17 janeiro 2011

Vitória sorriu a António Rodrigues ao cair do pano

O Rali Montelongo / Cidade de Fafe teve um final digno de um filme de suspense. Inesperadamente, mas com muito mérito, António Rodrigues e o famalicense Jorge Carvalho foram os vencedores, depois de muitos abandonos e atrasos dos principais favoritos. Com tantos carros de tracção integral, não deixa de ser curioso que tenham sido três viaturas de 2 rodas motrizes a ocupar os lugares do pódio.

Ainda a prova não tinha começado e já um dos candidatos à vitória estava impedido de participar. Daniel Nunes teve um despiste no centro de Fafe, na noite de 6ª feira, deixando o Mitsubishi Lancer VI com estragos impossíveis de reparar.

Mas os acidentes aparatosos nesta prova não ficam por aqui, pois logo numa das primeiras curvas do troço inaugural, Jorge Santos perde o controlo do Citroën Saxo S1600 e embate violentamente num poste de electricidade. Por precaução, a sua navegadora Isabel Branco é encaminhada para o hospital. Dos quatro concorrentes que partiam à frente de Jorge Santos, apenas três terminaram a especial, pois Daniel Ribeiro abandonava com problemas de caixa no Citroën Saxo, ao passo que Luís Mota sofre um furo e os restantes concorrentes dirigiram-se para a PEC 2.

A partir daqui assistiu-se a um rali muito disputado, com Mário Barbosa a estrear-se da melhor forma, passando a liderar a prova, perante forte pressão de Renato Pita e de Ricardo Teodósio, que atacou na derradeira especial da manhã e passou para o 1º lugar, na frente do piloto do Citroën Saxo Kit Car, enquanto Pita se atrasava com um problema no turbo do Mitsubishi, vindo a abandonar posteriormente. A prosseguir a adaptação ao Peugeot 206, Gil Antunes era até então o líder das 2 rodas motrizes e ocupava o 3º lugar, com Samir Sousa, Diogo Salvi e António Rodrigues logo atrás.

Mas era na 2ª secção que tudo se iria decidir, com especial destaque para um verdadeiro golpe de teatro na última especial. Ainda antes, Ricardo Teodósio desistia com uma avaria no Mitsubishi Lancer IV, deixando novamente Mário Barbosa no comando. Logo depois, e quando já ocupava o 3º lugar, Diogo Salvi também abandona e nesse momento, Barbosa liderava destacado, com Gil Antunes e Samir Sousa a discutirem entre si o 2º lugar, com António Rodrigues a pressionar um pouco mais atrás.

Os últimos quilómetros do rali viram Mário Barbosa sofrer um furo, Gil Antunes ter problemas com a bomba de gasolina e a Samir Sousa era a caixa de velocidades do Nissan Sunny GTI-R que encravava. Com uma verdadeira hecatombe que provocou atrasos para os 3 primeiros classificados, era a dupla António Rodrigues/Jorge Carvalho que chegava ao final no 1º lugar, num rali em que recorreram a um Citroën Saxo, o qual não chegaram a experimentar antes da prova. Num rali em crescendo, Rodrigues e Carvalho souberam estar no sítio certo e na hora certa e conquistaram o primeiro triunfo da época e da sua carreira no Open de Ralis.

Surpreendente foi também o 2º lugar de Rui Salgado, que levou o Peugeot 306 a mais um bom resultado e aproveitando naturalmente os azares alheios. A regularidade acabou por ser um trunfo para o experiente piloto, que nunca rubricou tempos acima de 4º. A encerrar o pódio, Fabricio Lopes mostrou que está mais à vontade com o Peugeot 206, numa prova que serviu de teste para encarar o Desafio Modelstand, mas cujo resultado acaba por ser bem mais positivo do que o esperado.

Num rali com muitos abandonos, nomeadamente dos candidatos com carros de tracção total, Aníbal Rolo estreou o Mitsubishi Lancer VII da melhor forma, terminando às portas do pódio, numa prova de habituação à nova máquina. Atrás de Rolo, terminou Luís Mota, que apenas na derradeira classificativa conseguiu garantir o 5º lugar, depois de recuperar o tempo perdido com o furo na fase inicial do rali. Destaque ainda para o 6º classificado, Pedro Matias que estreou o Abarth 500, rubricando bons cronos, assim como André Martins que foi 8º, atrás de Mário Barbosa que com o furo foi relegado para o 7º lugar final. Júlio Bastos e Miguel Carvalho encerram o lote dos 10 mais rápidos.

Para além da vitória de Jorge Carvalho, houve mais famalicenses em prova, mas com resultados aquém do esperado. Na derradeira especial, Paulo Marques, a navegar Luís Bastos, viu a sua prestação condicionada com problemas no Citroën C2. Até então, o famalicense rodou constantemente na metade superior da tabela, contudo caiu para o 18º lugar final após esse contratempo, no entanto deixa boas referências para provas futuras.

Enquanto não têm o outro Abarth 500 pronto, Nuno Pombo e o famalicense Guilherme Pereira vão ganhando ritmo com o Fiat Punto, com que terminaram no 21º lugar. Para o piloto, vindo da velocidade, trata-se ainda da adaptação aos ralis, por isso neste momento o resultado final não é o mais importante.

Um pouco mais atrás terminou outro famalicense, Miguel Marques, a navegar Paulo Castro no pequeno Fiat Cinquecento. Uma prova também sem problemas de maior e a rodar consoante aquilo que o carro permite, chegando ao final no 24º posto, também um resultado que pouco conta para a dupla, cujo objectivos foram cumpridos, ou seja, terminar e divertir. Logo a seguir a esta equipa, classificaram-se Mariana Neves de Carvalho/Filipe Martins, que não tiveram uma prova à imagem do que pretendiam. Sem pressão de resultados, a jovem piloto não correu riscos e terminou a prova sem problemas no Peugeot 206 GTI, mas uns furos abaixo do que já nos habituou. Menos sorte teve Alberto Silva, que em dia de aniversário, viu o Fiat Punto HGT que partilhou com Marco Lazarino, partir o motor e impedir de continuar em prova.

Nos vários campeonatos que cumpriam igualmente a prova, Samir Sousa teve a consolação de vencer entre o Júnior, German Gomez levou o Porsche 911 ao triunfo na Taça de Clássicos, Aníbal Rolo foi o melhor no Regional Norte e André Martins levou a melhor no Regional Nordeste.

Classificação Final
1º António Rodrigues/Jorge Carvalho Jr (Citroën Saxo) - 34m12,3s
2º Rui Salgado/Luís Godinho (Peugeot 306), a 16,5s
3º Fabrício Lopes/Pedro Vaz (Peugeot 206 GTI), a 24,2s
4º Aníbal Rolo/José Sousa (Mitsubishi Lancer VII), a 31,0s
5º Luís Mota/Alexandre Ramos (Mitsubishi Lancer VII), a 33,2s
6º Pedro Matias/Nuno Rodrigues da Silva (Fiat 500 Abarth), a 35,9s
7º Mário Barbosa/Vítor Hugo (Citroën Saxo Kit Car), a 36,5s
8º André Martins/Ricardo Torres (Citroën Saxo), a 41,2s
9º Júlio Bastos/Aníbal Pereira (BMW M3), a 51,8s
10º Miguel Carvalho/Miguel Cruz (Citroën Saxo), a 1m08,2s
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18º Luís Bastos/Paulo Marques (Citroën C2), a 3m02,0s
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21º Nuno Pombo/Guilherme Pereira (Fiat Punto HGT), a 4m23,2s
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23º Paulo Castro/Miguel Marques (Fiat Cinquecento), a 5m15,4s
24º Mariana Neves de Carvalho/Filipe Martins (Peugeot 206 GTI), a 5m45,6s
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NC - Marco Lazarino/Alberto Silva (Fiat Punto HGT) - Avaria mecânica antes da PEC 3

As baterias do Open de Ralis já estão apontadas para Barcelos, onde se disputa o próximo capítulo deste campeonato, com data marcada para 12 e 13 de Fevereiro.

Fotos: Ralis.Online

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