15 novembro 2009

Luís Mota venceu no fechar do pano e João Ruivo conquista vice-campeonato

Foi um rali cheio de animação e emoção, marcando um final de temporada no Campeonato Open de Ralis em que tudo o que estava em aberto foi decidido... na última curva! Luís Mota/André Mota foram os vencedores deste Rali Cidade de Gondomar, prova em que João Ruivo foi o famalicense que foi mais feliz.

Uma nota de referência para situações que envolveram pilotos famalicenses ainda antes do início do rali. Pedro Silva/Vítor Martins voltaram a não marcar presença, tal como o navegador Paulo Marques. Presente esteve Justino Reis, que se sentou ao lado de Pedro Peres, em virtude do habitual navegador deste, Tiago Ferreira, ter sido pai.

A prova gondomarense é "famosa" pela difíceis condições climatéricas que, habitualmente, marcam o rali e a edição deste ano não foi excepcção. Na Super Especial de 6ª à noite, uma forte intempérie levou a que fosse impossível os últimos 15 concorrentes (os primeiros 15 na lista de inscritos, uma vez que a especial se desenrolou por ordem inversa) efectuarem o traçado. Assim, partiam todos em igualdade para o dia seguinte, mas com 10 segundos de atraso face ao então primeiro lider do rali, Luís Delgado, em Fiat Punto HGT.

Depois do temporal, o dia de Sábado acordou solarengo e bastante público deslocou-se até Gondomar, assitindo logo no primeiro troço do dia de Sábado a um dos momentos do rali, com a dupla Ricardo Costa/Nuno Almeida a abandonar em virtude da quebra do diferencial do Mitsubishi Lancer VI, hipotecando assim as aspirações à vitória e a uma eventual subida até ao 2º posto do campeonato. Embora ainda tenham realizado a especial, os problemas de turbo no Mitsubishi de Pedro Peres e Justino Reis não permitiram a continuidade do rali, deixando dois favoritos de fora logo no arranque da prova.

Assim, Luís Mota cedo se instalou no comando das operações, passando depois a gerir os acontecimentos, pois os adversários não conseguiam chegar perto. O piloto do Mitsubishi ainda assim apresentou um ritmo elevado e somente nas segundas passagens abrandou ligeiramente. Para Mota, foi mesmo um rali em cheio, juntando a vitória absoluta à conquista do título no Campeonato Regional Norte e ainda ao 4º lugar no Campeonato Open, superando por um ponto o famalicense Ricardo Costa.

Ainda com aspirações a chegarem mais à frente em termos de campeonato, João Ruivo/Alberto Silva impressionaram pelo ritmo rápido que apresentaram desde início, discutindo ao longo de todo o rali o 2º lugar com vários pilotos. A partir da 2ª metade da prova e com os problemas de travões sentidos já resolvidos, a dupla do Fiat Stilo Multjet encetou o derradeiro ataque para alcançar o lugar intermédio do pódio e depois de algumas trocas com Rui Garcia, na derradeira especial conseguiram alcançar esse objectivo. Com a classificação nestes moldes, João Ruivo era desde já o vencedor do título respeitante às 2 Rodas Motrizes, mas com o abandono de Nuno Pina, Ruivo efectivou ainda a conquista do vice-campeonato absoluto do Open de Ralis, após uma recta final bastante consistente.

A encerrar o pódio, uma agradável surpresa chamada Rui Garcia. O jovem piloto efectuou apenas o seu 3º rali e era a sua estreia num carro de tracção total, mostrando desde início uma enorme garra e um andamento muito rápido, apesar de um contratempo no Mitsubishi Lancer VI ainda antes da prova começar. Contando com a experiência de António Costa a seu lado, Rui Garcia rodou por várias vezes no 2º lugar e mesmo tendo caído uma posição no último troço, a diferença cifrou-se em pouco mais de 3 segundos. Excelentes indicadores para o futuro, numa altura em que não há muitos novos valores a cingrar no mundo dos ralis.

No 4º lugar terminou outro dos beneficiados com o abandono de Nuno Pina, ou seja, Daniel Ribeiro, que alcançou a vitória no Desafio Modelstand. Nunca baixando os braços e sendo o mais rápido do troféu ao longo de todo o rali, Ribeiro só chegaria ao título se Pina não terminasse a prova e, como tal viria a suceder, o piloto fafense fazia jus à lógica "no sítio certo, à hora certa" para alcançar a vitória, fruto de muita regularidade e consistência. O piloto do Peugeot 206 GTI teve uma interessante disputa com Gil Antunes ao longo de todo o rali, mas este capotou na PEC 4, deixando o seu Opel Astra algo mal tratado a nível de carroçaria e mecânica, caíndo alguns lugares, depois de ter rodado em 2º da geral. A fechar o Top-5, terminou Pedro Ortigão, em Peugeot 206 GTI, num bom final de época para o piloto.

Nuno Pina e Guilherme Pereira foram os grandes azarados deste Rali de Gondomar. A dupla famalicense que apresentava uma bonita decoração no Peugeot 206 GTI, com vários momentos da temporada, entrou com bastantes cautelas e com uma táctica defensiva, que a meio da prova se traduzia no 9º lugar, algo que permitia segurar, com bastante margem, o vice-campeonato absoluto e a vitória no Desafio Modelstand. Com tudo praticamente decidido, na última curva da última especial, um toque com a roda dianteira esquerda do Peugeot esvanece todos os objectivos do famalicense, que ainda assim termina a classificativa e chega ao parque fechado, ainda que com excesso de penalização, pelo que não foi classificado. Um final de campeonato tremendamente inglório para Nuno Pina e Guilherme Pereira, que desceram assim para o 3º lugar do Open de Ralis, para o 2º na Categoria 1 e no Desafio Modelstand, depois de um ano em que foram, sem sombra para dúvidas, uma das duplas mais rápidas.

Também pouca sorte teve a dupla Mariana Neves de Carvalho/Filipe Martins, que abandonaram a prova logo na fase inicial, em virtude de um problema de transmissão no Suzuki Ignis. Ainda assim, a jovem piloto famalicense não estava tão desanimada quanto isso, pois conseguiu segurar o 3º lugar no Campeonato de Portugal Júnior, o que é um bom resultado no ano de estreia nos ralis. José Janela, acompanhado por Frederico Carvalho no VW Polo GTI, também abandonou a prova logo após a Super Especial, onde um engano de percurso o fez perder muito tempo.

A famalicense Márcia Gonçalves, navegadora de Marta Neves, logrou terminar a prova na 19ª posição, após uma prova em que com algumas cautelas levaram o Peugeot 206 GTI até à vitória entre as Senhoras, em mais uma presença pontual no Open de Ralis. Entre os troféus presentes, para além do já referido Desafio Modelstand, Hugo Queirós foi o vencedor do Troféu Fastbravo.

Classificação Final
1º Luís Mota/André Mota (Mitsubishi Lancer IV) - 53h06,5s
João Ruivo/Alberto Silva (Fiat Stilo Multijet) - a 2m10,4s
3º Rui Garcia/António Costa (Mitsubishi Lancer VI) - a 2m14,1s
4º Daniel Ribeiro/Hugo Magalhães (Peugeot 206 GTI) - a 2m28,5s
5º Pedro Ortigão/Mário Castro (Peugeot 206 GTI) - a 3m55,8s
6º Gil Antunes/Daniel Amaral (Opel Astra GSI) - a 5m04,9s
7º Júlio Bastos/Aníbal Pereira (BMW M3) - a 5m13,9
8º José Cruz/Luís Lauro (Peugeot 206 GTI) - a 6m02,7s
9º Marco Lazarino/Pedro Leal (Fiat Punto HGT) - a 6m48,2s
10º Júlio Maia/Alexandre Rodrigues (Peugeot 206 RC) - a 8m00,3s
(...)
19º Marta Neves/Márcia Gonçalves (Peugeot 206 GTI) - a 20m06,4s

Classificação Final Open de Ralis
1º Pedro Peres (180 pts)
João Ruivo (126 pts)
Nuno Pina (115 pts)
4º Luís Mota (101 pts)
Ricardo Costa (100 pts)
(...)
10º Frederico Ferreira (58 pts)
(...)
15º Pedro Silva (36 pts)
(...)
40º Mariana Neves de Carvalho (10 pts)

Fotos: M. Bessa Carvalho (Motores Magazine), Foto GTI e Ralis.Online

1 comentário:

Anónimo disse...

PINA, para quem sabe apreciar ralis tu és o CAMPEÃO. Parabéns pela época.
Força, para o ano lá estarei a dar-te o meu apoio.

NUNO R.