21 junho 2011

Menos de 1 segundo decide vitória de Luís Mota

Foi a mais curta diferença de sempre que separou os dois primeiros classificados numa prova do Open de Ralis. Luís Mota regressou aos triunfos em Oliveira do Hospital, sendo meio segundo (!!) mais veloz do que Armindo Neves, uma vantagem minima mas que permitiu ao experiente piloto vencer pela primeira vez esta temporada. Nas hostes famalicenses, destaque para o título antecipado nas 2 rodas motrizes para Jorge Carvalho e para a vitória no Desafio Modelstand de João Ruivo/João Peixoto.

Com um traçado muito duro e a exigir fiabilidade das máquinas, o Rali Oliveira do Hospital começou animado, com uma Super Especial no centro da cidade a chamar o virtuosismo e a espectacularidade dos pilotos. Daniel Nunes entrou ao ataque e foi o mais rápido, mas logo na primeira especial "a sério" saiu de estrada, obrigando à neutralização dessa classificativa, que apenas foi disputada por António Rodrigues e Luís Mota. Iriam ser as neutralizações a ter papel fundamental na decisão do rali, pois Paulo Correia, a partir com um nº alto, viu-lhe serem atribuídos vários tempos de referência, com isso foi completamente arredado da vitória, ele que somou vitórias em especiais e chegou a liderar o rali, inclusivé.

Apesar de um pião na Super Especial, Fernando Peres impôs a sua lei desde cedo, rubricando constamente tempos mais rápidos. Contudo, uma penalização por atraso deixava o tri-campeão nacional distante da luta pela vitória, vindo mesmo a abandonar depois de ter alguns problemas mecânicos no Mitsubishi Lancer VII após a derradeira especial.

Com tantas peripécias, e várias mudanças na liderança, Luís Mota chegou ao comando logo no início das segundas passagens, mas sempre muito pressionado quer por Raul Aguiar, quer por Armindo Neves, ambos muito à vontade nos pisos de terra. A penúltima classificativa deixou Aguiar fora de prova, com uma transmissão partida no Mitsubishi Lancer IV e colocou Neves a somente 1,5s da liderança, ou seja, tudo para decidir no derradeiro troço. Aí, Luís Mota e Armindo Neves desferiram o ataque final, com Mota a perder 1 segundo para o adversário, segurando a vitória por meio segundo apenas. O 2º lugar foi o melhor resultado de Armindo Neves nesta temporada, somando importantes pontos para o Regional Centro, igualmente.

Autores de uma prova de trás para a frente com um Peugeot 206 GTI, António Rodrigues e o famalicense Jorge Carvalho Jr encerraram os lugares do pódio. Com a dificuldade de serem os primeiros concorrentes na estrada, nas primeiras passagens tiveram dificuldades para se aproximar dos lugares cimeiros e da liderança das 2 rodas motrizes. À medida que a prova ia evoluíndo, Rodrigues foi subindo na tabela e somou pontos que lhe garantiram o título na Categoria 1, para além de ter ganho pontos a vários perseguídores directos na luta pelo ceptro absoluto.

Às portas do pódio, Renato Pita e o co-piloto de Famalicão, o experiente José Janela, tiveram uma prova de adaptação. A utilizar um Mitsubishi Lancer VII alugado e sem especificações de topo naquela que foi a estreia do piloto com um 4x4 em pisos de terra, bem como a adaptarem-se um ao outro por ser o primeiro rali em conjunto, o resultado final enquadra-se nos objectivos da dupla. Num último folêgo, Pita ainda tentou suplantar o 3º classificado, mas no final a diferença entre ambos cifrava-se em pouco mais de 2 segundos e o piloto do Mitsubishi teria de se contentar com o 4º posto.

Diogo Salvi foi 5º classificado, num rali em que debelou algumas dificuldades para acompanhar o ritmo dos homens da frente, sendo ainda protagonista de um toque que deixou marcas no Mitsubishi Lancer VI.

Logo atrás de Salvi, a dupla famalicense João Ruivo/João Peixoto esteve em grande nível. Depois de uma entrada tranquila na Super Especial e de não terem efectuado a especial seguinte, em virtude da neutralização, um 2º lugar à geral na PEC 3 colocava-os, surpreendentemente, nessa mesma posição. Centrado exclusivamente no Desafio Modelstand, o piloto do Peugeot 206 GTI garantiu desde logo uma vantagem larga para a concorrência, a qual foi cimentando até meio da prova, passando depois a gerir o andamento. João Ruivo não teve a tentação de lutar pela classificação geral, sendo 6º classificado no final, somando a primeira vitória no Desafio Modelstand.

No derradeiro troço, Gil Antunes conseguiu superar Manuel Inácio, numa luta directa pelo segundo lugar no Modelstand, subindo ainda ao 7º posto, contudo com este 3º lugar na competição monomarca, Inácio ainda se consegue manter na liderança. Excelentes indicadores deu Carlos Fernandes, fazendo a sua estreia na terra, conseguindo terminar em 9º, na frente de Paulo Correia, imensamente prejudicado com o nº que ostentava.

Mesmo com uma prova atribulada, devido a um toque na derradeira especial da manhã, Mariana Neves de Carvalho e Filipe Martins cumpriram os objectivos, depois de uma recuperação na parte da tarde. A dupla do Peugeot 206 GTI não teve um rali fácil, atribulado com as neutralizações e ainda um furo na antepenúltima especial, contudo terminaram na 22ª posição, deixando a jovem famalicense satisfeita com a prestação.

Prova condicionada também teve Diogo Gago e o famalicense Jorge Carvalho Jr, que terminaram em 3º entre os concorrentes do Troféu Fastbravo. Com um rali demolidor e nada ao jeito dos pequenos Seat Marbella, a dupla foi mais uma que poucos quilómetros cronometrados cumpriram, não tendo também uma prova fácil, pois não conseguiram aproximar-se da discussão do troféu. Na classificação geral, terminaram no 32º posto.

Menos sorte tiveram Guilherme Pereira, a navegar Nuno Pombo, que abandonaram com problemas no autoblocante do Fiat Punto HGT. Esta dupla até começou bem na Super Especial, mas depois com as neutralizações e pelo facto de terem apanhado o concorrente que os antecdia numa das especiais, para além do problema mecânico, tiveram uma prova para não recordar. Também para esquecer é a prova de Daniel Ribeiro e do famalicense André Cortinhas, que abandonaram na PEC 5, em virtude de um problema na caixa de velocidade do Peugeot 206 GTI, numa altura em que seguiam na 5ª posição do Desafio Modelstand.

Classificação Final
1º Luís Mota/Alexandre Ramos – (Mitsubishi Lancer IV) - 55m01,7s
2º Armindo Neves/Bernardo Gusmão (Mitsubishi Lancer VII) a 0,5s
3º António Rodrigues/Jorge Carvalho Jr (Peugeot 206 GTi a 40,8s
4º Renato Pita/José Janela (Mitsubishi Lancer VII), a 43,2s
5º Diogo Salvi/Luís Caveleiro (Mitsubishi Lancer VI), a 1m12,1s
João Ruivo/João Peixoto (Peugeot 206 GTi), a 1m23,9s
7º Gil Antunes/Sandra Ramos (Peugeot 206 GTi), a 2m01,0s
8º Manuel Inácio/Fábio Vasques (Peugeot 206 GTi), a 2m08,5s
9º Carlos Fernandes/Daniel Amaral (Peugeot 206 GTi), a 2m22,5s
10º Paulo Correia/Ricardo Correia (Mitsubishi Lancer VI), a 2m46,9s
(...)
22º Mariana N. de Carvalho/Filipe Martins (Peugeot 206 GTi), a 7m06,7s
(...)
26º Diogo Gago/Jorge Carvalho (Seat Marbella), a 8m23,4s
(...)
NC - Daniel Ribeiro/André Cortinhas (Peugeot 206 GTi) - Avaria Mecânica na PEC 5
NC - Nuno Pombo/Guilherme Pereira (Fiat Punto HGT) - Avaria Mecânica na PEC 5
 
O Open de Ralis prossegue em Gondomar, nos dias 11 e 12 de Setembro, uma prova disputada em pisos de terra.
 
Fotos: Ralis Online

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