03 abril 2012

8º lugar na estreia no WRC Academy soube a pouco

João Silva e o famalicense José Janela conseguiram na sua prova de estreia na WRC Academy, chegar ao final da prova, o que só por si não deixa de ser positivo dadas todas as dificuldades que tiveram de enfrentar, mas ainda assim, aquém das expectativas da equipa para o Rally de Portugal.

Com três classificativas nocturnas para cumprir logo no início da prova, a dúvida residia em como estariam as condições de visibilidade nas mesmas. Perdendo algum tempo na segunda especial do dia, seria nas duas especiais seguintes que surgiriam os problemas com duas saídas de estrada, tendo mesmo de receber ajuda de espectadores para regressar ao percurso, tendo perdido bastante tempo, mas felizmente sem danos de maior para o Ford Fiesta R2. "Tivemos muitos momentos de visibilidade totalmente nula, motivando as nossas saídas de estrada e alguns sustos. Foram sem dúvida os momentos mais difíceis que já tive de enfrentar num rali, tenho ainda assim de estar satisfeito por estarmos ainda em prova, pois o resultado poderia ter sido bem diferente para pior. Serviu para eu perceber que no futuro terei de adaptar o meu sistema de notas a este tipo de condições, melhorando a forma de referências que uso para classificativas nocturnas", referiu João Silva.

Sobre o dia de 6ª feira, José Janela afirmou que: "não foi também um bom dia. Batemos forte num buraco feito pela chuva e a direcção abriu, o que afectou o nível de confiança que esperavamos criar hoje nas classificativas diurnas". Com a dupla a ter apenas testado com os pisos de terra batida secos, admitiu igualmente que "as afinações que temos no carro não eram definitivamente as correctas para hoje onde só existiu, chuva e lama, e como se tal não fosse o suficiente, também apanhamos nevoeiro".

Depois do tempo perdido nas duas etapas anteriores, restava apenas o objectivo de pontuar no troféu, e esperar por incidências de corrida que pudessem alterar o oitavo posto com que saíram da etapa de ontem, mas tal acabou por não se verificar. Para a dupla, "o dia acabou bem, fizemos estas especiais já num ritmo superior, e a prova devia começar agora pois a confiança estava a subir. Nos primeiros dias a falta de experiência condicionou o nosso andamento, mas saímos daqui com alguns pontos, e com mais experiência e temos de continuar a evoluir para estarmos em bom nível na Grécia".

"Já esperávamos que existisse um andamento muito elevado, temos aqui pilotos muito rodados e tomamos consciência disso de uma forma algo extrema. Continuamos a demonstrar que a nível nacional lideramos nas duas rodas motrizes, mas isso é pouco quando nos comparamos com as equipas da WRC Academy e temos de trabalhar ainda mais e melhor", resumem João Silva e José Janela, explicando um pouco a sua situação face à dos adversários: "É sempre muito difícil competir com pilotos que quase todos eles possuem apoios de carácter oficial, para além dos privados e nós seremos os únicos que chegam a este ponto sem esse apoio, o que nos limita bastante em termos de evolução. A formação em Portugal é nula, começamos muito tarde a ter oportunidades de dar o salto para projectos mais competitivos ao contrário do que se passa com a maioria dos nossos adversários que quase todos recebem apoios directos das Federações ou das regiões e países que representam".

O oitavo lugar final sabe a pouco no final do Vodafone Rally de Portugal, mas seguramente que a experiência adquirida na estreia com o Ford Fiesta R2 será valiosa para o futuro. João Silva e José Janela regressam no Rali da Grécia, que decorrerá de 25 a 27 de Maio.

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