03 julho 2012

João Barros vence em Monção

A fase de asfalto do Open de Ralis terminou em Monção, num rali que teve João Barros como vencedor. Após cinco confrontos, este campeonato conheceu apenas dois vencedores, embora nas terras do Alto Minho se tenha assistido a mais uma excelente e competitiva prova. Entre os pilotos famalicenses presentes, destaque para Margarida Barbosa, que se mostrou cada vez mais à vontade nos ralis.

Sem Fernando Peres, líder incontestado do campeonato, previa-se que num rali mais técnico, os melhores homens das duas rodas motrizes pudessem ter uma palavra a dizer e se intrometem-se na luta pela vitória com os pilotos que tripulam carros de tracção integral. E foi exactamente isso que sucedeu, com Mário Barbosa a instalar o seu Citroën Saxo Kit Car na liderança, com alguma vantagem amealhada fruto da vitória nas duas primeiras classificativas. Contudo, Barbosa voltou a não conseguir afastar a malapata, sendo obrigado a abandonar de seguida com o motor do carro francês partido.

Mas era um carro idêntico a assumir o comando das operações, com João Barros ao volante e de uma forma igualmente sublime. Cumpridas as primeiras passagens, Barros já detinha quase 20 segundos de vantagem sobre os perseguidores, encabeçados por Daniel Nunes, que perdia algum tempo numa das especiais e com isso não exercia maior pressão ao líder do rali. Aliás, o piloto do Mitsubishi Lancer VI tinha de se preocupar com quem vinha atrás, nomeadamente Carlos Martins e Diogo Salvi, com a diferença entre os três até à altura a cifrar-se em menos de 4 segundos e a antever uma grande luta pelos lugares do pódio até ao final. Luís Mota não se conseguia aproximar deste trio, mesmo sem ter problemas de maior, enquanto Gil Antunes liderava o Desafio Modelstand e travava um interessante duelo com André Marques pelo 2º posto entre as duas rodas motrizes. 

O piloto do Peugeot 206 GTI dominava a seu belo prazer a competição monomarca, depois de Diogo Gago, navegado pelo famalicense Jorge Carvalho, ter abandonado. O jovem algarvio, dominador do Desafio até então, seguia na liderança mas após a PEC 2 tinha um problema no cárter, não tendo qualquer possibilidade de continuar. Mas ainda dentro do Desafio Modelstand, os problemas continuavam, pois Sérgio Vaz atrasava-se muito, Pedro Fins e o famalicense Sérgio Rocha sofriam um furo, enquanto a dupla de Famalicão, João Ruivo/João Peixoto se queixavam de problemas de motor, não indo além do 3º lugar a meio da prova.

Nesta fase da prova, já figuravam no rol das desistências nomes como Eduardo Veiga e o famalicense Justino Reis, com problemas mecânicos no Ford Escort RS, bem como a jovem Mariana Carvalho, com o motor do seu Peugeot 206 GTI a não colaborar.

Para a parte da tarde esperava-se um contra-ataque de Daniel Nunes, para tentar ainda retirar o triunfo a João Barros, mas foi Diogo Salvi quem melhor se deu. O piloto do Mitsubishi Lancer VII entrou com tudo e venceu duas especiais e recuperou algum tempo a Barros, entrando para a derradeira classificativa com uma desvantagem de 14,9 segundos. Mas Salvi não foi feliz e um problema de motor retirou-lhe a esperança, atrasando-o um pouco e afastou-o da vitória.

João Barros, mesmo não conseguindo ser o mais rápido durante as segundas passagens, soube gerir a vantagem e garantiu o seu segundo triunfo da temporada, que o coloca no pódio do campeonato. Com um Saxo Kit Car irrepreensível e um andamento isento de erros, Barros fez um rali tacticamente muito bom, com um início forte e depois controlou os adversários.

Mesmo com os problemas de motor, Diogo Salvi ainda segurou o 2º lugar, em mais uma prova brilhante deste piloto que se vai mostrando cada vez mais como um candidato natural aos lugares cimeiros. Resta saber o que poderá fazer nos pisos de terra, pois tem francas hipóteses de chegar ao pódio do campeonato se mantiver o ritmo apresentado nesta primeira fase da época, mesmo com alguns contratempos mecânicos no Mitsubishi.

Com uma diferença de 0,3 segundos se decidiu a ocupação do lugar mais baixo do pódio. Daniel Nunes levou a melhor sobre Carlos Martins, embora tenha sido este quem brilhou no derradeiro troço, deixando a concorrência em sentido com um "tempo-canhão", ainda assim insuficiente para chegar ao 3º lugar. Para Nunes, esta posição relança-o um pouco em termos de campeonato e traduz-se igualmente numa vitória no Júnior, onde se aproximou da liderança.

André Marques foi 5º, superando Gil Antunes, depois deste ter quebrado o ritmo e se concentrasse unicamente no Desafio Modelstand, pois com vários adversários fora de prova, a vitória era importante. André Marques está agora às portas do pódio em termos absolutos, embora não seja com o Peugeot 206 S1600 que irá enfrentar a segunda metade da época.

Com uma transmissão partida no derradeiro troço e ainda com um pião à mistura, Luís Mota não foi além do 7º lugar final. Uma posição que deixa o veterano piloto um pouco insatisfeito, mas atenuada pelo 3º posto entre o Regional Norte. Ainda assim, Mota segura a vice-liderança do campeonato e promete voltar à luta pela vitória na fase de terra.

Margarida Barbosa foi 8ª classificada, depois de uma excelente prestação da jovem famalicense. A fazer apenas o seu terceiro rali e a estrear-se aos comandos do Renault Clio R3, Margarida Barbosa foi evoluído ao longo da prova à medida que se ia adaptando ao carro francês. Excepção feita à primeira classficativa e à segunda (devido a uma neutralização), rodou sempre no Top-10 e mostrou um andamento de nível elevado, deixando boas perspectivas para o seu futuro nos ralis. Ricardo Coelho e Júlio Maia encerraram o lote dos dez mais rápidos.

Cada vez mais adaptados ao Mitsubishi Lancer V, Luís Bastos e o habitual navegador famalicense Paulo Marques concluiram o rali na 15ª posição, um lugar que não condiz ao que apresentaram. Rodando consistentemente no Top-10, foi um furo na derradeira classificativa a retirar um resultado digno do que fizeram e após um rali que serviu para continuar a aprendizagem ao novo carro.

Quanto aos restantes pilotos famalicenses que iniciaram a 2ª Secção, João Ruivo/João Peixoto abandonavam logo no início da PEC 4, com a correia do alternador a partir e já depois de alguns problemas de motor que os atormentavam. Mais uma prova de azar e para esquecer desta equipa, que não conseguiu ainda repetir os resultados alcançados no ano passado.. 

Mesmo terminando a prova, o furo sofrido ainda na parte matinal retirou qualquer perspectiva de um bom resultado para Pedro Fins e para o famalicense Sérgio Rocha. Também abrangidos por uma maré de azar nos últimos ralis, Fins e Rocha nesta prova não foram além do 6º lugar entre os concorrentes ao Desafio Modelstand, terminando na cauda do pelotão em termos absolutos.

O Trofeú Fastbravo teve em Herculano Antas o vencedor nesta prova.

Classificação Final
1º João Barros/António Costa (Citroën Saxo Kit Car) - 45m06,60s
2º Diogo Salvi/Filipe Carvalho (Mitsubishi Lancer VII), a 24,5s
3º Daniel Nunes/Daniel Amaral (Mitsubishi Lancer VI), a 28,2s
4º Carlos Martins/Aníbal Martins (Mitsubishi Lancer VII), a 28,5s
5º André Marques/Hugo Magalhães (Peugeot 206 S1600), a 1m42,9s
6º Gil Antunes/Carlos Ramiro (Peugeot 206 GTI), a 2m09,0s
7º Luís Mota/Alexandre Ramos (Mitsubishi Lancer VII), a 2m09,5s
Margarida Barbosa/Sofia Mouta (Renault Clio R3), a 3m28,9s
9º Ricardo Coelho/Daniel Pereira (Toyota Starlet), a 3m48,8s
10º Júlio Maia/Alexandre Rodrigues (Peugeot 206 S1600), a 3m50,3s
(...)
15º Luís Bastos/Paulo Marques (Mitsubishi Lancer V), a 4m21,9s
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29º Pedro Fins/Sérgio Rocha (Peugeot 206 GTI), a 10m40,5s
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NC - Eduardo Veiga/Justino Reis (Ford Escort RS) - Avaria Mecânica após PEC 1
NC - Mariana Carvalho/Alexandra Santos (Peugeot 206 GTI) - Avaria Mecânica na PEC 2
NC - Diogo Gago/Jorge Carvalho (Peugeot 206 GTI) - Avaria Mecânica após PEC 2
NC - João Ruivo/João Peixoto (Peugeot 206 GTI) - Avaria Mecânica na PEC 4

O Open de Ralis entrará agora na sua fase de terra, com o Rali de Oliveira do Hospital, uma prova marcada para 7 e 8 de Setembro.

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