (VW Race Touareg) - a 4m20s
5º Joan Roma/Lucas Senra (Mitsubishi Racing Lancer) - a 5m38s
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46º Nuno Inocêncio/Jaime Santos (Mitsubishi Pajero) - a 1h36m03s -- 1º Português
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80º Adélio Machado/Laurent Flament (Toyota Land Cruiser) - a 2h27m14s
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84º Francisco Pita/Humberto Gonçalves (Toyota Land Cruiser) - a 2h35m05s
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105º Martine Pereira/José Marques (Toyota Land Cruiser) - a 3h09m43s Classificação Carros-Geral
1º Carlos Sainz/Michel Perin (VW Race Touareg) - 12h47m45s
2º Nasser Al-Attiyah/Tina Thorner (BMW X3 CC) - a 3m46s
3º Giniel de Villiers/Dirk von Zitzewitz (VW Race Touareg) - a 11m33s
4º Stéphane Peterhansel/Jean Paul Cottret (Mitsubishi Racing Lancer) - a 15m41s
5º Joan Roma/Lucas Senra (Mitsubishi Racing Lancer) - a 20m00s
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54º Ricardo Leal dos Santos/Pedro P. Lima (BMW X5) - a 7h54m19s -- 1º Português
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73º Adélio Machado/Laurent Flament (Toyota Land Cruiser) - a 8h44m11s
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96º Martine Pereira/José Marques (Toyota Land Cruiser) - a 10h36m39s
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101º Francisco Pita/Humberto Gonçalves (Toyota Land Cruiser) - a 12h00m48s
A 5ª etapa amanhã ligará Neuquen a San Rafael, cumprindo um total de 663 quilómetros, sendo 506 deles feitos em especial. Uma etapa em que a areia se fará sentir em muitas zonas, algumas delas acima dos 2000m, onde os concorrentes sentirão dificuldades com o vento, apesar das estradas serem bastante rápidas.
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