25 setembro 2012

Moura com vitória e título. Miguel Barbosa cimenta vice-liderança

Sem grandes contemplações, Ricardo Moura assegurou no Rali Centro de Portugal, o título de Campeão Nacional de Ralis. O piloto açoriano nem teve de se aplicar a fundo para chegar à vitória, conquistando desde já o título quando ainda faltam disputar duas provas. Miguel Barbosa/Justino Reis fecharam o pódio, com mais famalicenses a trazerem para casa resultados de relevo.

Com as condições climatéricas a ajudarem, pois o dia de Sábado nasceu e manteve-se com sol, foi muito o público que, como é hábito, assistiu à prova organizada pelo Clube Automóvel da Marinha Grande. Mesmo com o Campeonato de Portugal de Ralis a apresentar uma lista bastante curta, à partida ainda se esperava que a luta pela vitória pudesse ter pelo menos dois pilotos, Ricardo Moura e Pedro Peres. Tal como nas 2 rodas motrizes, com o regressado João Silva a ser apontado como favorito ao triunfo e até mesmo ao pódio absoluto. Contudo, a especial inaugural veio desfazer algumas destas previsões. Pedro Peres partia uma transmissão do Mitsubishi Lancer IX logo no arranque, perdendo muito tempo e ainda tentou chegar à assistência, mas viria a encostar na PEC 3. Quem já aí não chegou foi João Silva, pois logo no primeiro troço tinha um despiste e o Renault Clio R3 não apresentava condições para continuar em prova.

Dessa forma, Ricardo Moura cedo se instalou no comando das operações, gerindo confortavelmente os segundos que ia amealhando especial após especial. Os 19 segundos que Moura ganhou logo na primeira classificativa serviram de mote para o resto do rali, com o açoriano a permitir a Pedro Meireles a vitória apenas numa das seis especiais do rali. Com o abandono do principal adversário, Ricardo Moura juntou à vitória no rali, a revalidação dos títulos absoluto e de Produção. O bi-campeonato absoluto e o tri no Grupo N são um justo e merecido prémio para um piloto que pouco vacilou ao longo desta época e que, mesmo com carro ao nível da concorrência, se mostrou num patamar superior.

Depois de uma série de abandonos, Pedro Meireles teve um rali positivo e onde limpou a imagem que vinha deixando. Mesmo sem esgrimir argumentos para contrariar Moura na fase inicial do rali, bem tentou reduzir a diferença, mas o melhor que conseguiu foi uma vitória numa classificativa. O piloto do Mitsubishi Lancer X assumiu mesmo a falta de ritmo e queixou-se ainda de uma afinação errada para as especiais nocturnas.

Com o 3º lugar, Miguel Barbosa e Justino Reis conquistaram mais um pódio esta temporada. Cada vez mais um valor nos ralis nacionais, o jovem famalicense fez o que lhe competia após ver Pedro Peres, seu adversário directo, fora de prova. Com Moura inacessível, Meireles longe, assim como quem vinha atrás, Barbosa foi impondo o seu ritmo e cimentando a sua posição na prova, chegando mesmo perto de vencer a derradeira classificativa. Assim, a vice-liderança no campeonato está cada vez mais perto e esse objectivo pode ficar cravado já na próxima prova, a derradeira em que Miguel Barbosa vai pontuar.

Interessante de seguir foi a luta pela vitória no CPR2. Com João Silva fora desde cedo, até foi Pedro Leal a assumir primeiramente a liderança, mostrando que mesmo sem testes, a adaptação ao Citroën Saxo S1600 foi rápida. Mas Ivo Nogueira ripostou logo de seguida e suplantou Leal em definitivo, apesar deste ainda ter desferido um contra ataque. Nas especiais nocturnas, o jovem do Citroën DS3 R3T deu a machadada final, rodando sempre no pódio, garantindo o 4º lugar absoluto e a 2ª vitória consecutiva no CPR2. Para Pedro Leal, o 5º lugar foi o melhor possível, explicando que o carro que utilizou perdia bastante nas zonas rápidas.

Apesar de terem um carro inferior à concorrência, Ricardo Marques e o famalicense Paulo Marques conquistaram um pódio na 2 rodas motrizes. Sem andamento para os dois primeiros classificados, a dupla do Citroën C2 R2 Max foi fazendo a sua prova e rodou sempre na posição mais baixa do pódio, um resultado que vem trazer alguma moral para o que resta da temporada, após dois resultados um pouco abaixo do esperado.

Em sentido oposto, parece seguir Renato Pita e o também famalicense Alberto Silva. Depois da vitória na prova inaugural e um abandono, o 4ºlugar conquistado na Marinha Grande é um resultado enganador. O piloto do Renault Clio R3 rodou sempre na cauda do pelotão e um pouco longe dos lugares cimeiros nas 2 rodas motrizes. Ainda assim, conseguiram segurar a vice-liderança do campeonato, embora haja a consequência que haverá mais a fazer para que o resultado no final da temporada não seja mais negativo.

Para além dos já referidos abandonos de Peres e João Silva, também Paulo Neto e Vítor Calisto não passaram da 1ª classificativa, enquanto Pedro Matias e o famalicense Sérgio Rocha ainda concluíam a especial inaugural, mas com muito tempo perdido devido a um problema com o turbo do Abarth 500, que seria a causa do abandono, logo de seguida. Assim, Matias perdeu a liderança do campeonato das 2 rodas motrizes.

No que toca à Taça de Portugal, a vitória foi incontestada. Vítor Pascoal entrou muito bem, foi ganhando preciosos segundos e viu Daniel Nunes atrasar-se um pouco a meio do rali. Mesmo com Nunes a tentar recuperar o tempo perdido, Pascoal soube segurar a vantagem e assim somou a 3ª vitória na Taça, em outras tantas provas disputadas. O título está cada vez mais perto do piloto do Mitsubishi Lancer VII.

Daniel Nunes, que nesta prova foi navegado pelo famalicense Rui Raimundo, conquistou o 2º lugar na Taça, vencendo entre os concorrentes ao Regional Centro. Sem o tempo perdido na 3ª e 4ª classificativas, a jovem dupla poderia ter ameaçado a vitória, mas como pouco ou nada havia a fazer, centraram-se no objectivo de vencer o Regional, objectivo esse superado mas facilitado pelo atraso de Luís Mota.

Assim, Armindo Neves fechou o pódio na Taça, assumindo-se como o mais sério candidato ao vice-campeonato, enquanto Carlos Cruz terminou logo atrás, vencendo entre as 2 rodas motrizes. No 5º lugar e não muito longe, Daniel Ribeiro e o famalicense Jorge Carvalho concluíram mais uma etapa da evolução do Opel Corsa OPC, um carro cada vez mais competitivo no asfalto.

Na Taça, foi notório um maior número de abandonos, principalmente de alguns nomes apontados aos lugares da frentes, casos de Carlos Fernandes (despiste), Pedro Leone, André Cabeças e Mário Barbosa, todos eles por avaria mecânica.

Classificação Final - CPR
1º Ricardo Moura/António Costa (Mitsubishi Lancer IX) - 1h02m03,6s
2º Pedro Meireles/Mário Castro (Mitsubishi Lancer X), a 57,5s
Miguel Barbosa/Justino Reis (Mitsubishi Lancer IX), a 1m36,5s
4º Ivo Nogueira/Nuno Rodrigues da Silva (Citroën DS3 R3T), a 2m11,4s
5º Pedro Leal/Redwan Cassamo (Citroën Saxo S1600), a 3m04,6s
6º Ricardo Marques/Paulo Marques (Citroën C2 R2 Max), a 6m16,0s
7º Renato Pita/Alberto Silva (Renault Clio R3), a 6m41,7s
(...)
NC - Pedro Matias/Sérgio Rocha (Abarth 500) - Avaria mecânica na PEC 2

Classificação Final - TPR
1º Vítor Pascoal/Luís Ramalho (Mitsubishi Lancer VII) - 1h05m26,3s
2º Daniel Nunes/Rui Raimundo (Mitsubishi Lancer VI), a 27,8s
3º Armindo Neves/Bernardo Gusmão (Mitsubishi Lancer VII), a 1m49,7s
4º Carlos Cruz/Paulo Santos (Peugeot 206 RC), a 2m30,9s
5º Daniel Ribeiro/Jorge Carvalho (Opel Corsa OPC), a 2m44,1s
(...)

O Rali de Mortágua é a próxima prova do Campeonato de Portugal de Ralis, a ser disputado nos dias 19 e 20 de Outubro.

Fotos: Ralis Online, Mondego Sport, João Lavadinho e oficiais

Sem comentários: