23 setembro 2011

Moura cada vez mais perto do título. Janela já lidera CPR2

Foi um passo de gigante rumo ao título, aquele que Ricardo Moura deu no passado fim de semana, ao vencer o Rali Centro de Portugal. O açoreano alargou a vantagem face aos adversários e está agora em posição muito favorável para conquistar o campeonato já no proximo rali. A Marinha Grande e Leiria assistiram a uma prova com um interesse desportivo aquém do esperado, com os famalicenses presentes a trazerem bons resultados na bagagem.

As primeiras especiais da prova do Clube Automóvel da Marinha Grande definiram muito daquilo que viria a ser o desfecho da prova. Natural candidato à vitória, não fosse o campeão nacional em título, Bernardo Sousa viu uma transmissão do Ford Fiesta S2000 quebrar e ainda fez um pião, tudo isto logo na primeira classificativa. Apenas com tracção traseira, o jovem madeirense, que aproveitava para testar soluções a utilizar nas etapas que restam do Mundial de Ralis, atrasava-se irremediavelmente na tabela.

Na liderança seguia então Pedro Peres, sempre muito pressionado por Ricardo Moura, líder do campeonato e a quem esta posição não era de tudo insatisfatória. Mas o Mitsubishi Lancer IX de Peres não colaborou e na PEC 4, um problema eléctrico deixava-o fora de prova e permitia a Moura assumir o comando de forma descansada, pois a diferença para o 2º classificado, Pedro Meireles, mais adaptado ao Lancer X em pisos de asfalto. Muito perto de Meireles estava Vítor Lopes, ainda com aspirações ao título, que queria a todo o custo encurtar a distância para Ricardo Moura. Logo atrás discutiam-se as melhores posições no CPR2, com Ivo Nogueira a liderar até então, com João Silva e o famalicense José Janela a perseguírem o jovem do Citroën DS3, isto numa altura em que o primeiro líder, Paulo Antunes, já estava fora de prova, devido a avaria no Opel Corsa S1600 que utilizou. Surpreendentemente nesta fase inicial da prova era o 6º lugar da dupla famalicense Miguel Barbosa/Rui Raimundo que, na estreia em pisos de asfalto do Mitsubishi Lancer IX, se intrometiam na luta pelos lugares cimeiros, deixando atrás de si pilotos com outros argumentos, casos de Vítor Pascoal, por exemplo, que não teve um rali fácil.

Mas com muito rali pela frente ainda e com diferenças curtas, era de esperar animação pela discussão do rali, contudo tudo ficou decidido um pouco por eliminação e por avarias. Na 2ª secção, que utilizou especiais na zona de Pombal, Bernardo Sousa encetou a sua recuperação e ia dando espectáculo, enquanto Ricardo Moura permanecia serenamente na frente, tendo agora Vìtor Lopes atrás de si, depois de Pedro Meireles ter sofrido um contratempo mecânico e com isso ter sido relegado para a 6ª posição. Um ataque bem sucedido permitiu a João Silva suplantar Ivo Nogueira e instalar-se no 3º posto da geral, assumindo igualmente a liderança do CPR2. Menos sorte tinha Miguel Barbosa, pois uma ligeira saída de estrada fazia-o perder mais de 1 minuto e com isso cair para o 10º lugar, posição que não espelhava a prestação que o famalicense vinha a ter até então.

Para o fim estavam reservados os habituais troços do Pinhal do Rei, desta feita com algumas nuances. A pouca quilometragem que apresentavam e a sua rapidez anteviam que não existissem grandes diferenças e isso mesmo se confirmou. Ricardo Moura geriu a belo prazer os segundos que amealhou, concluíndo a prova com pouco mais de 20 segundos face a Vítor Lopes, a quem o 2º posto não o satisfez por completo, pois o objectivo era mesmo roubar ponto a Moura. Depois de concluídos os problemas matinais, Bernardo Sousa subiu de rendimento e ainda chegou ao 3º posto, contudo como não está inscrito no campeonato, esses pontos são atribuídos a João Silva, que terminou em 4º. O jovem madeirense, navegado por José Janela, foi autor de uma bela prova, com excelentes cronos ao nível dos melhores Grupo N, sempre com um Renault Clio R3 irrepreensível e que foi um fiel aliado na vitória no CPR2, campeonato que lideram e estão em boa posição para vencer.

Ivo Nogueira fechou o lote dos 5 mais rápidos, numa prova positiva para o jovem piloto da Citroën, que segurou nos derradeiros quilómetros os ataques de Pedro Meireles, que fazia tudo para recuperar o tempo perdido, mas não melhoraria do 6º posto. Numa prestação muito apagada, para além de alguns problemas com a electrónica do Mitsubishi Lancer X, Vítor Pascoal não foi além da 7ª posição, nunca conseguíndo rubricar tempos de relevo e segue agora mais longe dos dois primeiros classificados do campeonato.

No 8º lugar e a encerrarem o pódio no que toca às 2 Rodas Motrizes, Ricardo Marques e o famalicense Paulo Marques realizaram uma prova com ritmos elevados e que os deixos plenamente satisfeitos. Depois da ausência na última prova, a dupla do Citroën C2 R2 Max relançou-se para o que resta da época, onde este bom resultado funcionará como factor de motivação, certamente.

Armando Oliveira terminou na 9ª posição, na frente da dupla de Famalicão, Miguel Barbosa/Rui Raimundo, que após a saída de estrada, pouco ou nada podiam fazer, até porque o carro sofreu algumas mazelas e que impediam a recuperação de posições. Ainda assim, nota de destaque para a estreia de Barbosa no Campeonato de Portugal de Ralis. 

Na Taça de Portugal, depois de um ataque inicial muito forte, Renato Pita e o famalicense Jorge Carvalho viram a vitória fugir já depois da tomada de tempos da última classificativa. O Mitsubishi Lancer VII já vinha a apresentar queixas ao nível do motor nas especiais anteriores e após terminar a parte competitiva, entregou mesmo a alma ao criador, deixando Hugo Lopes e o também famalicense Alberto Silva no comando e com isso seriam os vencedores da prova.

Depois de uma entrada cautelosa e de um furo, Hugo Lopes soube estar no sítio certo, à hora certa e conseguiu a vitória, numa prova em que teve de se defender da pressão imposta por parte de João Soares e também de Pedro Matias, este último acompanhado de Sérgio Rocha, co-piloto de Famalicão, que encerraram os lugares do pódio da Taça.

Classificação Final CPR
1º Ricardo Moura/António Costa (Mitsubishi Lancer IX) - 1h03m54,5s
2º Vítor Lopes/Hugo Magalhães (Subaru Impreza WRX), a 24,5s
3º Bernardo Sousa/Paulo Babo (Ford Fiesta S2000), a 1m33,8s
4º João Silva/José Janela (Renault Clio R3), a 1m45,1s
5º Ivo Nogueira/Vítor Hugo (Citroën DS3 R3T), a 1m59,4s
6º Pedro Meireles/Mário Castro (Mitsubishi Lancer X), a 2m05,1s
7º Vítor Pascoal/Luís Ramalho (Mitsubishi Lancer X), a 4m05,7s
8º Ricardo Marques/Paulo Marques (Citroën C2 R2 Max), a 4m49,8s
9º Armando Oliveira/Alexandre Rodrigues (Citroën C2 R2 Max), 5m01,2s
10º Miguel Barbosa/Rui Raimundo (Mitsubishi Lancer IX), a 5m24,9s

Classificação Final Taça
1º Hugo Lopes/Alberto Silva (Mitsubishi Lancer VI) - 1h11m54,2s
2º João Soares/João Barata (Citroën Saxo), a 9,2s
3º Pedro Matias/Sérgio Rocha (Abarth 500), a 9,5s
4º Roberto Canha/Paulo Lopes (Citroën Saxo), a 21,9s
5º José Lopes/António Sousa (Peugeot 205 GTI), a 2m40,3s
(...)
NC - Renato Pita/Jorge Carvalho Jr (Mitsubishi Lancer VII) - Avaria mecânica após PEC 12


Fotos: Alberto Santos, António Carvalho, Luís Costa e Ralis Online

Sem comentários: