10 janeiro 2012

"Época foi estupenda e espero concretizar a ida para o WRC", assume José Janela

José Janela dispensa apresentações. Ao vasto currículo de conquistas no automobilismo, juntou em 2011 mais 4 títulos nacionais, estando no topo da pirâmide, o de Campeão Nacional de Ralis - 2L/2RM. O navegador famalicense trabalha agora na forte possibilidade de já na próxima temporada ingressar no Mundial de Ralis, com um ambicioso projecto na WRC Academy.

Qual o balanço geral da temporada de 2011 em termos dos objectivos propostos no início?

2011 foi uma época estupenda, com 4 títulos alcançados e não podia ser exigido mais a um carro de 2 rodas motrizes num campeonato com a absurda regulamentação da escolha antecipada das provas para pontuar para o CPR, o que nos impossibilitou de fazer melhor. Com 4 vitórias nas 6 possíveis, é demonstrativo da superioridade que ao longo do ano exercemos em cada prova do CPR2. O João Silva esteve sempre muito forte e só com os imponderáveis neste desporto é que os nossos objectivos não seriam alcançados.

Qual o melhor momento e o menos bom das provas efectuadas?

Ao longo do ano tivemos excelentes momentos, mas o que fica como o momento significativo pela importância que tinha para o campeonato, foi a vitória no Rali Serras de Fafe, em piso de terra, que se desenrolou em circunstâncias difíceis, em que tudo era novo para o João Silva. Aí sobressaiu o que é exigido a um piloto que quer ser campeão e como ficou demonstrado o João Silva não podia ser mais perfeito.

Tive 2 momentos menos bons. No Rali de Vila Verde em que devido a um erro que eu assumo como meu, induzido por uma falha no road book, que desde os reconhecimentos motivou ter uma nota errada num cruzamento, que nos retirou uma vitória no rali por 4,5 segundos. E também a desistência no Rali Vinho Madeira devido a uma falha mecânica no Subaru, num rali que acreditava poder ganhar.
Qual o adversário mais duro de roer?

Todos merecem o meu máximo respeito, mas sem dúvida que o Ivo Nogueira, Paulo Antunes, Paulo Neto e o Frederico Gomes eram a referência directa no CPR2, mas para motivar o piloto para uma constante evolução de eficácia em cada prova, é bom criar outros objectivos.

Houve alguma peripécia engraçada que queira partilhar?

Numa época tão exigente é difícil ter alguma peripécia engraçada, mas olhando à posteriori e pelo que teve de caricato, posso eleger o que se passou no Rali de Vila Verde. Chegar a um cruzamento, ter a nota para seguir em frente e ter o caminho barrado, pois tínhamos que virar à direita e com isto somar mais 200 metros sem notas, não é nada agradável. Valeu a minha auto-estima e força mental para minimizar os efeitos emocionais. Agora posso rir, mas na altura...

Motiva-o contribuir para a evolução de um jovem piloto e senti-la ao longo do ano?

Sentir que estamos a contribuir para a evolução de um jovem piloto, tem tanto de responsabilidade como de motivador. Sei que toda a história de sucesso ou insucesso da sua carreira desportiva vai ser influenciada por esta fase crucial, onde os níveis de autoconfiança são adquiridos e fundamentais para a sua evolução, no qual tenho vários fatores a trabalhar para aumentar a sua eficácia em prova. No caso do João Silva, com apenas 23 anos de idade, tudo é mais fácil para mim, pois ele é um predestinado, um piloto com qualidades de condução e pessoalmente só ao alcance dos melhores do mundo.

A internacionalização que pode acontecer para o ano, considera que é uma oportunidade tardia?

O importante na vida é desfrutar das coisas no momento que elas acontecem. No caso do projecto WRC Academy se concretizar, claro que vou ficar feliz pela oportunidade de realizar provas com um piloto como o João Silva, junto dos melhores do mundo e ao mesmo tempo poder pôr em prática os conceitos que sempre defendi como eficazes, para um piloto português chegar nas provas fora do seu país e impor a sua rapidez e qualidades de condução .

Quais os planos para a próxima época?

Neste momento, o meu plano prioritário é fazer o WRC Academy. E como eu acredito que "a sorte protege os audazes", vou trabalhar nesse sentido para cativar as empresas a acreditarem no nosso projeto, como uma mais valia na divulgação das suas marcas.

Que mensagem deixa aos adeptos e leitores do Famalicão Motor?

Aos adeptos do Famalicão Motor deixo aqui o conselho de seguirem toda a informação do desporto motorizado e em particular dos projectos dos pilotos famalicenses através deste excelente órgão de comunicação. É, sem dúvida e cada vez mais, uma referência nacional dos amantes do desporto automóvel.

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