
Fazendo apenas um breve resumo do que se passou a nível do WRC, tudo passa por um nome: Loeb. O francês sentiu as dificuldades de abrir a estrada no 1º dia e isso resentia-se com a 3ª posição que ocupava no final da etapa. Até aí, passaram pela liderança Henning Solberg, Jari Matti Latvala, Dani Sordo e Mikko Hirvonen, o que demonstra a elevada competividade da prova portuguesa. Por um motivo ou outro todos se foram afastando do 1º lugar, Solberg não segurou por muito tempo, vencendo apenas a super especial de abertura, Latvala abandonou devido a uma violenta saída de estrada, enquanto Hirvonen e Sordo se iam mantendo nos dois primeiros lugares, algo que a 2ª etapa iria mudar irremediavelmente.
Tudo porque as dificuldades que Loeb teve, por ser o primeiro na estrada, em enfrentar os poeirentos e traiçoeiros pisos algarvios, eram agora as dificuldades de Hirvonen, que não conseguiu enfrentar o seu adversário e perdia assim a liderança. Ainda assim, o 2º posto era praticamente seu depois de Sordo ter feito um pião e o regressado Marcus Gronholm ter deixado o Subaru Impreza fora de estrada.
No derradeiro dia, as esperanças de Mikko Hirvonen em chegar novamente ao 1º lugar eram ténues e esfumaram-se no meio do pó, que teimava em não desaparecer, agravando-se num gancho em que o finlândes deixou o carro ir abaixo. Assim, Sebastien Loeb conquistava a 51ª vitória da carreira, Hirvonen garantia o 2º posto, enquanto o espanhol Dani Sordo brindava os muitos conterrâneos que o apoiaram com o 3º lugar.

Também presentes nesta categoria estavam mais três equipas lusas, todas infelizes neste rali. Bernardo Sousa, navegado pelo famalicense Jorge Carvalho Jr, nem aqueçeu, terminando o rali mesmo antes de o começar. A jovem dupla sofreu um aparatoso acidente no Shakedown, que deixou o Fiat Punto S2000 bastante maltratado e sem hipótese de recuperação a tempo do início do rali. O famalicense ainda foi ao hospital, contudo nenhuma mazela física lhe foi diagnosticada. Já Bruno Magalhães abandonou com o motor do Peugeot 207 S2000 partido, no decorrer da 1ª etapa, numa altura em que era lider, ao passo que Ricardo Moura ainda aguentou até ao derradeiro dia, desistindo com uma transmissão partida no Mitsubishi Lancer IX.

Entre os inscritos no Campeonato de Portugal de Ralis, a desistência de Bruno Magalhães abriu as portas para os privados brilharem e para haver luta pela vitória, ainda para mais num rali com pontuações bonificadas. Assistiu-se a uma luta titânica entre Vítor Pascoal e Ricardo Teodósio, favorável ao piloto do Peugeot 207 S2000, mas apenas no último dia. Teodósio foi o lider nos dois primeiros dias, mesmo com alguns contratempos e com Pascoal algo apático e cauteloso, porém suficientemente perto para suplantar o algarvio no decorrer da 3ª etapa e assim vencer entre os concorrentes do Nacional e alcançar o 1º posto no campeonato.

Não tão feliz foi a prestação de Adruzilo Lopes e do famalicense José Janela, vítimas de muitos problemas no Subaru Impreza WRX. No 1º dia ficaram sem direccção assistida, no 2º dia foi a vez dos travões não colaborarem, enquanto no 3º dia um amortecedor partido encerra o rol de contratempos que impediram a experiente dupla de obterem um melhor resultado. Ainda assim somaram preciosos pontos na Produção, num rali em que Fernando Peres esteve ausente, por razões de saúde.

Para terminar, resta referir que o nosso país voltou a viver o espírito das romarias aos ralis, com imenso público presente no Algarve. Uma nota menos positiva para a globalidade dos concorrentes do Nacional de Ralis, o nível apresentado foi muito baixo, com muito calculismo e muita gestão, num jogo de muita expectativa, contudo também faz parte da sobrevivência numa prova da dureza e com a quilometragem do Rali de Portugal
Classificação Final
1º Sebastien Loeb/Daniel Elena (Citroën C4 WRC) - 3h53m13,1s
2º Mikko Hirvonen/Jarmo Lehtinen (Ford Focus WRC) - a 24,3s
3º Dani Sordo/Marc Martí (Citroën C4 WRC) - a 1m45,4s
4º Petter Solberg/Phil Mills (Citroën Xsara WRC) - a 2m44,6s
5º Henning Solberg/Cato Menkerud (Ford Focus WRC) - a 5m46,3s
(...)
9º Armindo Araújo/Miguel Ramalho (Mitsubishi Lancer IX) - a 22m18,5s (1º PWRC)
10º Martin Prokop/Jan Tomanek (Mitsubishi Lancer IX) - a 23m25,6s (2º PWRC)
11º Eyvind Brynildsen/Denis Giraudet (Mitsubishi Lancer IX) - a 23m31,6s (3º PWRC)
(...)
13º Michael Kosciuszko/Maciek Szczepaniak (Suzuki Swift S1600) - a 29m25,5s (1º JWRC)
14º Vítor Pascoal/Mário Castro (Peugeot 207 S2000) - a 30m45,0s (1º CPR)
15º Ricardo Teodósio/Pedro Conde (Mitsubishi Lancer IX) - a 30m50,2s (2º CPR)
(...)
18º Pedro Rodrigues/Daniel Araújo (Subaru Impreza WRX) - a 35m02,6s (3º CPR)
(...)
21º Adruzilo Lopes/José Janela (Subaru Impreza WRX) - a 35m58,8s (4º CPR)
(...)
27º Luís Cardoso/José Rodrigues (Mitsubishi Lancer VIII) - a 46m33,4s (5º CPR)
(...)
40º João F. Ramos/Jorge Carvalho (Renault Clio RS) - a 1h12m31,8s (10º CPR)
Classificação WRC
1º Sebastien Loeb (40 pts)
2º Mikko Hirvonen (30 pts)
3º Dani Sordo (23 pts)
4º Henning Solberg (14 pts)
5º Petter Solberg (14 pts)
Classificação CPR
1º Vítor Pascoal (23 pts)
2º Pedro Rodrigues (15 pts)
3º Ricardo Teodósio (13 pts)
4º Bruno Magalhães (10 pts)
5º Adruzilo Lopes (10 pts)
A próxima prova do Campeonato de Portugal de Ralis é o Sata Rallye Açores, também com estauto internacional, uma vez que pontua para o IRC, enquanto o Mundial de Ralis desloca-se agora para a Argentina, um rali sem a presença do famalicense Jorge Carvalho Jr, uma vez que foi um dos ralis que ficaram de fora das escolhas de Bernardo Sousa no PWRC.
1 comentário:
Será que a nossa imprensa local se esqueçeu que tinhamos lá pilotos e navegadores,que até mostraram serviço.
não será isto boicote da imprensa por termos feito aqui no blog um debate sobre a mesma
Enviar um comentário