09 janeiro 2009

7ª Etapa Dakar: Meia caravana no Chile e a outra meia "perdida" algures (Actualizada)

A caravana, ou parte dela, do Dakar atingiu hoje a cidade chilena de Valeparaiso, tendo agora um dia descanso depois de mais uma etapa encurtada devido às más condições climatéricas. Para uma parte significativa de caravana de automóveis o dia de descanso ainda está longe, já que hoje de tarde ainda estavam a terminar a 6ª etapa em virtude da imensa lama encontrada no início da etapa de ontem.

Entre os famalicenses, se as notícias acerca de Adélio Machado tem surgido, já as de Martine Pereira, bem como do colega de equipa de ambos na Padock Competições, Francisco Pita têm escasseado ou vão surgindo a "conta gotas". Aliás, apenas Adélio Machado e Francisco Inocêncio surgiam, segundo o site oficial do Dakar, com hora de partida para a etapa de hoje, só para se ter idéia de quão dificil está a ser a tarefa lusa (e não só) na prova sul americana. Segundo informações recolhidas junto da Padock Competições, Martine Pereira e Francisco Pita, em termos regulamentares, encontram-se fora de prova por terem falhado o CP1 da 6ª etapa e apenas terem chegado à partida da 7ª etapa ao final do dia de ontem – sexta feira, já fora da hora de partida de ambos. Este contratempo deveu-se ao atascanço colectivo ainda no inicio da especial de quinta-feira, obrigando os pilotos a pernoitarem no deserto, só saindo de lá com a ajuda do camião na manhã de ontem, 6ªfeira. Os pilotos encontram-se já em Valparaiso no bivouac que acolhe o dia de descanso, aguardando uma decisão definitiva da organização, uma vez que foram impedidos de partir para esta ultima especial pelas razões já expressas.
Feito o ponto de ordem, no dia de hoje, Adélio Machado foi o 72º mais rápido, ocupando agora a 39ª posição, sendo um dos mais rápidos na categoria T2. O piloto famalicense tem vivido inúmeras adversidades nas últimas especiais, tal como relata: "Ainda só vamos a meio e a caravana começa a dar sinais de fraqueza! Temos o exemplo das equipas oficiais que a cada dia que passa vão perdendo pilotos. Este Dakar tem sido muito duro e, nada melhor do que dosear o andamento e poupar a mecânica do Toyota. As duas anteriores etapas foram muito desgastantes, hoje voltamos a ter areia com muita lama e temperaturas altas. Passamos muitas dificuldades na região montanhosa, por diversas vezes ficamos atolados e ainda tivemos que rebocar dois carros franceses e o carro de assistência rápida da nossa equipa. Para além de correr ainda fui bombeiro! Era por e tirar prancha, atar e desatar cinta, isto é mesmo duro. A parte final da etapa era bem mais rápida mas com algumas ratoeiras, muito fesh-fesh e areia lamacenta e escorregadia, O carro levou uma tareia, passeio por mais de vinte jipes mal tratados, enfim, nunca tinha visto um Dakar tão duro e destruidor" contou Adélio Machado.
Mas o famalicense não está de todo satisfeito, tecendo mesmo ainda alguns reparos à organização: "Ontem quando cheguei ao final da etapa era o 32º carro no bivouac e tive uma ordem de partida muito superior! Espero que tudo seja rectificado no dia de amanhã, pois disseram-me que as classificações ainda não se encontram com as penalizações devidas. A própria ASO está um pouco fora da prova, perdeu por completo o controlo da classificação e não será fácil resolver esta situação pacificamente. Se levar à risca o regulamento, ficamos reduzidos a meia centena, tal foi o elevado numero de equipas que falharam os pontos de passagem", referiu o responsável da Padock Competiçõess.
Na discussão da corrida e com Nasser Al-Attiyah fora de corrida, eis que a vitória está cada vez mais perto da Volkswagen. Tudo porque hoje foi a vez de Stéphane Peterhansel, três vezes vencedor do Dakar em carros, abandonar a prova depois do Mitsubishi Racing Lancer ter tido um princípio de incêndio e posteriormente o motor se ter partido. Assim, a marca dos três diamantes, uma das grandes favoritas no início, chega ao final da primeira metade da prova já só com Joan Roma em prova, mas algo distante do 1º lugar. A etapa foi ganha por Carlos Sainz, que assumiu ter feito uma jogada de ataque aos seus colegas de equipa e, simultaneamente, adversários, retomando assim a liderança da prova. Atrás de Sainz classificaram-se dois americanos, Mark Miller (VW) e Robby Gordon (Hummer), enquanto o homem que liderava, Giniel de Villiers não foi além do 6º lugar. Nos portugueses, para além de Adélio Machado, apenas Francisco Inocêncio tinha chegado ao final da etapa, sendo o 42º mais rápido e melhor português do dia.
Nas motas, Francisco Lopez (KTM) quis vencer ao chegar ao seu país natal e conseguiu, deixando Marc Coma a quase 4 minutos e Cyril Despres foi 3º, superando o português Hélder Rodrigues na classificação geral. O melhor luso não foi além do 11º tempo mais rápido do dia, caíndo para 7º lugar, a já 1h42m12s do lider, Marc Coma. Ainda na comitiva lusa, Paulo Gonçalves continua a ser o 13º e Bianchi Prata é 42º. Lá na frente, Coma tem 51m22s de avanço sobre Jonah Street, que discute com David Fretigné o 2º posto, pois estão separados por pouco mais de 1 minuto. Quanto aos camiões, não efectuaram a etapa de hoje, seguíndo por percurso alternativo até Valparaíso.
Classificação Carros-Etapa
1º Carlos Sainz/Michel Perin (VW Race Touareg) - 2h35m27s
2º Mark Miller/Ralph Pitchford (VW Race Touareg) - a 3m41s
3º Robby Gordon/Andy Grider (Hummer H1) - a 4m13s
4º Joan Roma/Lucas Senra (Mitsubishi Racing Lancer) - a 5m37s
5º Guerlain Chicherit/Matthieu Baummel (BMW X3 CC) - a 6m08s
(...)
42º Francisco Inocêncio/Paulo Fiúza (Mitsubishi Pajero) - a 1h49m08s -- 1º Português
(...)
72º Adélio Machado/Laurent Flament (Toyota Land Cruiser) - a 3h34m11s
Classificação Carros-Geral
1º Carlos Sainz/Michel Perin (VW Race Touareg) - 23h42m40s
2º Giniel de Villiers/Dirk von Zitzewitz (VW Race Touareg) - a 9s
3º Mark Miller/Ralph Pitchford (VW Race Touareg) - a 13m53s
4º Joan Roma/Lucas Senra (Mitsubishi Racing Lancer) - a 29m16s
5º Robby Gordon/Andy Grider (Hummer H1) - a 1h08m21s
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39º Adélio Machado/Laurent Flament (Toyota Land Cruiser) - a 21h56m42s -- 1º Português
Amanhã é dia de descanso e portanto hora para reparar as máquinas, bem como para recuperar energias para enfrentar a derradeira semana da aventura sul americana do Dakar, naquelas que serão as etapas decisivas e por isso não se esperam facilidades.

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