12 maio 2008

Rali Portugal: Mais uma para Rossetti! Bruno continua a somar nos Portugueses! Rodrigues/Rocha e Cortinhas chegam ao fim, com resultados positivos

O que dizer de Luca Rossetti? O italiano soma 4 vitórias em outros tantos ralis que realizou no IRC e este ano é, claramente, o homem a bater neste campeonato. O piloto do Peugeot 207 S2000 passou a última secção do Rali de Portugal num ritmo de gestão da liderança, pois a concorrência estava longe, após o abandono de François Duval e do furo de Nicolas Vouilloz.
O Rali de Portugal realizou-se, tal como nas mais recentes edições, no Algarve, perante condições climatéricas diversas, com aguaceiros e algum sol a marcarem presença. Quem não marcou presença foi o público, com poucos adeptos a assistirem à prova, que teve emoção, competição e uma excelente organização.
Voltando ao filme do rali, Rossetti tinha a tarefa de abrir a estrada na 2ª Etapa, mas isso não foi de todo um problema para o italiano, que começou a aumentar a vantagem logo de manhã, para ficar confortavelmente na liderança depois dos azares de Duval e de Vouilloz, até porque Jan Kopecky já estava muito distanciado de Luca Rossetti. Poderá dizer-se que Rossetti está na mó de cima e com os deuses do seu lado, pois não foi atormentado por quaisquer problemas, nomeadamente os furos que perseguiram a grande maioria dos participantes.
Jan Kopecky foi autor de uma excelente prova, muito regular e consistente, vendo os adversários com problemas e com isso ia trepando pela classificação, até lhe darem de "mão beijada" o 2º lugar. Também ele não teve nenhum problema no seu Peugeot 207 S2000 e isso foi fundamental para as contas do campeonato, onde agora é o 3º classificado.
Um dos sérios candidatos à vitória, Nicolas Vouilloz viu um furo numa das rodas do Peugeot 207 S2000 acabar com as esperanças. Ao longo de toda a prova mostrou-se muito rápido, passando inclusivé pela liderança várias vezes, mas tal como muitos foi um furo a atrasá-lo irremediavelmente. Mas o ex-Campeão de BTT não baixou os braços e continuou ao ataque na parte da tarde da 2ª Etapa, ao ser o mais rápido em várias classificativas e isso permitiu a subida ao 3º lugar da geral, um excelente resultado face ao campeonato.
Entre a armada lusitana, Bruno Magalhães voltou a ser "rei e senhor". Após a saída de estrada quando liderava a prova, centrou as atenções nas contas do Campeonato de Portugal de Ralis, onde venceu (uma vez mais!). O piloto da Peugeot Portugal continua a não ter adversários entre os portugueses e não se preocupou com o resultado final na geral, até porque deixou fugir Giandomenico Basso quando estava bem perto dele e refira-se que o piloto da Fiat ainda lucrou atingir a 4ª posição final, naquele que seria o único carro da marca transalpina nos 10 primeiros classificados.
Com uma excelente fase final da prova, onde ultrapassou Adruzilo Lopes e Vítor Pascoal, Fernando Peres continua a mostrar que "velhos são os trapos" e regressou à liderança do Agrupamento de Produção. Peres apostou num ritmo muito regular e impôs muita pressão aos seus directos adversários e só na última PEC tirou dividendos dessa pressão.
Adruzilo Lopes e o famalicense André Cortinhas realizaram uma prova muito boa, dado terem um carro inferior à concorrência mais directa. Um toque na 2ª Etapa fez com que perdessem tempo precioso, que os levou mais tarde a serem ultrapassados na liderança entre os Grupo N nacionais, contudo somam mais uma pontuação importante e são já os 4ºs no CPR.
A dupla de Famalicão, Pedro Rodrigues/Sérgio Rocha levaram o Subaru Impreza WRX até ao final, numa prova recheada de alguns problemas que fizeram com que descessem drasticamente na tabela classificativa. Com o intuito de chegar ao final e somar mais alguns pontos para o campeonato, Rodrigues imprimiu um ritmo mais cauteloso ao longo da última etapa, não correndo grandes riscos, num rali em que continuou a adaptação ao seu novo Subaru e somou novamente o 3º lugar entre o Agrupamento de Produção, entre os participantes do CPR.
Miguel Campos "morreu na praia". Se o rali acabasse no final do último troço, Campos teria sido o 8º classificado, 2º entre os concorrentes portugueses, mas os problemas de alternador no Peugeot 207 S2000 que teve ao longo de toda a 2ª Etapa viriam a colocar um fim à sua prova durante a ligação para a chegada. É, de facto, muito inglório. Ainda assim, Campos realizou uma boa prova, de salientar que não fazia um rali de terra há dois anos, e isso fez-se notar particularmente na fase final dos troços, até porque o famalicense realizou vários tempos intermédios de relevo, vindo depois a perder tempo até ao final, muito provavelmente devido a quebra física. Contudo, deixou excelentes indicativos para um possível regresso ao CPR, pois foi ao longo de todo o rali, presença assídua no pódio entre estes concorrentes.
Presença pouco notada foi a de Armindo Araújo, sempre com muitos problemas de motor, que o fizeram abandonar no 1º dia. No regresso, os mesmos problemas não foram resolvidos totalmente e apenas no final conseguiu rubricar tempos condizentes ao seu valor. Também José Pedro Fontes voltou a não estar ao nível esperado. Problemas no trem traseiro do Fiat Punto S2000 na 1ª etapa fizeram com que se afundasse na classificação, para no 2º dia conseguir melhorar os seus resultados, mas sempre longe dos restantes Fiat e só a espaços conseguiu realizar tempos no pódio entre os portugueses, quando alguns já vinham a gerir andamento.
Quanto a abandonos, Bernardo Sousa saiu de estrada no início da 2ª Etapa, Duval tem um problema numa roda do Fiat Punto S2000, quando seguia perto da liderança, Dani Solà desiste com inúmeros problemas de motor, tal como Anton Alen, ao passo que foi a suspensão a deixar Didier Auriol de fora, todos em Fiat, igualemente. Entre os famalicenses, Filipe Martins, co-piloto de Pedro Fins, abandonaria nos dois dias, no 1º com um toque e no 2º com problemas mecânicos. José Janela, que acompanhou João Fernando Ramos, desistiu logo na 1ª classificativa de 6ª feira, regressando no Sábado, efectuando mais alguns quilómetros e realizando tempos perto dos Citroën C2 do Challenge. Ainda por esclarecer está a ausência de Ricardo Costa/Nuno Almeida, em Mitsubishi Lancer VIII MR.
Classificação Final
1º Luca Rossetti/Matteo Chiarcossi (Peugeot 207 S2000) - 2h57m50s
2º Jan Kopecky/Petr Stary (Peugeot 207 S2000), a 45,8s
3º Nicolas Vouilloz/Nicolas Klinger (Peugeot 207 S2000), a 1.37,8
4º Giandomenico Basso/Mitia Dotta (Fiat Punto S2000), a 2.18,7
5º Juho Hanninen/Mikko Markulla (Mitsubishi Lancer Evo IX), a 2.21,2
6º Bruno Magalhães/Mário Castro (Peugeot 207 S2000), a 3.11,6 -- 1º Português
7º Manfred Stohl/Ilka Minor (Peugeot 207 S2000), a 3.51,3
8º Andreas Aigner/Klaus Wicha (Mitsubishi Lancer Evo IX), a 8.09,5
9º Fernando Peres/José P. Silva (Mitsubishi Lancer Evo IX), a 10.46,4 -- 2º Português
10º Adruzilo Lopes/André Cortinhas (Subaru Impreza N11), a 10.56,9 -- 3º Português
19º Pedro Rodrigues/Sérgio Rocha (Subaru Impreza N12), a 38.16,0 -- 10º Português
Classificação IRC
1º L. Rossetti -- 20 Pts
2º N. Vouilloz -- 14 Pts
3º J. Kopecky -- 12 Pts
4º A. Alen -- 4 Pts
5º G. Basso - 4 Pts
Classificação CPR
1º B. Magalhães -- 35 Pts
2º J.P. Fontes - 21 Pts
3º F. Peres - 20 Pts
4º A. Lopes - 19 Pts
5º V. Pascoal - 14 Pts
A próxima prova do Campeonato de Portugal de Ralis é o Sata Rallye dos Açores, com a organização do Grupo Desportivo Comercial, a realizar entre os dias 28 e 30 de Junho, na bela ilha de São Miguel.
Fotos: David Cunha (DC PhotoRally) e Ralis.Online

Sem comentários: