A fase de terra do Open de Ralis começou com sol e um calor abrasador, tendo depois um dilúvio como pano de fundo na derradeira especial do Rali de Oliveira do Hospital. Uma prova muito dura, demolidora em várias especiais, devido aos incêndios que assolaram a zona nas semanas antecedentes. Desportivamente, uma vitória inequívoca de Daniel Nunes, que não deu quaisquer chances a Fernando Peres, que parece gerir o campeonato a seu belo prazer.
As hostilidades abriram com uma super especial delineada num traçado em pisos de terra, localizado bem junto ao parque de assistência. Foi um aperitivo para os muitos espectadores que compareceram em Oliveira do Hospital, mas que teria tido outro colorido se se disputasse sob a luz do dia. Logo aí, Daniel Nunes deixou bem patente as suas intenções, deixando Peres na 2ª posição, tendo este ainda a desvantagem de nas especiais de Sábado ser ele o piloto a abrir a estrada.
O facto é que Nunes mostrou-se muito concentrado e focado na vitória, não cometendo qualquer erro e não dando muita margem aos adversários. Com um Mitsubishi Lancer VI muito bem equipado e a suster toda a agressividade que os troços apresentavam, o jovem piloto apenas perdeu uma especial para Fernando Peres, numa altura em que já geria a prova. Daniel Nunes venceu à geral, venceu no Júnior e ainda no Regional Centro!
O 2º lugar não deixa de ser positivo para Fernando Peres, pois permite-lhe permanecer confortavelmente na liderança do campeonato e em excelente condições para se sagrar campeão. Para além de ser o primeiro carro na estrada, Peres sofreu ligeiros problemas mecânicos no Mitsubishi Lancer VII, mas mesmo sem esses contratempos, não seria fácil bater-se pela vitória na prova.
Luís Mota efectuou uma prova de adaptação ao Mitsubishi Lancer VII em pisos de terra, conquistando um 3º posto. Sem conseguir acompanhar o ritmo dos dois primeiros, ainda teve alguma pressão vinda de trás, nomeadamente de Luís Bastos, com Mota a garantir na derradeira especial a vantagem necessária para segurar o lugar mais baixo do pódio.
O jovem Luís Bastos, navegado pelo famalicense Paulo Marques, foi uma das agradáveis surpresas da prova. Efectuando a primeira prova em terra com o Mitsubishi Lancer V, Bastos entrou com uma toada elevada, chegando a rodar em 3º e já depois de baixar duas posições, não deixou de ameaçar os lugares do pódio. O facto de ter efectuado o último troço debaixo de chuva intensa, pode justificar o tempo perdido para Mota, isto já depois de beneficiar com o abandono de João Barros, logo após a PEC 2, com problemas eléctricos no Citroën Saxo Kit Car.
Um pouco mais atrás dos carros de tracção integral, surge o vencedor das 2 rodas motrizes e do Desafio Modelstand, Gil Antunes. Mesmo com uma entrada de leão, Antunes viu ainda um toque de Diogo Gago e os problemas mecânicos de João Ruivo deixarem-no mais confortável na liderança do troféu, mas mesmo assim não baixou o ritmo para não dar chances de recuperação aos adversários.
Com o famalicense Jorge Carvalho a navegá-lo, Diogo Gago não mostrou a competitividade do início da época, ainda assim efectuou uma prova de bom nível. O ligeiro toque logo na 2ª especial contraiu um pouco o jovem piloto, que não conseguiu desferir um contra ataque à liderança do Desafio Modelstand, contentando-se com o 2º posto, sendo ainda 3º no que toca ao Júnior, para na geral ocupar a 6ª posição. No entando, e já depois de terminado o rali, o Peugeot 206 GTI de Gago foi selado para verificação, pela organização do Desafio, desconhecendo-se até ao momento o resultado da mesma.
Salvador Gonzaga terminou no 7º lugar, sendo o ocupante do lugar inferior do pódio no Desafio, na frente de João Ruivo/João Peixoto, que ainda não foi desta que largaram o azar que vem desde início da temporada. Com um carro de recurso, Ruivo conseguiu acompanhar o ritmo de frente do Desafio até à PEC 4, quando problemas de travões o atrasaram significativamente. O piloto de Famalicão ainda tentou alcançar os lugares do pódio, mas também efectuou a última classificativa sob o dilúvio e as suas esperanças ficavam logo aí, ocupando o 8º posto da geral.
Na 16ª posição, terminou Mariana Neves de Carvalho, após uma prova complicada. Um toque na parte inicial da prova deixou a jovem famalicense algo apreensiva, mas nada de grave se ressentiu no Peugeot 206 GTI. A dureza da prova foi outra das dificuldades que Mariana Carvalho sentiu, beneficiando depois de alguns azares alheios para ir subindo na tabela e chegar ao fim, um dos principais objectivos.
Na 21ª e última posição, após problemas mecânicos, terminaram Pedro Fins e o famalicense Sérgio Rocha. Com Fins a não correr em pisos de terra há vários anos, ainda assim cedo voltou a reabituar-se e chegou a rodar dentro do Top-10. Até que um problema na caixa de velocidades fez com que a dupla parasse e demorasse bastante tempo a resolvê-lo, para além de terem penalizado. Daí para a frente, com o rali perdido, restava levar o Peugeot 206 GTI até ao fim para somar alguns pontos em termos de Desafio Modelstand.
No rol dos abandonos, destaque para Diogo Salvi, com problemas de transmissão no Mitsubishi Lancer VII e Eduardo Veiga, navegado pelo famalicense Justino Reis, que logo na PEC 2 viria a partir a ponteira da direcção do Peugeot 306, ficando desde logo fora da prova.
O Campeonato Open de Ralis prossegue dentro de menos de um mês, com a próxima prova a ser o Rali Casino de Vilamoura/Loulé, marcado para os dias 6 e 7 de Outubro.
Classificação Final
1º Daniel Nunes/Daniel Amaral (Mitsubishi Lancer VI) - 59m06,7s
2º Fernando Peres/José Pedro Silva (Mitsubishi Lancer VII), a 44,6s
3º Luís Mota/Alexandre Ramos (Mitsubishi Lancer VII), a 2m05,8s
4º Luís Bastos/Paulo Marques (Mitsubishi Lancer V), a 2m32,9s
5º Gil Antunes/Carlos Ramiro (Peugeot 206 GTI), a 5m36,1s
6º Diogo Gago/Jorge Carvalho (Peugeot 206 GTI), a 5m43,5s
7º Salvador Gonzaga/Paulo Lopes (Peugeot 206 GTI), a 8,32,4s
8º João Ruivo/João Peixoto (Peugeot 206 GTI), a 9m19,4s
9º Eugénio Madureira/Fábio Ribeiro (Mitsubishi Lancer VI), a 9m28,2s
10º Paulo Moreira/Marco Macedo (Opel Corsa OPC), a 9m38,5s
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16º Mariana N. Carvalho/Alexandre Santos (Peugeot 206 GTI), a 16m44,6s
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21º Pedro Fins/Sérgio Rocha (Peugeot 206 GTI), a 47m43,7s
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NC - Eduardo Veiga/Justino Reis (Peugeot 306) - Avaria mecânica na PEC 2
Fotos: Nuno Pimenta, Ralis Online e Pedro Figueiredo
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